quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Psicologia e movimento indígena



Hoje, dentro da programação do II Congresso Catarinense de Psicologia Ciência e Profissão, que se realiza na UFSC, acontece, a partir das 15h, na Sala Harry Laus, Biblioteca Central da UFSC, uma mesa de discussão sobre o tema: Psicologia e Povos Indígenas, da qual participam Sabrina Della Vechia Scarabelot, Lumena Celi e Bruno Simões. Os três nomes tem forte ligação orgânica com o movimento indígena.

O Congresso tem ampla programação. Confira.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Ato contra a PEC 215 em Santa Catarina























A mulher xokleng não se intimidou com a presença dos policiais que chegaram tentando destrancar a estrada. “Nós também temos o direito de fazer manifestação, cada povo tem o direito de mostrar seu sofrimento”. E assim, por duas horas, as três etnias de Santa Catarina, Guarani, Xogleng e Kaigang, com a solidariedade dos militantes da causa indígena, realizaram nesse dia 11, um grande ato na BR 101, bem em frente  a Aldeia Itaty, no Morro dos Cavalos. 


Com a ocupação da estrada, nas duas pistas, eles estenderam seus cartazes, faixas e fizeram o toré. Danças rituais que desvelam a cultura viva, ainda resistindo, mesmo com mais de 500 anos de massacre.


Esta já é a terceira manifestação que as três etnias realizam juntas, o que mostra também uma crescente integração na luta pelos direitos. Ainda que estejam separados por longas distâncias, como é o caso dos Kaikang, que vivem no oeste, os povos originários do estado têm buscado uma articulação cada vez mais forte porque entendem que só unidos podem garantir suas demandas.


Com esse ato que durou toda a manhã, iniciando às dez horas com os rituais de proteção e boas vindas, passando pela ocupação da estrada por duas horas seguidas, os povos indígenas de Santa Catarina uniram-se ao movimento nacional desse dia 11 de novembro. Em todos os estados eles deram seu grito de protesto contra a PEC 215 que dá ao Congresso Nacional o poder de remexer nas demarcações de terra já realizadas, não só de indígenas mas também dos quilombolas e de povos tradicionais, e definir daqui para frente as novas demarcações. Como a bancada ruralista é maioria e quer domínio sobre as terras indígenas, ninguém tem dúvidas dos interesses que estão pro trás dessa mudança. 


“Nós vamos fazer essa luta até o último índio. Ninguém vai nos calar”, insistiu Woie Patté. A luta segue até que se arquive definitivamente a PEC 215.