sábado, 9 de julho de 2022

Novo reitor na Ufsc


Foto: Cotidiano/UFSC

 Entrei na UFSC em 1994, já passei por muitos reitores e nunca elegi qualquer deles. O Diomário, que já era reitor quando eu cheguei foi o que mais perto chegou da compreensão da comunicação, a tal ponto de depois de entender, ele ser um divulgador da política pública criada pela Agecom, naqueles dias comandada pelo jornalista Moacir Loth. Depois, os que vieram estavam sempre na posição de adversários e contra suas políticas muitas lutas travei. Cheguei a responder a um processo na polícia federal, por sequestro de reitor - o Lúcio - numa dessas lutas com a estudantada. E foi por conta de uma atitude equivocada do Rodolfo Pinto da Luz que eu tive de sair da Agecom. Ele nomeou um professor do curso de jornalismo para dirigir a agência durante uma greve de trabalhadores. E com ele sofremos censura e assédio moral. Foi quando decidi, junto com Nildo Ouriques, Beatriz Paiva e Raquel Moysés participar da criação do Iela. 

Hoje foi um dia especial. Fui a uma posse de reitor. Um reitor que escolhi, no qual votei e em quem deposito grande confiança. Irineu Manoel de Souza, a melhor pessoa. Foi uma cerimônia bonita, esperada por anos, já que Irineu havia tentado outras três vezes. Agora, finalmente, o gurizinho que entrou na UFSC com 18 anos sonhando em ser reitor, viu seu sonho acontecer. Foi emocionante olhar sua figura pequena assomando no meio de um mar de gente, sob o som das palmas. E lá em cima, no palco, com sua beca de reitor, gigante. Esperou 48 anos por isso. E não apenas esperou. Ele batalhou por isso, se preparou. E o dia chegou. 

Irineu assume num tempo duro, final de festa bolsonarista (ou não?), cortes imensos nas verbas da universidade, anos de abandono, não será fácil. Mas, o Irineu está bem acostumado a lidar com os tempos duros. Vai encontrar caminhos, eu espero. 

De minha parte seguirei como sempre. Acreditando, apostando, mas sem deixar de ser o grilo-falante, pronta a berrar se algo não sair como por tantos anos planejamos. Espero que ele cuide bem da comunicação - essa menina dos meus olhos. Que a Agecom seja fortalecida, que não vire espaço de alunos - isso é coisa do curso de jornalismo - que não seja chapa-branca, que volte a ter um jornal, que a TV UFSC também receba cuidado, que se reconheça o valor dos que cuidaram de tudo com tão pouco, como é o caso do querido Thesta. 

Lá do fundo do auditório eu fiquei com o coração em festa, eu me emocionei, chorei. Foi bonito demais. Amanhã, quando a vida reiniciar depois do fim de semana, estaremos ao pé do canhão, de ouvidos e olhos alertas. Porque a UFSC precisa ser a universidade necessária. Para isso lutamos e menos que isso não aceitaremos. Desejo sorte ao Irineu e toda sua equipe. Sejam ousados, inventivos e certeiros.