quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A democracia manca



TAEs, professores e estudantes já estão em luta

Alguns professores do Centro Socioeconômico da UFSC propuseram, no Conselho de Unidade, mudar as regras da eleição que, na UFSC, historicamente, tem sido feitas na paridade. Ainda não é o modo ideal, pois significa que cada categoria (técnicos, professores e estudantes) tem um peso diferente. Entre os TAEs, a reivindicação histórica é pelo voto universal, uma pessoa, um voto. Mas, no embate, o que se conseguiu até agora foi a paridade.

Pois tem professor que quer voltar atrás, mergulhar no atraso, no autoritarismo. E a proposta que agora começa a tomar corpo é a de realizar as eleições com o peso de 70% para os professores e os técnicos e estudantes dividindo os 30% restantes. Uma proposta que só encontra eco na arrogância.

Mas, o que se vê entre os que propõem o 70/30 é a velha prática do dois pesos/ duas medidas. Segundo mensagem que circula entre os TAEs e professores, enviada pelos trabalhadores dos Cursos de Economia e Relações Internacionais, pelo menos nesses cursos tem professor que pede democracia em nível de Brasil, mas trabalha pela diminuição dela no CSE.

Os TAEs divulgaram o manifesto - que foi construído pelos professores - intitulado “Impeachment, política externa e democracia: as consequências do golpe”, no qual os professores repudiam o golpe em curso no Brasil, chamando para a defesa da democracia. O manifesto é assinado por quatro dos professores que são representantes dos cursos no Conselho de Unidade. Logo, presume-se que se defendem a democracia no âmbito do governo federal, deveriam primar pela defesa no seu espaço de atuação, a UFSC.

Diz o manifesto: “Os ataques aos direitos conquistados pelos trabalhadores promovidos pelo governo de Michel Temer ferem conquistas alcançadas com muita luta, e a retirada desses avanços sociais pune os trabalhadores e deixa livres as irresponsabilidades das decisões políticas dos governantes”. Pois então, podemos agregar a isso que exigir a eleição pela regra anti-democrática dos 70/30 também é ferir e atacar os direitos conquistados pelos trabalhadores da UFSC e do CSE, já que a eleição paritária é resultado de grandes batalhas.

O documento assinado pelos professores dos cursos de Economia e RI termina assim: “Em defesa da democracia, pela manutenção dos direitos conquistados pelos trabalhadores, por maiores investimentos para a educação e por uma política externa democrática e participativa, manifestamo-nos contra o governo do presidente Michel Temer e sua agenda política elitista e conservadora”. Pois agora espera-se que  também em defesa da democracia e da manutenção dos direitos conquistados, os professores que representam os dois cursos no Conselho de Unidade sigam suas próprias palavras.

Assinam o manifesto os professores: - Clarissa Franzoi Dri, Daniel Ricardo Castelan,  Graciela De Conti Pagliari, Helton Ricardo Ouriques, Jaime Cesar Coelho, Karine de Souza Silva, Lucas Pereira Rezende, Marcelo Arend, Patrícia Fonseca Ferreira Arienti, Pablo Felipe Bittencourt e  Pedro Antonio Vieira.


Entre os TAEs, estudantes e professores que já se mobilizam contra o golpe e o retrocesso do 70/30, fica a expectativa de que os conselheiros que fazem parte do Conselho da Unidade realizem as discussões sobre o tema da s eleições de maneira aberta, com um debate franco e que a democracia seja defendida. Nenhum passo atrás. Pelas regras paritárias até que chegue o voto universal. O caminho deve ser adiante e não o retorno ao autoritarismo e a arrogância. 

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