Com informações de Roseméri Laurindo e Agência Bolivariana de Notícias.
O comandante da revolução bolivariana Hugo Chávez era um homem que pensava o mundo de maneira crítica e seu sonho era o avanço para o socialismo. Não foi sem razão que tão logo assumiu o governo na Venezuela iniciou um trabalho de edição de livros. Ele queria que seu povo fosse leitor voraz, como bem ensinava o educador caraquenho Simón Rodríguez. E, assim, ao longo de todo o governo de Chávez (e ainda hoje), a Venezuela editou centenas de títulos importantes, entre livros de história, ciência, literatura e outros de assuntos específicos. Muitos desses livros eram simplesmente colocados à disposição, gratuitamente, ou então vendidos a preço muito baixo.
Dentre os títulos que
foram editados para que a gente venezuelana começasse a pensar o mundo
criticamente está o “Segredo da Pirâmide”, do gaúcho Adelmo Genro Filho. Nesse
livro ele apresenta uma teoria do jornalismo a partir da abordagem marxista e
mostra como pode ser possível produzir uma notícia sem cair na lógica da
ideologia e da manipulação. Narrar a partir da singularidade do fato, mas de
tal maneira que o leitor possa entender a universalidade, ou seja, todo o contexto
e atmosfera onde o fato se desenrola.
Na Venezuela, o livro foi editado em 2010, com o título “El
secreto de la pirâmide”. O jornalista Hernán Carrera, da Agência Venezuelana de
Notícias, apresentou a publicação durante a cerimônia de relançamento da AVN, no
lindo teatro Tereza Carreño, afirmando: “É
um livro dos bons, dupla e triplamente bom. Mostra os relevos da geografia da
realidade, os caminhos subterrâneos por onde anda a concepção dominante, as
cordilheiras, as quais precisamos cruzar para fazer do jornalismo um serviço, e
para colocá-lo a serviço dos povos. Cordilheiras essas que são altas, abruptas,
sem dúvida, mas que também são possíveis de ultrapassar”.
O livro de Adelmo foi lançado na Venezuela justamente para
que a população pudesse compreender as armadilhas do jornalismo praticado pelos
grandes meios, naqueles dias (e ainda hoje) vivendo uma espécie de guerra
contra o governo de Chávez. Falando sobre o trabalho do teórico brasileiro,
Carrera fez questão de sinalizar que Adelmo não concebia um jornalismo de
complacência , nem com o capitalismo, nem com o socialismo, nem mesmo numa
sociedade sem classes. “O jornalismo, para Genro é algo que precisa ser
incômodo e o jornalista, um incomodador por ofício”.
O companheiro venezuelano entendeu a mensagem e os que
seguimos as pegadas de Adelmo fortalecemos nossa compreensão sobre como deve
ser praticado o jornalismo.
Adelmo vive! Está na prática mesma desse ofício tão
apaixonante que é narrar a realidade na sua totalidade!
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