quinta-feira, 8 de junho de 2023

Alberto Aleixo


T
erminei de ler o primeiro volume da Coleção Ponto Final, Editora Insular, de autoria de Nelson Rolim. É impressionante! Um livro que definitivamente precisa ficar entre os primeiros necessários a qualquer jornalista. Não bastasse isso, precisa ser conhecido por toda a gente que queira conhecer a história do nosso país. Com uma escrita segura e simples, Nelsinho vai contando a história da heroica imprensa comunista no Brasil. Uma verdadeira maravilha. 

A gente vai lendo e se emocionando em cada página. O compromisso, a dedicação, a responsabilidade social, a paixão, o amor pelo Brasil, pelo povo brasileiro, tudo isso vai se derramando nas histórias de cada jornal e de cada militante que entregou sua vida para que as pessoas pudessem ter acesso à informação e ao conhecimento. Jornalistas, gráficos, construtores de tipos, motoristas e até pedreiros passeiam pelas páginas, deixando em nós um sentimento oceânico de admiração. 

A proposta do primeiro volume é homenagear o jornalista Alberto Aleixo, morto pela ditadura que assaltou o poder em 1964. Um homem velho, de 73 anos, que foi levado aos calabouços e sofreu as mais tenebrosas torturas, sem fraquejar. Mas, para além desta história singular, que por si só já é arrepiante e pesada, Rolim descortina a incessante luta dos comunistas para manter um jornal onde pudessem fazer suas denúncias e divulgar as ideias de um mundo bom, regido pelo comum. O livro é construído com pequenos textos, que se entrelaçam entre si, num contínuo, e vão carregando a gente para dentro das redações clandestinas, dos porões. 

O tema da ditadura, da morte, da tortura é um tema pesado, mas Rolim consegue tratar disso tudo com determinada leveza. Nos leva ao assombro, ao ódio, mas principalmente nos enche de uma profunda alegria ao realizar esse encontro com colegas de outros tempos, que também tinham essa paixão pelo jornalismo e pela liberdade. Eu mesma terminei de ler o livro e saí porta afora gritando, gritando, feito louca. Gritos da mais estonteante alegria. Por que apesar de tudo o que foi feito, de todas as dores vividas por esses companheiros, apesar de todas as derrotas, eles nos aparecem ali, vivos e vibrantes, nos mostrando que a despeito de tudo, o caminho é a luta. 

Rolim consegue esse feito: trazer, em totalidade, essa monumental história da imprensa comunista e propicia o nececessário encontro amoroso com esses exemplos de jornalista e de ser humano. Vale a pena ler! Eu recomendo vivamente!  Alberto Aleixo – o jornal do PCB. Uma obra extraordinária. 

A coleção terá 38 volumes. Já estou lendo o segundo!

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