sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Trabalhador da UFSC sofre perseguição política

Entrevista com Daniel Dambrowski, que está ameaçado de exoneração por conta de duas avaliações negativas. Um feita de maneira irregular, por apenas uma pessoa, e outra realizada quando ele estava em licença médica, na qual o consideraram faltante. os trabalhadores da UFSC estão mobilizados para reverter a situação. Também fala aqui o TAE Luciano Agnes, que trabalhou com Daniel no grupo Reorganiza, que fez o diagnóstico da universidade para a implantação das 6 horas.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Previdência é fichinha, o inimigo é o capitalismo



O sistema capitalista de produção, diz Mészàros, é uma totalidade incontrolável. Sua função é buscar lucro a todo custo e, por isso, nem mesmo os capitalistas conseguem colocar freio a essa sede desenfreada. Assim que, como no clássico filme de terror do grande Bóris Karloff, ele funciona como uma bolha assassina, se expandindo sempre mais e engolindo tudo no caminho por onde passa, insaciável. Sua fonte de riqueza é o trabalho dos trabalhadores. Daí é extraída a mais-valia, que é o valor a mais, criado pelo trabalhador, e não pago pelo patrão. Marx já desvendou esse mistério e mostra, com dados concretos, como não existe outra forma de o capitalista garantir sua riqueza se não for explorando o trabalhador. 

No geral a exploração se dá assim: a pessoa é contratada e recebe um salário por oito horas. Esse salário serve apenas para garantir que o trabalhador não morra. Garante a comida, a roupa, algum serviço de saúde e ponto. Mas, a riqueza que a pessoa produz nessas oito horas de trabalho é bem maior do que o salário que ela recebe. O que sobra dessa subtração é o lucro do patrão. A mais-valia.

Com o passar do tempo, o sistema capitalista foi encontrando formas de extrair ainda mais valor da pessoa. A invenção das máquinas tem ajudado bastante os ricos a enriquecerem mais. Pois, com a máquina, a pessoa trabalha as mesmas oito horas, mas produz infinitamente mais. O salário segue achatado. Mais valor para os patrões. Muito mais. 

Agora, não satisfeitos com a possibilidade de extrair mais e mais valor da pessoa que trabalha, o sistema busca esticar e esticar a vida dessa “peça” inestimável. Como a medicina e a farmacêutica tem conseguido aumentar a expectativa de vida, as pessoas tendem a viver mais. Então, qual o passo mais lógico para o sistema capitalista? Não permitir que essa peça de produzir riqueza fique gozando a vida, em uma aposentadoria que pode se estender por 30 e até 40 anos. 

O roubo do corpo

É exclusivamente por isso que aí está a mudança na Previdência, anunciada pelo governo Temer. Não tem nada que ver com rombo ou déficit. Quem tem acesso aos números sabe que não há problemas com as contas. A questão única que orienta essa decisão é a ganância dos capitalistas. Por isso que essas mudanças não acontecem só no Brasil, elas estão por todo o mundo, inclusive nos países centrais que, até bem pouco tempo, gozavam do famoso “bem estar social”. Não gozam mais, vejam as lutas que acontecem por lá. 

É da natureza do capitalismo se expandir. Ele precisa fazer o dinheiro gerar dinheiro, sem parar. Foi assim que a produção saiu dos países centrais e ocupou os países dependentes e subdesenvolvidos. Os capitalistas ocuparam a América Latina, o continente africano, a Ásia, sempre em busca de mão-de-obra barata, as quais pudessem sugar até a última gota de sangue. Por isso que nesses lugares periféricos o que existe é a superexploração dos trabalhadores, ou seja, jornada maior que oito horas, e maior produção no espaço de tempo da jornada. Com isso o lucro aumenta de maneira abissal.
Agora, todos os espaços da terra já foram ocupados com essa sanha destruidora da produção de mercadorias que as pessoas nem precisam. Também já criaram as técnicas de obsolescência programada para que essas mercadorias tenham que ser trocadas a cada tanto. 

Só que os capitalistas sabem que é só o trabalhador que cria o mais valor. Esse lucro que garante a riqueza de 1% das pessoas no mundo, só pode existir se for roubado de seres humanos que trabalham. Não há outra forma de produzir riqueza. Por isso a necessidade agora de avançar ainda mais sobre o corpo. 

Se antes a pessoa trabalhava até os 50 anos, precisa ir mais adiante. A vida dura mais, então há que explorar por mais tempo a pessoa. O que fazem então os donos do capital? Tiram os direitos. Nada de aposentadoria para que uma grande massa de gente fique por aí, sem gerar valor. E ainda mais se são empobrecidos. “Ficam por aí incomodando”, é o que devem imaginar. Então, acaba com a previdência. 

