sábado, 13 de outubro de 2012

Relógios


Sério. Gostaria muito de saber quem foi o gênio que teve a ideia de trocar os relógios que havia no calçadão e em frente à igreja. O troço é uma tremenda agressão à paisagem. Não tem absolutamente nada a ver com o cenário, com a rua, com o jeito de Florianópolis. Será que não dava para dizer a esses gestores públicos, arquitetos, sei lá quem, que modernidade não precisa significar coisas metalizadas e gigantes? Que é possível enfeitar a cidade com elementos que se encaixem na paisagem como se ali não estivessem? Fala sério! Aqueles relógios são o ó do borogodó! Se eu fosse esse povo da prefeitura, tratava logo de tirar aquilo e colocar alguma coisa mais a fim com o astral do centro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Entendendo a marca da bolsa




Entrei no ônibus correndo, atabalhoadamente, como sempre. Carregada com livros, casaco e equipamentos de trabalho. Era fim de tarde e o terminal urbano vazava gente pelo ladrão. A fila do Rio Tavares já tinha parado, esperando o outro horário, mas eu estava atrasada e o jeito era ir em pé. Esperar pelo próximo ônibus equivaleria perder uns 20 minutos ou mais, o que me faria também perder a integração e toda aquela ladainha de quem sofre o transporte coletivo desintegrado de Florianópolis. 

Assim, entrei e fui me esgueirando em meio ao povo tentando achar algum lugar que me permitisse segurar no ferrinho do banco porque, como sou pequena, não alcanço o ferro de cima. Tragédia cotidiana. Foi então que percebi uma coisa que me deixou muito intrigada. Na medida em que eu ia avançando pelo corredor ia esbarrando nas pessoas, é claro. Mas o curioso é que as mulheres pareciam estar todas com a mesma bolsa. Era o mesmo modelo, o que variava era a tonalidade. Algumas a tinham na cor bege e outras, marrom. Imediatamente pensei que aquelas bolsas deveriam estar bombando na novela, porque às vezes acontece de um determinado personagem ditar moda. 

O ônibus saiu rumo ao Rio Tavares e fiquei matutando, tentando encontrar algum globo ocular simpático para entabular uma conversa. Lá pela rabeira do ônibus encontrei uma garota que eu conhecia. Observei que ela também estava com uma bolsa igual. Então, observei: - “Gozado, parece que tá todo mundo usando o mesmo modelo de bolsa, né?”. Ela me olhou e riu gostosamente: “É a Louis Vouitton, Elaine. Uma marca famosa, é super moda agora e a gente encontra, baratinha, no mercado público”. Então mostrou a sua, a qual tinha estampada por todo o corpo a tal da marca, um L e um V entrelaçados. Eu então perguntei: “E quanto é que o pessoal ganha para andar com essa bolsa?” E ela, com cara de espanto: “Nada, a gente compra, é moda”. 

Eu fiquei ruminando a informação. As bolsas são como outdoors ambulantes, estampando uma marca, propagandeando. As pessoas deveriam ganhar por isso, afinal, é um anúncio. A menos que fossem apaixonadas pela marca, ou a marca significasse alguma coisa muito legal, como uma campanha para salvar animais, uma mensagem política ou coisa assim. Mas não, fui informada de que o legal é mesmo ostentar a marca, para que os demais vejam o quanto a pessoa é descolada. Entendi. “Essa tua bolsa, por exemplo, é ridícula...”, ela me disse, entre risos. Eu ri também, entendendo que ela era torcedora do Avaí e não que desfizesse da minha “verdinha”. É que a minha bolsa velha de guerra estampa o símbolo do meu time do coração, deliciosa paixão: o Figueirense. De fato, admiti, é brega. Mas não seria tão brega quanto ostentar uma marca só porque ela é marca de descolados?  Ficamos nesse papo, e o povo todo em volta ouvindo. Ela perguntou: “E tu, não tinha que cobrar por levar o brasão do time?” Mas time é amor, respondi.  “Pois é, e Louis Vouitton para nós é amor também”. Putz, me pegou. Como rebater isso? Não dá.  

