sábado, 18 de junho de 2016

Venezuela: avançam as missões


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou nesse sábado que a partir da semana que vem inicia a entrega de mais 200 bases das Missões Socialista em todo o país. Segundo ele, essas bases são parte do programa Pobreza Zero e visam levar as missões diretamente às famílias necessitadas. Conforme números do próprio governo existem pelo menos umas 1.500 comunidades em extrema pobreza no país e as bases são centros logísticos que deverão garantir os serviços de saúde, alimentação, atenção social e educação.

As bases das missões são formadas por quatro módulos. Um deles serve como moradia para os médicos, que servem à comunidade 24 horas, com atenção permanente. O segundo módulo é usado para os programas de formação e cultura. Nele funcionam os Simoncitos (espaço para educação inicial), a missão de alfabetização, a missão de educação secundária e a missão de educação universitária. 

No terceiro módulo ficam os consultórios de atenção primária, com o funcionamento da Missão Sorriso, que garante tratamento dentário gratuito e no quarto módulo está o Mercado de Alimentos, onde são vendidos alimentos a preço baixo, subsidiados pelo governo bolivariano.

As missões são espaços de organização popular que visam atender toda a população e as bases são os espaços concretos onde essas missões se efetivam. Com essas novas 200 bases o governo avança na consolidação do atendimento às necessidades básicas da população mais empobrecida. Atualmente existem, em funcionamento, 1.059 bases de atendimento e são consideradas pelo presidente como um "milagre da revolução" por seguirem atendendo apesar da guerra econômica travada contra o governo e a população.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

O território indígena - 02

A semana foi de muita tristeza para os povos originários. Mais um irmão caiu sob a violência do latifúndio. Desta vez foi um Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. O genocídio interminável, iniciado em 1492, quando as caravelas espanholas chegaram em Dominica.

Em respeito a todas as comunidades que seguem na luta pela recuperação de suas terras, nós seguimos com nossa série sobre o sentido do território para os povos indígenas, porque entendemos que ao compreender a filosofia que comanda o modo de vida dos povos originários, os não-índios poderão também compreender a luta pela demarcação das terras.

Nesse vídeo a entrevista é com Gersem Baniwa, do povo Baniwa, professor da Universidade Federal do Amazonas.

O trabalho é fruto dos Projetos "Povos Originários de Nuestra América" e "Indígena Digital", ambos do IELA.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Alfredo Moffatt e a psicologia


Entrevista com o psicólogo Alfredo Moffatt, criador da Escola de Psicologia Argentina e da psicologia do oprimido. Trabalhou com o educador brasileiro Paulo Freire, com o qual manteve importante diálogo. Ele esteve na UFSC no mês de junho/2016, onde proferiu conferência. A entrevista foi feita pela psicóloga Catarina Gewehr, com imagem e edição de Rubens Lopes. Produção: Pobres e Nojentas.

Matam mais um índio - Nota da Coiab


A foto acima é uma representação, mas no interior do Brasil, em vários estados, e principalmente no Mato Grosso do Sul, os índios estão sendo mortos em nome da ganância do agronegócio. Não satisfeitos em deter já 62% das terras agricultáveis, os fazendeiros querem mais e mais, avançando para cima das terras indígenas, expulsando e provocando mortes. É tempo de a sociedade agir. 


Nota de Repudio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira aos ataques sofridos pelos indígenas do povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Tey Jusu, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul.

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)_* REPUDIA VEEMENTE os ataques contra os indígenas do povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Tey Jusu, município de Caarapó, Mato Grosso do Sul, sofrida hoje (14 de junho), resultando em morte de um indígena e vários feridos.
Denunciamos novamente que nos últimos anos, o extermínio das populações indígenas desse país, principalmente no sul do Brasil seguiu sem parar, com mecanismos mais sutis e eficazes, acobertada pela chancela do Estado Brasileiro. As invasões das terras indígenas promovidas por grupos e setores, é referendada por um modelo de desenvolvimento entendido como o único capaz de promover o crescimento. Tem-se, assim, o massacre, a agressão, a discriminação,criminalização e o racismo contra as populações indígenas que vivem em áreas visadas para a expansão de um modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio.
Não há uma discussão de ações afirmativas e políticas concretas de defesa e proteção dos direitos indígenas, para garantir as condições de existência e, o mais importante, assegurar as demarcações de terras tradicionais destes povos, condição sem precedente para a VIDA.
A COIAB exige que as autoridade competentes averiguem com rigor e com agilidade, as ameaças e os crimes cometidos contra os indígenas do Tekohá Tey Jusu, que os autores desse crime sejam julgados e condenados. Os povos indígenas da Amazônia Brasileira reiteram que é inaceitável e inadmissível continuar os ataques e o genocídio dos povos indígenas. Não ficaremos calados e de braços cruzados diante dessa violência vivida por nós há 516 anos.
Manaus-AM, 14 de junho de 2016.