Mas, como fazer os trabalhadores acreditarem que eles estão mesmo atrapalhando o desenvolvimento do país por estarem ficando velhos? Simples. Cria uma campanha sistemática através dos velhos parceiros do capital – os meios de comunicação. Envolve jornalistas, formadores de opinião, apresentadores de programas de entretenimento, ídolos nacionais, todo mundo falando a mesma coisa. “A previdência tá quebrada, a previdência tá quebrada”. “A culpa é dos velhos, a culpa é dos velhos”. Cria-se um consenso e, num átimo, até os velhos começam a achar que são mesmo um atrapalho e que o melhor mesmo é, pelo menos seguir trabalhando e contribuindo para o desenvolvimento do país. Até que venha a morte. 

Ora, isso é uma mentira. Não acreditem! Rebelem-se!

No mundo, 99% da população é formada por esses criadores de valor, os trabalhadores. Somos a maioria. A riqueza que existe, toda ela, é produzida por esses 99%. Os que usufruem dela são os ladrões. Essa é a verdade.

A bomba que hoje é chamada de “reforma da previdência” não está a reformar nada. Está a destruir a vida das pessoas, com mais voracidade do que já vem fazendo desde que o sistema capitalista existe. Contribuir por 49 anos para garantir um salário igual ao que a pessoa tenha quando se aposentar, isso é uma afronta à vida. Jogar para 65 anos a idade mínima para parar de trabalhar é um crime. Mas, em verdade, esse não é problema mesmo. É só a aparência da coisa. A essência mesmo é o modo de produção, o capitalismo. Esse é o monstro que precisa ser detido. 

A boa notícia é que isso é possível. Se são os trabalhadores os que geram a riqueza e se eles são 99% da população, então estamos com a faca e o queijo na mão. O que precisa ser feito, então? Fazer com que o fruto do trabalho seja da maioria e não do 1%, vagabundo.  E como fazer isso? Conhecendo a realidade na sua essência e organizando-se coletivamente. Os caminhos surgirão. 

É claro que enquanto não acontece a derrocada do sistema temos de lutar contra os sintomas. Por isso há que barrar essa mudança na previdência. Mas, como uma luta tática. 

Não existe rombo. A pesquisadora Denise Gentil, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, escreveu uma tese desmontando essa farsa. O que acontece é que o governo de plantão faz uma opção política de tirar recursos da rubrica da previdência para pagar outras contas, geralmente os juros bancários. Os bancos, sempre os bancos. Lembrem que naquela turma do 1% uma boa parte é de banqueiros. Voltamos ao começo, tudo se trata de melhorar o sistema de roubo de riquezas do trabalhador. 

Imaginem se fossem os próprios trabalhadores que gerissem os recursos das contribuições que fazem ao longo da vida, mais os outros impostos que foram criados para financiar aposentadoria das gentes? Imaginem que esses recursos não fossem desviados para pagar empréstimos que nunca aprovaram? Imaginem que esses recursos não fossem entregues para salvar empresas de amigos ricos? Acreditam em sã consciência que não haveria proteção e cuidado aos velhos, que já tivessem contribuído tanto? 

Hoje são 32 milhões de trabalhadores que recebem aposentadoria, a quase absoluta maioria, salários de fome. E são esses os que impedem o crescimento do país? Ora, vamos pensar. Não vou aqui dar números, porque eles já estão por aí sendo apresentados. Dou apenas um nome: o dessa professora, a Denise Gentil. Entra aí na internet e procura ver. Ela mostra claramente que não há rombo. Esse vídeo aponta os dados. (https://www.youtube.com/watch?v=Z8TJyflXEqg) 

O que está por trás da tal reforma da previdência é justamente mais uma forma de extração de riqueza dos trabalhadores feita pelos capitalistas. Não pense em crise, trabalhe. Esse é o mote. Trabalhe até morrer e não cometa besteiras como atuar em sindicatos ou construir revolução. 

E então? Que vai ser? 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Sobre passeatas e construção de realidades



Não há problema nenhum de as pessoas saírem às ruas para manifestar sua alegria ou descontentamento. É um direito sempre defendido por todos os que, sistematicamente, participam de protestos e lutas. Num país onde as instituições estão fechadas à participação popular, o único espaço onde a voz pode se erguer são as ruas.  E ainda que muitos dos que marcharam nesse domingo tenham uma posição clara e definida pela volta de um regime autoritário aos moldes da ditadura militar – o que é grotesco - não dá para deixar de ver que entre os manifestantes também estão as pessoas que verdadeiramente querem ver estancar a corrupção endêmica no país. Uma corrupção que não está unicamente nos partidos ou nos políticos. Ela existe em todas as instâncias do nosso tecido social. 

