quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A universidade necessária



A Universidade Federal de Santa Catarina está em processo de luta. Há uma greve dos técnicos-administrativos, vários Centros estão ocupados e os professores decidiram acampar em frente à reitoria para apoiar o movimento dos estudantes e realizar também a sua própria luta contra a PEC da morte. Todos os que estão envolvidos com as ocupações sabem muito bem que só a luta mesmo pode mudar as coisas, já que as instituições legislativas estão ocupadas por pessoas que representam os interesses de grupos econômicos. 

No Centro Socioeconômico a batalha está mais dura. A ocupação, iniciada pelos alunos do Curso de Relações Internacionais, apesar de não estar impedindo as aulas, tem sido violentamente atacada por um pequeno grupo de alunos contrários ao movimento. Por duas vezes esses alunos provocaram tumultos, inclusive agredindo estudantes que nem estão na ocupação. 

Por conta das agressões a direção do centro decidiu suspender as aulas na segunda e na terça-feira, justamente para garantir a segurança dos ocupantes. Segundo nota divulgada pela direção, já estão sendo feitas as diligências para identificar os agressores, e que medidas administrativas serão tomadas. 

Agora pela manhã, o centro foi reaberto e as aulas estão acontecendo normalmente. O ambiente ainda está tenso porque na segunda-feira, mais uma vez, um aluno tentou desobstruir a entrada referindo-se aos ocupantes com palavras agressivas e ameaçando mais violência caso as aulas não fossem retomadas.

Gentilmente, os estudantes da ocupação informaram ao estudante que as aulas não estão paradas por causa deles, e sim por conta das agressões que outros estudantes, contrários à ocupação, realizaram. Ainda assim, percebe-se que não há desejo de diálogo por parte dos agressores. Tudo o que querem é tumultuar. Insistem em defender o seu direito de ir e vir, mas não querem saber de defender o direito dos outros alunos à livre manifestação. Muito claramente, esses jovens defendem a democracia que lhes interessa. 

A segurança do campus está presente no CSE e segundo o coordenador, está atenta para garantir a segurança dos estudantes. 

Ontem aconteceu uma reunião entre os estudantes e o reitor sobre uma possível desocupação em função da realização do vestibular. Mais de mil alunos realizarão a prova no CSE e isso não acontecerá caso se mantenha ocupado. Os estudantes deverão discutir o tema.

Na parte da manhã, o vice-diretor do CSE, Rolf Hermann Erdmann circulou pelo prédio onde são realizadas as aulas e constatou que muitos professores não vieram. Alunos que exigiram aulas estavam fora das salas, sem os professores. Poucas salas estavam ocupadas com aula normal.

A luta segue. Hoje a partir das 12h e 30min as três categorias devem realizar uma assembleia para discutir o processo. 


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