terça-feira, 8 de agosto de 2017

UFSC e Israel - uma parceria impensável?



O reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancelier recebeu em seu gabinete o Cônsul-Geral de Israel, Dori Goren. A pauta da conversa foi uma possível parceria público-privada para implementação de startups, um nome bonitinho/colonizado para um tipo de empresa de tecnologia em fase inicial, na modalidade .com.  

Além de receber um representante de um dos governos mais violentos da terra, em flagrante processo de genocídio contra o povo da Palestina, o reitor afirmou, segundo notícia no sitio da UFSC, que a gestão está aberta a parcerias com a iniciativa privada e, que, legalmente não há nenhum impedimento. Ainda acordou uma possível visita ao estado terrorista de Israel em novembro deste ano.

Mas a coisa ainda fica pior. O Cônsul deverá também realizar na UFSC uma série de palestras sobre História e Ciência Políticas. O que ensinará esse senhor? Como matar crianças, mulheres e velhos de maneira violenta? Como ocupar as terras alheias? Como dizimar um povo? 

Definitivamente é uma vergonha que a UFSC se preste ao papel de estabelecer parcerias com um país como Israel, que tem sido boicotado por todos aqueles que lutam por justiça para o povo Palestino. 

Israel, que é um estado teocrático e militarmente poderoso, aliado dos Estados Unidos para fazer a política suja no Oriente Médio – embora não merece nenhuma citação disso na mídia comercial, tão pródiga em atacar países que não se alinham com os EUA – vem desde o ano de sua criação, 1948, ocupando as terras palestinas, instalando colônias, promovendo assassinatos e torturas, inclusive à crianças.

É fato que a maioria das pessoas que circulam pela UFSC pouco se importam com a vida dos Palestinos. Mas outros há que sim, se importam e lutam para ver o fim do massacre e da violência. E esses repudiam veementemente a atitude do reitor.

O grupo "UFSC à esquerda", que reúne professores, estudantes e TAEs, publicou uma nota na qual repudia essa parceria, tanto a público-privada, contra a qual a comunidade universitária lutou incessantemente desde a sua proposição, quanto contra a com o estado terrorista, e lembra: “Neste caso, há uma dupla afronta ao sentido público da universidade. Não apenas coloca a produção de conhecimento e a formação dos estudantes a serviço de interesses particulares, mas o faz em parceria com o Estado de Israel – que violenta abertamente o povo palestino. Mais uma evidência de que em nome do pragmatismo de mercado esta universidade está pronta para abandonar qualquer compromisso com a vida dos povos.”

E assim vamos, caminhando para o abismo! 

Há quem venha dizer que um reitor tem de receber todo mundo. Certo. Concordamos. Receber sim, mas estabelecer parcerias com um estado terrorista? Aí já é demais. 





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