A pauta do combate à corrupção é uma pauta que toca a todos e é justamente por isso que a direita tradicional aproveita o mote para envolver aqueles que a mídia chama de “cidadãos de bem”. Porque, em última instância, não há criatura na terra que, sendo de bem, não seja contra a corrupção. Daí o apelo que essa pauta tem, conseguindo levar para a rua pessoas de tão variadas ideias. Há que pensar sobre isso e sobre o uso das ruas para as lutas também da direita organizada, que hoje usa movimentos como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, para esconder as siglas partidárias, tão rechaçadas pela maioria da população. Um pouco de observação atenta e pode-se ver a ligação desses movimentos com partidos como o DEM e o PSDB.

Um pouco de história

Nos últimos anos, ainda na ditadura, as primeiras caminhadas pelas ruas foram no período da luta pela anistia, lá pelo final de 1978. O governo militar estava nos estertores e as pessoas já se arriscavam a realizar passeatas, depois de um longo período de repressão brutal. Por todo o país aconteciam marchas pedindo a volta dos exilados, gente que tinham saído do Brasil justamente por conta da perseguição do regime de exceção. Era um clamor nacional, uma pauta humanitária que unia a esquerda e pessoas sem muita ligação com a política institucional.  Mas, as caminhadas, sempre pacíficas, recebiam o mesmo tratamento de hoje: muita polícia, muito porrete, prisões. E eram um risco concreto para a vida de quem participava.

Naqueles dias a mídia comercial, completamente atada aos interesses da ditadura, não divulgava as caminhadas que cresciam, e cresciam. Era como se nada estivesse acontecendo. Quando não havia como negar, quando ficava grande demais, os manifestantes eram atacados: os “comunistas”, os “subversivos”, os “desocupados”. Palavras um pouco diferentes das de hoje, mas com o mesmo sentido. Os que marchavam eram sempre “do mal”, sem qualquer contextualização. A realidade era invertida. A mentira era a lei. 

Só que aquela era uma vaga que não tinha parada, e dia a dia crescia, com mais e mais gente saindo para a rua, até que em agosto de 1979 foi assinada a Lei da Anistia. Veio a hora, então, de as gentes saírem de novo para a rua, celebrando a volta dos companheiros e companheiras de sonho. A partir dali as ruas seguiram sendo ocupadas na luta pelas eleições diretas, outra pauta que unificava toda a nação brasileira. Manifestações gigantescas, também invisibilizadas pela TV e pelos jornalões.  Ainda assim, todo aquele povo sem medo seguiu se manifestando, fazendo acontecer o fim do regime militar. E quando ele acabou, misteriosamente, na mídia, as pessoas que haviam lutado e arriscado suas vidas passaram a ser aquelas que “construíram a democracia”. Com o passar do tempo, as manifestações tão demonizadas entraram para a história como um momento de grande importância para a nação. Porque a realidade está fora dos meios de comunicação e, ao se impor, exige que o discurso dos meios mude. 

Daí a necessidade de uma reflexão sobre a cobertura que a mídia deu às manifestações desse domingo, mais uma vez querendo inventar uma realidade que não existe. Sempre apostando na mentira e no encobrimento. Primeiro elemento a ser analisado: a mídia cobriu os atos desde as primeiras horas, como se fosse um grande acontecimento nacional, incorporando o mote de combate à corrupção, sem matizar os diferentes grupos que ali se manifestavam. Boletins de hora em hora no rádio, na TV e na internet, uma espetacularização sem conteúdo. Um bom motivo para desconfiar. Por que, afinal, essa mesma mídia, não deu igual cobertura para as manifestações contra a PEC 55, que mexerá com a vida de milhões de pessoas ao congelar gastos no social? Da mesma forma como considera bom para as finanças o congelamento dos investimentos, os meios de comunicação não mostram o outro lado. Se as finanças ficam equilibradas, como ficam as gentes?  Isso não se fala. 

Segundo elemento: como podem os meios de comunicação de massa saudar como “importantes” e “necessárias” as atividades dos grupos que pedem intervenção militar? Que mundo é esse em que algumas pessoas vão às ruas pedir o retorno da censura, da morte, da tortura e das desaparições? Como podem pedir isso, se isso é considerado um crime hediondo. Por que então, os meios não explicam a diversidade de grupos que se manifestam na rua? E que entre os que ali marcham realmente preocupados com a corrupção, há também os que atuam pelo retorno do terror? Claro, se a mídia mostrasse quem organiza e o que defendem, muitos cidadãos não participariam. 

Terceiro elemento: as manifestações pedindo o fim da corrupção e a volta do regime militar acontecem sem incidentes com a polícia. Nenhuma repressão. Pelo contrário, são protegidas pelos policiais e as pessoas tiram “selfies” com os fardados, tidos como heróis. Isso acontece porque as manifestações não se insurgem contra o poder. Elas, de fato, não incomodam quem está no comando da vida no país. O fim da corrupção é uma pauta vaga, porque não define o como. E os que defendem o totalitarismo do poder Judiciário, nesse momento, estão ajudando os velhos políticos corruptos a colocar por terra o tal do estado democrático e de direito burguês. Afinal, como dizia Jesus: “a lei existe para o homem e não o homem para a lei”. 

