O senado brasileiro votou ontem à noite a favor do regime de urgência para a discussão e votação do fim da exclusividade de exploração do
pré-sal pela Petrobras. O resultado foi apertado: 33 votaram pela urgência e 31 votaram contra. Isso significa que o projeto do senador José Serra (PSDB), que pretende entregar o pré-sal para as garras das gigantes transnacionais irá mesmo
à votação, e em regime de urgência. Ou seja, não poderá haver qualquer
adiamento. A decisão será tomada.
Os senadores catarinenses Dalírio Beber (PSDB) e Paulo Bauer (PSDB) votaram pelo regime de urgência, aliados com Serra. Dário Berger (PMDB) votou contra o regime de urgência.
A considerar o resultado dessa votação, é praticamente
seguro que a maioria vote favoravelmente ao senador do PSDB. É certo que
a Petrobras já tem vários setores privatizados, mas ainda é uma estatal cuidando de um setor estratégico (energia). Passando a proposta de Serra, o
Brasil e os brasileiros perdem e perdem feio, inclusive soberania.
O argumento do senador José Serra para entregar o pré-sal é
de que a estatal brasileira (Petrobras) não têm os recursos para tocar a exploração do petróleo no ritmo acelerado
que ele considera deveria ser. Assim, propõe que se retire a exigência de
que a Petrobras tenha participação assegurada na exploração de cada uma
das áreas do pré-sal. Arregaça as portas para os estrangeiros.
Na verdade, a proposta de Serra está alicerçada no desejo
das multinacionais do Petróleo que querem abocanhar as reservas a baixo custo. Assim, ele capitaneia mais um vergonhoso momento de entrega do patrimônio
brasileiro promovido pelo PSDB, como foi a entrega da Vale do Rio Doce, no governo de FHC. A intenção que se esconde por trás de mais essa
vilania é a destruição da estatal do petróleo, além de entregar aos
estrangeiros reservas que são estratégicas para o país. Uma vergonha.
Enquanto isso, os brasileiros estão completamente alheios ao
que se passa dentro do Congresso, visto que os meios de comunicação sequer
mencionam o que pode acontecer caso a exclusividade da Petrobras seja retirada.
Apenas uma grande mobilização nacional poderia mudar o
quadro da votação. Haverá?
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