sexta-feira, 9 de setembro de 2016

50 anos de Jornadas nas Estrelas




Era assim. sair da escola correndo e voar para casa para aboletar em frente a televisão. O coração aos saltos. Até que vinha aquela voz:

"O espaço: a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos... para explorar novos mundos... para pesquisar novas vidas... novas civilizações... audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve".

Ah... e então era o navegar por mundos desconhecidos, cheio de criaturas estranhas. Os mundos para além do nosso, seres distintos, mas passíveis de serem amados. 

Jornada nas Estrelas, criada por Gene Roddenberry,  um ex-piloto da Força Aérea e depois da Pam Am, fez história nos EUA, quando colocou no ar o primeiro beijo interracial, entre o Capitão Kirk e Uhura. 

Toda a equipe da nave era uma conformação de etnias diferente e até de raças distintas, como o apaixonante senhor Spock, sempre dividido entre a frieza vulcana e as emoções terráqueas.

Cada episódio mostrava a possibilidade de paz e harmonia entre os seres que vivem no universo. Claro que tudo dentro da lógica estadunidense, na qual eles eram sempre os mocinhos. Mas, com um pouco de pensamento crítico a gente podia limpar o que não prestava e ficar com a mensagem filosófica básica do seriado, que era justamente a possibilidade de que todas as raças viventes na galáxia pudessem se entender.

Durante toda vida fui apaixonada por Spock. E sigo até hoje.... 

Nesse dia 8 de setembro fez 50 anos do primeiro episódio. Atualmente o cinema reviveu a saga, com os ocupantes da Enterprise ainda jovens. É bacana, mas não é a mesma coisa. Falta muito da filosofia original de Roddenberry. Está mais para o cinema de aventura do que aquele que nos ensinava a pensar que os seres de todas as raças podem se amar e conviver.

Lá no cosmos Gene deve estar navegando e encontrando amigos de todas as raças, inclusive os Klingons.





Segue o debate no CSE contra o 70/30




Atendendo a um chamado do professor Irineu Manoel de Souza, do Cursos de Administração da UFSC, trabalhadores técnico-administrativos, professores e estudantes do CSE estiveram reunidos nessa quinta-feira, dia 08, para discutir as regras da eleição para a direção do Centro.

Tudo isso porque uma comissão tirada no Conselho da Unidade, ao discutir as regras para a eleição, acabou empatada entre a proposta de votação paritária e outra que prevê a regra dos 70/30, na qual os professores teriam peso maior no processo.

Na reunião, as três categorias foram unânimes em repudiar a proposta do 70/30, encarando-a como um atraso em relação ao que historicamente vem acontecendo na UFSC. Já existe um acúmulo político sobre a consulta ser sempre paritária, uma vez que as instâncias da UFSC já funcionam na regra do 70/30.

O professor Lauro Mattei lembrou que desde a primeira eleição realizada para reitor, em 1984, a UFSC tem praticado a consulta com o voto paritário. Logo, não tem qualquer cabimento o CSE iniciar um retrocesso. Técnicos lembraram que a categoria tem na sua pauta de luta a proposta do voto universal, assim como os estudantes, mas que até o momento o acordo possível foi o voto paritário e qualquer passo atrás não será tolerado.

Entre os estudantes também ficou expresso o sentimento de que, diante da proposta de atraso, a luta deve ser sempre pelo voto universal, que exprime o voto verdadeiramente democrático. Brenda Piazza, do grupo TAES LIVRES, acompanhou a reunião e ressaltou a importância de todos conhecerem o conteúdo do relatório final do GT Democracia, criado pelo Conselho Universitário para discutir as regras da eleição para a reitoria.

A reivindicação geral é de que o Conselho da Unidade não pode realizar uma votação desse quilate sem que haja um amplo debate em todas as instâncias do Centro. Mas, não um debate na lógica dos conselhos, que não são democráticos, já que as representações são desiguais. Um debate amplo, aberto, com toda a comunidade do CSE, para que seja exposto os motivos de uma proposta de retrocesso ter surgido nesse momento.

Do encontro foi retirada uma comissão para conversar com a diretora do Centro, professora Elisete, visando garantir que a próxima reunião do Conselho da Unidade seja aberta. Também foram tiradas várias propostas de mobilização, tanto dos TAEs quanto dos estudantes e professores.