Já os trabalhadores que lutam contra a PEC da morte, que congela os gastos com saúde, educação, segurança e moradia por 20 anos, esses são chamados de “bandidos”, “bandidos”, como se pode ver no vídeo que mostra um policial bastante alterado, partindo para cima dos manifestantes, em Brasília, com bombas e balas de borracha. A polícia é ensinada a defender o estado, não a “res publica”. 

Assim, não mostrando os matizes e os objetivos que levam as pessoas às ruas, a mídia vai cumprindo seu papel de fiel defensora da classe dominante. Mentindo e inventando realidades. Por isso a luta contra a corrupção “é boa”, enquanto a luta contra o congelamento dos investimentos públicos “é má”. Na verdade, cada uma dessas lutas tem de ser analisada na sua totalidade, com todos os matizes que carregam.

Possivelmente, a despeito da mídia, a história desenhará lá na frente o aspecto totalizante dessas manifestações rua. E, de novo, aqueles que hoje batalham contra a barbárie imposta pelo capital serão reconhecidos como os “importantes sujeitos” que lutaram contra o terror do congelamento dos investimentos sociais. Manifestando-se contra a violência, contra a destruição de direitos, pela vida. Assim como foi durante o período da ditadura. Já os que saíram às ruas domingo serão mostrados como os que, ainda que bem intencionados, acabaram engrossando a fileira daqueles que pediam a intervenção militar – coisa que carrega ainda simbolicamente o sentido da morte, medo, violência e perseguição. Basta uma olhada nos cartazes que as pessoas  carregam, os dizeres que defendem. Tudo está às claras. 

É sempre bom lembrar que as ruas seguem sendo o espaço das lutas do povo. Mas, é preciso também perceber que algumas dessas lutas acontecem sem riscos, sem truculência da polícia. Há que se perguntar por quê?  

Está claro que o que se vive é a luta de classes e é natural que os policiais estejam do lado de quem defende o uso da força contra os trabalhadores que enfrentam as políticas recessivas do estado. O estado que é dominando pelo capital. Porque os policiais, ainda que sejam trabalhadores, no geral, defendem a classe dominante. O antagonismo está explícito. Será preciso ainda muito trabalho para que esses trabalhadores - que hoje cumprem a triste missão de reprimir, bem como os que gritam pela volta dos militares - compreendam o verdadeiro sentido da segurança pública. Lá na frente, quando vier o doloroso resultado das medidas tomadas pelo Congresso Nacional contra a maioria da população, talvez alguém possa despertar. 

O debate em questão pretende colocar em pauta justamente a diferença que existe entre a ideia de sociedade defendida pelos trabalhadores em luta, e a que defende a volta dos militares. É preciso ter tudo muito claro e depois, cada um e cada uma, observando os objetivos de cada concepção de mundo, que decida seu caminho. Mesmo aqueles que hoje marcham, seguindo com a consciência ingênua, o que acreditam ser apenas uma luta contra a corrupção. Não tenho dúvidas de que se tiverem as informações e compreenderem o que realmente acontece, passarão a engrossar as fileiras dos que atuam contra as medidas arrochantes do governo. Medidas que buscam manter em equilíbrio, não as contas, mas os bancos e os ricos.

Para os trabalhadores em luta, na história recente, desde as caminhadas pela anistia, o horizonte é a vida boa para todos os que produzem riquezas, numa forma de governo na qual o poder seja exercido pela esmagadora maioria. Ao contrário dos que defendem a mão-dura dos militares, do poder totalitário, os outros defendem a democracia radical, aquela na qual as pessoas participam e decidem juntas. É claro que é bem mais cômodo ter alguém definindo as coisas pela gente. Democracia é coisa difícil, precisa comprometimento, participação, paciência. Ainda assim, há os que preferem o caminho árduo, espinhoso e longo, que é também cheio de belezas e de encontros amorosos. O que move esses princípios é o amor, unicamente o amor. O desejo de que todas as pessoas no mundo tenham o direito de comer, dormir, morar, sentir-se seguro, dançar e ser feliz.

É fato que esse sentimento oceânico que move os lutadores sociais encontra a dureza da luta de classes. E há que enfrentar os que impedem esse sonho de amor. Isso será feito. Não há saída. Os trabalhadores seguirão tomando as ruas e lutando pela construção desse mundo sem classes, no qual o trabalho não será mais do capital, mas das gentes. Mas, nesse meio tempo, é preciso também conversar com as gentes que estão fora do circuito dos partidos e movimentos organizados. Essa é também uma longa batalha de comunicação.