Coordenação Executiva da COIAB

terça-feira, 14 de junho de 2016

O nacionalismo


Entrevista com o jornalista José Augusto Ribeiro, autor da trilogia "Era Vargas", sobre Getúlio Vargas e "A noite do destino", sobre Tancredo Neves. Nessa entrevista ele fala sobre o nacionalismo, a conjuntura e o pré-sal.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Chapa 1 é a opção para a direção do Sintufsc






Greve das 30 horas - greve interna, inédita e corajosa. Fez história na UFSC. Esses guerreiros estavam lá, organizando e construindo...










As eleições para a direção do Sintufsc vêm aí – dia 10 de agosto - e é hora de os trabalhadores da UFSC apostarem em gente que luta. Estamos vivendo tempos duros e difíceis, que provavelmente piorarão. Para enfrentá-los há que contar com um sindicato que não fique mudo, que atue firmemente na defesa dos direitos, que seja capaz de propor saídas inventivas e criativas.

O grupo que forma a Chapa 1 – TAEs Livres é fortalecido por pessoas que já mostraram sua capacidade de luta e organização. Quem não se lembra da boniteza que foi a greve pelas 30 horas? Original, corajosa, frenética. Quem pode não se encantar com companheiras como a Brenda, a Marina, a Carla, Simone, Marilene, Dalânea, Cristina, a Camila, a Selma ou com os queridos Luciano, Bruno, Fernando, Renato, Jorge, Luis, o João Henrique, o Rodrigo e Hélio?  

É um pessoal que já se destacou nas greves passadas, que segue se destacando em todas as assembleias, discutindo a conjuntura, propondo coisas. É gente que representou os TAEs no Conselho Universitário, que defendeu propostas, que discutiu a universidade, que apontou problemas e soluções. Uma turma que não mede esforços para estudar, compreender, e enfrentar os desafios que estão postos para a universidade e os trabalhadores. Conhecem de todos os âmbitos da UFSC, desde as contas – com atuação no conselho de curadores – até a grande política.

A Chapa 1 é a possibilidade do voto consciente, do voto necessário, de confiança e de mudança. A Chapa 1 é como uma brisa no abafado e modorrento sindicato que hoje é incapaz de representar a necessária força para combater os tempos duros que virão.

Não tenho dúvidas em caminhar com essa gurizada cheia de vida, esperança e força. Com eles vou, atravessando o deserto da pequena política, construindo um amanhã desejado. Logo vamos passar por aí, na sua sala, para conversar.

Peço seu voto e seu apoio, colega da UFSC. Acredite na mudança e defina-se pelo 1.


Para compreender o mundo indígena


























O Brasil vive desde há anos o fortalecimento do movimento indígena autônomo e radical. A proposta de uma emenda constitucional (PEC 215) que retira da presidência a prerrogativa de definir as demarcações jogando a decisão para o Congresso Nacional levantou os povos numa luta renhida. Afinal, os indígenas sabem muito bem o que está em jogo: a cobiça do empresariado rural pela terra.

Diante do avanço do agronegócio para regiões como o cerrado e a Amazônia, e da construção das grandes obras hidrelétricas, dezenas de povos originários estão ameaçados de perder seus territórios.

Para o branco - fruto da civilização ocidental/cristã -  parece cada dia mais incompreensível o mundo indígena e os políticos e empresários jogam muito bem com isso na opinião pública. A frase “muita terra para pouco índio” é repetida à exaustão, como se fosse uma verdade inquestionável.  Que necessidade têm os índios de tanta terra? Perguntam os deputados, os mesmos que querem distribuir as terras indígenas aos seus amigos latifundiários.

Pois é necessário aclarar duas coisas básicas. Primeiro, quem tem muita terra são os fazendeiros, e poucos: 2,8% dos estabelecimentos rurais são grandes propriedades e ocupam 60% das terras produtivas. Já os indígenas brasileiros que totalizam 305 etnias ocupam apenas 12,5% do território nacional ( 106,7 milhões de hectares).

Segundo, a terra, para o índio, não tem a mesma significação que para o branco. Enquanto a cultura ocidental vê a terra como mercadoria, passível de ser comprada e vendida, impregnada de valor de troca, o indígena a concebe como um todo sagrado e visceralmente ligado à vida. Para um branco não há problema em comprar um terreno e depois vender, ir para outro terreno, fazer nova casa. Mas, para o indígena, o território é morada dos deuses, morada dos antepassados, está cheio da vida da comunidade. Sair de um lugar e ir para outro significa a morte.

Assim, para que as pessoas possam melhor compreender o significado do território para um povo indígena o projeto “Povos Originários de Nuestra América”, do IELA, que acompanha as lutas indígenas desde 2004, inicia agora uma série de vídeos, com entrevistas realizadas junto a lideranças indígenas, discutindo singularmente essa temática. A coordenação é de Elaine Tavares, com a participação de Rubens Lopes e Cris Mariotto, ambos participantes do grupo de extensão Indígena Digital, também do IELA, e coordenado pela professora Beatriz Paiva.

O trabalho, realizado nessa parceria, conta ainda com o apoio das entidades de organização indígena de cinco regiões do país:   Apib, Coiab, Apoinme, Aty Guassu e Arpinsul.