Saiu ontem da gráfica um novo livro, fruto de parcerias afetivas. Textos meus, ilustração da artista plástica Diana Román Durante, arte da capa de Leopoldo Nogueira Paqonawta e diagramação de Flávia Destri. "Líricas, a palavra
amorosa do cotidiano'. É um apanhado de várias crônicas sobre a vida, a cidade,
os sentimentos, o cotidiano. Muitas dessas crônicas já foram publicadas em
jornal ou revista, mas faltava plasmá-las em seu conjunto. O lançamento ficará
para o ano que em breve começa. Mas, quem quiser, é só pedir que eu mando por
correio.A apresentação ficou por conta da jornalista Miriam Santini
de Abreu e a orelha por Rubens Lopes.
A menina da rua da Coruja Dourada
Míriam Santini de Abreu
Parte da
magia do jornalismo é empalavrar cotidianamente a realidade. E esse gesto de
empalavrar tem várias formas e fôrmas, uma delas essa que escorre dos textos
publicados pela jornalista Elaine Tavares no blog Palavras Insurgentes (eteia.blogspot.com) e que
agora compõem a presente coletânea “Líricas: a palavra amorosa do cotidiano”.
O blog, no qual são postadas
reportagens, artigos, comentários, fotografias e vídeos, tem sido, desde que
foi criado, uma referência como voz dissonante no jornalismo cada vez mais
acrítico que se pratica na atualidade. Ou que, quando crítico, se faz voltado
para alugar o discurso aos poderosos, que dele se valem para disseminar o
desentendimento venenoso da realidade. A escrita de Elaine, semeada em centenas
de posts, amplia a compreensão do modo como a cidade se transforma em uma
mercadoria à venda, mas também do movimento contrário, da resistência de
mulheres e homens que desvelam essas negociatas e a combatem no cotidiano.
Os textos narram histórias
de resistência pelo meio ambiente saudável, a paisagem aberta a todos, a
cultura popular, a educação de qualidade, a informação a quem dela queira se
apropriar, sem o controle dos oligopólios criminosos. Dessa forma, o blog –
cujos textos são reproduzidos Brasil afora – também é um farol para as novas
gerações de jornalistas, sinalizando o caminho das lutas populares percorrido
até aqui e a escrita possível e necessária para mantê-lo aberto e pleno das
narrativas de suas personagens. (...)
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