Acontece em
Florianópolis, no dia 15 de abril , às 19h, no Auditório Henrique
Fontes, CCE/UFSC, a conferência de Sérgio Quintero, da Marcha
Patriótica, da Colômbia. A atividade faz parte do processo de
discussão que culminará em junho, no Uruguai, no II Fórum pela Paz
na Colômbia. Esse pré-fórum que tem por tema “Processo de Paz,
Diálogos, Lutas e Contradições” é organizado por uma série de
entidades sindicais, populares e políticas da cidade e visa informar
com mais segurança sobre o processo de paz desencadeado há três
anos, envolvendo o governo colombiano e as Farcs, mediado pelo
governo cubano.
A Colômbia vive uma
guerra civil que teve seu estopim em 1948, com o assassinato de Jorge
Gaitán, então candidato progressista às eleições presidenciais.
Amados pelas gentes, sua desaparição violenta desencadeou um
processo de rebeliões e violências estatais que se aprofundaram nos
anos 60, com o fortalecimento de grupos organizados visando a
libertação nacional, tais como as FARCs e a FLN. A guerrilha
sobrevive apesar de todos os ataques dos paramilitares e dos
mercenários a soldo, financiados pelos Estados Unidos.
Por outro lado,
décadas de resistência e de luta tem envolvido a população em um
redemoinho que parece não ter fim. Há um desejo de paz, uma vez que
ao longo dos anos o país tem perdido seus melhores filhos em ações
que podem ser caracterizadas como “terrorismo de estado”.
Incontáveis são os estudantes, sindicalistas e líderes populares
que são assassinados e desaparecidos por obra do exército
colombiano ou de grupos mercenários que representam ora os
interesses do estado, ora os interesses dos narcotraficantes. O
resultado desse processo ultrapassa os quatro milhões de pessoas
desalojadas de suas terras, expulsas de seus lugares de moradia, que
vagam pelo país ou migram para outros espaços na América Latina.
Os que não tem como se mover acabam morrendo nos fogos cruzados.
Em todo o mundo,
lutadores sociais se juntam aos esforços de paz. A chamada “mesa
de conversação” está em andamento, embora lenta. As FARCs já
mostraram sua boa vontade e definiram um cessar fogo, mas as ações
de governo e paramilitares continuam. É um tabuleiro delicado que
exige confiança de todos os lados, coisa difícil de lograr, uma vez
que as experiências passadas não são boas. Em duas ocasiões,
quando guerrilheiros entregaram suas armas, foram depois perseguidos
e assassinados. E ninguém quer que isso se repita, por isso os
passos são dados de maneira muito cuidadosa.
Enquanto a mesa
segue, em todo mundo são realizados encontros que visam conhecer a
realidade e prestar solidariedade ao povo colombiano. É o caso desse
pré-forum. Para quem está nas mesas de negociação e na luta
cotidiana, esses apoios são como um vento fresco na fervura da
batalha e ajudam na correlação de forças, daí a sua importância.
A Colômbia quer a
paz, mas ela não pode ser uma imposição governamental. Ela tem de
ser uma construção firme e segura, que garanta a segurança de
todos os envolvidos nas lutas.
Conferência com
Ségio Quintero – Marcha Patriótica
Onde: Auditório
do CCE/UFSC
Quando: 15 de
abril - 19h
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