Mais tarde, na reunião com a diretora do Centro, ela se mostrou aberta ao debate e espera uma proposta de data por parte do movimento para a realização da reunião do Conselho de Unidade. Essa proposta deverá ser entregue na segunda-feira que vem.


No Centro Socioeconômico esse é um tema que já está mobilizando as categorias e por todo o prédio já se podem ver os cartazes contra a proposta do 70/30.


Reunião com a diretora do Centro, professora Elisete. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Brasil, Pindorama, liberdade!



"É  por amor a essa pátria, Brasil, que a gente segue em fileira"

Não me importo com as pedras. E nesse dia 7 de setembro faço questão de declarar meu matriotismo, meu patriotismo. Sim. Amo essa terra, que é Pacha – mãe e pai. Porque somos seres telúricos, crias dos lugares. Quis o universo que eu nascesse na banda oriental, espaço da pampa, do descampado. Lugar de disputas sangrentas pela liberdade. Filha de Sepé, de Artigas, de Guyunusa. Tenho a alma marcada pela taipa de arroz, pelo rio Uruguai, pelos horizontes sem fim e carrego a fibra dos Charrua.

Hoje se celebra a independência desse imenso país, coalhado de distintas gentes. Ela – a independência - ainda não veio. Por isso mesmo devemos celebrá-la, ano a ano, dia a dia. Não na figura do entreguista Pedro I, que já começou sua história com acordos espúrios. Mas na figura das gentes que aqui nasceram e aqui constroem – desde sempre - o caminho da liberdade.

Somos filhos do lugar, temos a geografia gravada no corpo. Somos planície, serra, litoral, mata atlântica, cerrado, caatinga, selva. Somos semente de belezas, afortunadamente brasileiros, tropicais e invernados, ao mesmo tempo.

Nesses dias sombrios, somos nós – matriotas e patriotas, os pachamamistas – que nos levantamos em rebelião. Contra a ditadura, contra o medo, contra a opressão. Pela liberdade, pela soberania, ainda distantes. Mas para elas caminhamos, e por elas celebramos.

Viva nossa independência. Que já existe em nós, mais ainda precisa se fazer corpo na coletividade nacional. Até que chegue o dia em que possamos compreender que somos um pequeno e gênero humano e que podemos viver em paz.


Vamos caminhando. Fora Temer! Viva Pindorama, essa terra de tantas caras. 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

TAEs do CSE se mobilizam em favor do voto paritário




Os trabalhadores técnico-administrativos em educação lotados no Centro Socioeconômico realizaram uma reunião na última sexta-feira, dia 02 de setembro, para discutir a proposta de mudança de regras na eleição de diretor do Centro. Segundo o representante dos TAEs no Conselho de Unidade, a Direção da Unidade designou uma comissão para elaborar as normas da eleição que se aproxima e submeter à apreciação do Conselho da Unidade. Na comissão não houve consenso sobre qual seria o peso de professores, TAEs e estudantes. Num grupo de seis pessoas, três (a representação dos TAEs, Maurício Rissi, a dos estudantes e a professora Vânia, do Serviço Social) insistiram para que as regras seguissem sendo a da paridade – como foi a anterior e tem sido historicamente na UFSC para escolha de reitor, e outros três (professores Jaylson, da Economia, Alonso, da Contabilidade e Evelise, da Administração) propuseram o sistema de votação 70-30, na qual 70% do peso fica com os professores, e 15% para cada uma das outras duas categorias que compõem a Universidade.

Não bastasse isso, tem aparecido em rodas de discussão encabeçadas por docentes defensores do 70-30, uma terceira proposta – que chamaram de alternativa – que seria a de dois-terços-e-um-terço, na qual os técnicos seriam unificados com os professores e os alunos ficariam com a terceira fatia. 

Apesar de ser apresentada como uma terceira via, a proposta de dois-terços-e-um-terço apenas serve para iludir a comunidade desavisada haja vista que, considerando o número de servidores docentes e técnico-administrativos do CSE, os TAEs continuariam com o peso próximo a 15% exatamente da mesma forma que do sistema de votação 70-30.

A aceitação do voto paritário já é uma concessão fruto de longos debates e acordos. Assim, retroceder é algo que não está no horizonte dos TAEs.

Os trabalhadores do CSE discutiram o tema e chegaram a seguinte conclusão:

1 – A UFSC historicamente tem atuado dentro da regra da paridade, inclusive, o próprio Conselho Universitário já decidiu por isso, elegendo nosso atual Reitor nesse sistema de consulta.

