quinta-feira, 30 de julho de 2009

A importância da música






Por Paulo Renato Venuto

A música é de infinita importância para sensibilizar um coração duro, porque ela pode afeiçoar a consciência e a sociedade. A música tem esse poder de entrar onde não há portas e fazer ali a ação curativa. Sebastian J. Bach dizia que ´´a música se faz para a glória de Deus e o aperfeiçoamento do homem´´. Assim, quando ela já não tiver essa capacidade de pavimentar o coração e a alma do ser humano, não poderá ser mais chamada de música.


Nas sociedades primitivas, como a 1,6 milhões de anos, os homens, homos erectus, já batucavam com ossos os troncos de árvores ocas para festejar a ternura que sentiam no coração. Agora, nas sociedades modernas os homos sapiens batucam nos seus instrumentos eletrônicos para se libertarem das cadeias. Mas também cantam e dançam para fazer da comunidade onde vivem um lugar bom e bonito para si e para os outros.

Aí está a importância da música, fazer da pedra dura e do coração enrijecido uma mola flexível. Por isso a música tem importância inestimável, porque ela faz do homem endurecido um ser puro, com encantos, e livre de maldades...

Eu e o Catatau


Em dias de campanha para reitor...
Foto do bruxo Leo!
Saudade eterna deste amigo, companheiro...Che Catatau.

domingo, 26 de julho de 2009

Morreu o Catatau!




Ele era o melhor de nós. Sempre estava ali, em todas as lutas. Nas passeatas, nas greves, nas campanhas eleitorais, nos shows de música, nos atos políticos, nas ocupações. Tinha o andar cadenciado, um jeito despojado, um certo ar de alheamento que era puro fingimento, pois estava sempre ligado nos fatos. Entrava nas formaturas, nas reuniões do Conselho Universitário, reuniões de CÃS, do colegiado. Tomava sol em frente ao Básico e acompanhava os estudantes nas filas do RU. Acompanhava a galera do Passe Livre ou qualquer outra muvuca que rolasse dentro da UFSC. Era um revolucionário genuíno. Virou Che Catatau.

Eu o vi na quinta-feira, em frente ao Elefante Branco, deitado, enquanto o Encontro Nacional de Estudantes de Economia fazia pausa para o almoço. Sentei do seu lado, falei com ele e lhe afaguei a cabeça. Não imaginava que jamais o tornaria a fazer. Agora me chega a notícia de que foi encontrado morto num dos córregos que cortam a UFSC. O Catatau se foi. Nunca mais veremos sua presença rebelde, tão mais rebelde que todos nós.

Foi enterrado no lugar que mais lhe faz justiça. Ao pé da “Pira da Resistência”, monumento erguido pelos trabalhadores, numa greve da qual ele também participou. Agora viverá para sempre em frente ao Básico, passo de praticamente todas as almas que freqüentam a universidade. Da terra onde está plantado brotarão flores e no lugar onde repousa seu corpinho marrom tremula a bandeira dos Cães Piratas, em homenagem ao seu líder, o líder de todos os “perros”: Catatau!

Ninguém ainda sabe ao certo se morreu de morte morrida ou se foi morto por alguém. Mas, saberemos. O Catatau era nossa alegria, nosso companheiro, nosso irmão. Sua presença querida se apagou, mas a lembrança do amado amigo seguirá viva em nós. Também é certo que nos dias de luta, os tantos que ainda estão por vir, se vislumbrará sua doce presença, passeando, curiosa, por entre nós. É duro ficar sem ele nesta universidade tão feia e triste. Mas, como todos os anjos, Catatau vive para sempre! Hasta la vitória compañero!