Assim, de ponto em ponto, lá se foram as moças com suas bolsas em série. E eu, saí serelepe, com minha mochilinha verde, de pelúcia, com o símbolo do furacão do estreito. Cada uma carregava sua própria significância, o seu amor... E vamos combinar, como dizer qual amor é melhor? Não tem como!
 

sábado, 6 de outubro de 2012

A música do Pará



Esse brasilsão é mesmo uma maravilha. Em cada cantinho se esconde a beleza de uma cultura multifacetada, misturada, mestiça. E a música é um dos espaços onde essa cara brasileira consegue se expressar com infinita claridade. No norte, na região do Pará, vive uma dessas coisas lindas, capazes de nos enternecer até as lágrimas: Nilson Chaves.


Apesar de já ter andado tanta estrada numa larga carreira, esse poeta dos rios e da vida marajoara, não toca nas rádios, não aparece na televisão e tampouco é o queridinho das gravadoras. O motivo não é outro senão a riqueza de sua poesia, a delicada mirada do seu espaço geográfico, esse norte tão desconhecido no sul. Através de sua voz, Nilson conta as histórias do boto dos rios da Amazônia, do povo ribeirinho, das gentes do Pará, do açaí, do tacacá, o cotidiano de Belém, da beira do Guajará.


Nilson vai nos guiando pelas veredas úmidas do norte, na ternura do toque do violão, na delicadeza da voz, com aqueles seus olhos de rio. Impossível ouvir suas canções e não sentir a vastidão do mundo amazônico, naquilo que ele tem de grandioso e de especial. A música desse gigante do Pará é para ser ouvida assim, no final da tarde, enterrado na rede, mirando o pôr-do-sol.


Aqui vai um pouquinho dessa beleza, com outro monstro da música do norte, Vital Lima. Para conhecer e nunca mais deixar de ouvir.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A democracia em Cuba



Quem já não ouviu através dos meios de comunicação o mesmo repetido mantra de que em Cuba não há democracia? Pois o Núcleo de Estudos em Práticas Emancipatórias, do curso de Direito da UFSC, em parceria com o IELA, promove a conferência da professora Mylai Burgos Matamoros, da Universidade Nacional Autônoma do México, sobre o sistema jurídico político revolucionário cubano. Uma boa oportunidade para conhecer esse sistema que não tem como ser comparado com a democracia neoliberal burguesa, através da qual se costuma olhar a Cuba revolucionária.

Mylai é licenciada em Direito pela Universidade de Havana, com mestrado na Universidade Nacional Autônoma do México. Atualmente finaliza seu doutorado na mesma universidade mexicana onde também dá aula.

A conferência acontece no dia 15 de outubro, no Auditório do CCJ/UFSC, às 10h.

Mais informações: 37216483  ou 37216742


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Campeche em luta

Por decisão do Núcleo Distrital do Campeche moradores realizaram ato em frente `a Câmara de Vereadores contra a alteração de zoneamento que permite a construção de prédios mais altos. A coisa esquentou... mas a comunidade ficou firme!!! Veja o vídeo


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Campeche protesta contra alteração de zoneamento

Seguindo orientação tirada na reunião do Núcleo Distrital do Campeche, moradores do Campeche fizeram um ato de protesto em frente à Câmara de Vereadores de Florianópolis, contra a votação que alterou o zoneamento da cidade em vários bairros. A sessão foi feita de forma irregular, sem que fosse seguido o regimento interno da casa. Além disso, as comunidades envolvidas não foram ouvidas. Os moradores do Campeche protocolaram um documento no qual revindicam que a alteração seja revertida. Amanhã matéria completa. Agora, uma pequena mostra do ato em imagens... O ato teve a participação solidária de representante do Mosal, do Pântano do Sul.

No compasso da Primavera...

Banda Compasso Aberto no Ato da Primavera, em defesa da Ponta do Coral... Paulo Renato Venuto no sax... Denise de Castro, Silvia Beraldo e demais componentes da banda...