2 – Não há qualquer ilegalidade em fazer a consulta dentro da regra da paridade, pelo contrário, existem leis que amparam essa forma de escolher.

3 – Há um consenso geral nos tribunais que a regra dos 70-30 é inconstitucional, pois fere o texto constitucional, especificadamente o que discorre sobre a gestão democrática do ensino.

4 – Não há argumento plausível para uma mudança de regras, numa votação já historicamente consolidada na paridade.

5 – O Conselho de Unidade é uma instância representativa, portanto, qualquer alteração no que historicamente vem sendo feito tem que passar por amplo debate nos departamentos, entre os TAEs e entre os estudantes.

Entendido isso, os trabalhadores decidiram que não é possível aceitar a mudança das regras e que a votação deve ser paritária.

Para consolidar essa posição eles realizarão conversas com os Chefes de Departamento, Coordenadores de Curso, Coordenadores da Pós-Graduação e estudantes. Também exigem que, qualquer mudança proposta, não seja votada no Conselho, sem antes passar por uma discussão geral entre as três categorias. Os TAEs também se consideram, a partir de agora, em estado de alerta e mobilização e realizarão uma série de atividades para marcar seu descontentamento com mais esse ataque à democracia e a liberdade.

Os TAE's propõem algumas perguntas:

Quem realmente ganha com essa ideia 70-30 de que algumas pessoas ou categorias são melhores do que outras?

Quem ganha com a falta de transparência em não discutir amplamente o trato da coisa pública?

Há realmente algum ganhador quando um grupo pretende subjugar toda uma categoria?

Que tipo de interesse é esse que se vale de um voto 70-30, subjuga pessoas, categorias de trabalhadores e coloca os verdadeiros chefes (o público) com a menor representatividade possível?

Defendemos que seja dada a devida publicidade dos atos oficiais e o rito democrático em uma universidade que quer ser participativa e que tem em sua missão, visão e valores o dever "da construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida".

Nenhum passo atrás. TAEs do CSE

Repressão além da rua






Cinco militantes sociais receberam hoje de manhã uma intimação para comparecer numa delegacia do norte da ilha - longe do local de moradia de todos eles - no meio tarde, próximo do horário em que está marcado mais uma ato do "Fora Temer". E o documento ainda explicita que a ausência será encarada como crime, passível de detenção.

A ofensiva contra a livre manifestação começou.

Movimento divulgou nota:

Denúncia de Abuso de Poder, de quebra do direito à liberdade, à igualdade e à livre manifestação de opinião – FORA TEMER !

A Rede Fora Temer Floripa vem a público denunciar as ações de Estado de Exceção, quebra do Estado de Direito, por parte de autoridades de Santa Catarina no uso de função pública, contra o direito de livre manifestação pacifica em locais abertos ao público, independente de autorização como nos assegura o Art 5º da CF.

Denunciamos que, como parte integrante das ações de tribunal de exceção, ocorreram ontem 5 intimações para que integrantes das manifestações populares da Rede Fora Temer Floripa, compareçam para prestar esclarecimentos como autores de atos não constantes da intimação. Agrava-se o fato de que, não por mera coincidência, esta intimação impõe comparecimento às 15:30h, na Delegacia de Policia de Ingleses, onde não reside nenhum dos intimados, inviabilizando suas participações no ato OCUPA BEIRA MAR – Grande Ato FORA TEMER, que ocorrerá hoje, às 18h no Trapiche da Av Beira Mar Norte. Portanto, como forma de intimidação e terrorismo psicológico aos manifestantes e às manifestações populares.

Diante disso, reafirmamos mais do que nunca nossa disposição de defesa de nossos direitos legítimos e constitucionais, o direito da livre organização, reunião e manifestação de opinião, em espaços públicos, contra as arbitrariedades do comando da Policia Militar, a mando do Governador do Estado, com apoio do Prefeito Municipal.

Destacamos que esta avaliação do Estado de Exceção em curso, em Florianópolis, foi também manifesta por vários cidadãos e organizações sociais, entre elas a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SC, após as truculências policiais da semana passada, que diz:“Um povo que não pode se manifestar sobre o destino político do seu país ou que é recepcionado por “operações de guerra” por parte da polícia vive num Estado de exceção. Por isso espera-se da Polícia Militar catarinense que trate os manifestantes de hoje com o mesmo respeito que soube tratar os manifestantes pró-impeachment de antes. Polícia é para proteger a cidadania. Para baixar a pancadaria,  basta um bando armado e sem comando…”

Portanto, pelo acima exposto, comunicamos que iremos em conjunto com outros atores sociais entrar com pedido de Habeas Corpus preventivo para os 5 intimados e Mandado de Segurança, bem como apuração e punição da discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais, no Ministério Público, contra a violência e coação da liberdade de locomoção, expressão, garantias de direitos, por ilegalidade e abuso de poder de autoridade e agente público no exercício de atribuições do poder público.

Por último destacamos que as manifestações da Rede Fora Temer Floripa, por Nenhum Direito a Menos, continuarão em número cada vez maior nos espaços públicos da cidade, para darmos um basta nacional ao golpe das elites reacionárias. Basta ao governo Temer, e seus ataques aos nossos direitos trabalhistas e sociais, bem como aos ataques contra a soberania e patrimônio nacional.

Viva a Soberania e o Poder Popular, Viva a Democracia !
Não ao Golpe e ao Estado de Exceção, FORA TEMER !

REDE FORA TEMER FLORIPA, Nenhum Direito a Menos, 06 de Setembro de 2016

OCUPA BEIRA MAR – Grande Ato FORA TEMER,

Hoje Terça Feira 06 de SET, 18h no Trapiche da Av Beira Mar Norte


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Pedintes: uma questão de classe


Cartaz em ônibus, na Paraíba

Hoje vivi mais uma aventura no ônibus, esse latão do Rio Tavares, espaço de histórias e assombros. Quem me conhece sabe que eu não resisto a um vendedor. Creio que isso vem da minha infância e da postura do meu pai, sempre comprado qualquer bugiganga que  alguém oferecesse na porta da rua. “Coitados”, dizia, “não é fácil vender nesses tempos sombrios”. E os tempos, no capitalismo, sempre são sombrios.

Então, no ônibus, quando entram aqueles guris com os papeizinhos, vendendo caneta ou balas de goma, eu compro. Não é musculação de consciência, porque estou sempre na luta pela mudança dessa sociedade. Apenas aplico a máxima do meu pai.

Pois hoje, estava eu, em pé, com livros e casaco nas mãos, esperando que o busão saísse quando entrou a mulher. Toda desarranjada, com aquela cara triste, vendendo balas de goma a um real. Entre os ocupantes do ônibus, aquele desconforto. Parece que sempre que entra um pobre vendendo algo ou um pedinte, todo mundo desvia o olhar. O pessoal faz cara feia, e resmunga. Pode-se até ouvir alguém dizer: saaaaco. Ah, o pobre é sempre um incômodo. Revirei a bolsa e achei um real, peguei a bala, sorri, e comecei a comê-las, devagar. Mais ninguém comprou.

Logo que o ônibus saiu do terminal, um garoto veio lá da frente. Estava bem vestido, era branquinho e parecia muito bem nutrido. Vendia uma rifa. “Sei que é chato fazer isso no ônibus, mas sou da equipe de basquete do Instituto e estou vendendo uma rifa para que a gente possa ir para a competição”. E seguiu explicando que a rifa dava bons prêmios como uma Tv de LED, tablet e outras coisas mais. Custava 2,50. Eu falei: “mas, o governo estadual não deveria bancar a participação da escola nesse torneio? Não somos o país das olimpíadas? Cadê o estado?”

O garoto me olhou brabo e disse: não precisa ajudar se não quiser, e as pessoas no ônibus também ficaram me olhando atravessado. Estranhamente, as mesmas pessoas que haviam desviado o olhar da vendedora de balas, acolhiam o estudante bonitinho. Conversavam e compravam a rifa. Pelo menos umas seis pessoas atrás de mim levaram um bilhete.

Fiquei pensando que a vida, nesse mundo sem humanidade, é uma merda mesmo. Até mesmo os pedintes estão submetidos a uma avaliação de classe. A mulher das balas certamente as vendia para por comida na mesa, enquanto os que compraram a rifa só estavam pensando no prêmio que poderiam ganhar. Implorei à grande deusa para a rifa ser falsa afinal, vez em quando, também temos de destilar nossa dose de maldade.