terça-feira, 10 de novembro de 2009

Viva Sandino! Sandino vive!

Vídeo conta um pouco da saga de sandino, na Nicarágua.

domingo, 8 de novembro de 2009

Jornalismo nas margens

Já está disponível o pdf com o meu livro, editado em 2004, e que se encontra esgotado. É o Jornalismo nas Margens: uma reflexão sobre comunicação na comunidades empobrecidas. A reprodução é livre, pedindo-se apenas o devido crédito.

http://www.iela.ufsc.br/?page=noticias_visualizacao&id=1133

A História e a luta do povo Mapuche

Vivendo no sul do Chile, o povo mapuche enfrenta a discriminação, a prisão, a morte e os desaparecimentos. Nunca vencidos pelos espanhóis eles exigem do governo chileno o reconhecimento de sua autonomia. Leia reportagem na íntegra no enlace do jornal Brasil de Fato:

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-povo-mapuche-segue-em-luta

terça-feira, 3 de novembro de 2009

No meio do mundo

Um pé no hemisfério norte, outro no sul. A metade do mundo no Equador!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lentamente, ao sol!



Finalmente o sol. Queimando, esquentando, ardendo. Saio de um lugar ruim, cabeça fervendo. Caminho a esmo pelo centro de Florianópolis, olhando as pessoas e pensando na fragilidade da vida. Tão pouco tempo temos neste planeta azul. O tempo da gente comparado ao tempo histórico da raça é um grão de areia. Vou repassando nossa insignificância individual, enquanto percebo nas caras que passam por mim a urgência dos tempos modernos. Toda a gente tem pressa demais. Eu também, tal qual o coelho da terra encantada de Alice. “Não tenho tempo... não tenho tempo”. E o tempo, como já falou Einstein é tão relativo. Tempo do relógio? Tempo da natureza? Tempo biológico? Qual deles vamos seguir?...

Naquela tarde de quinta-feira meu tempo era o interior. Misteriosamente estava lento. Lembrei de Milton Santos, o nosso grande geógrafo, que dizia: “O futuro será dos homens lentos”. Ele era um mestre, deveria estar com a razão. Talvez seja mesmo hora de diminuir o ritmo, fazer como no poema... “Se eu tivesse que viver de novo tomaria mais banho de chuva, brincaria com barquinhos de papel, daria mais risada, ficaria mais tempo com os amigos...” Ah estes pensares outonais!

O sol seguia sua órbita escaldante. Melhor mesmo era tomar um chope. Três horas da tarde, depois de um dia inteiro enfrentando aparelhos estranhos. Sim, eu tinha direito. “Querido, um chope bem gelado!” O líquido dourado caiu, redondo, e na minha frente seguia o frenesi das pessoas. O mercado fica bem na boca do terminal urbano, por onde passam mais de 200 mil almas por dia, em desvairada carreira, correndo atrás do tempo, que escapa, fugidio.

O dia escorria e eu ali, pensando no tempo. Então fui ao banheiro. E no mercado isso é algo surreal. Para se chegar lá é preciso pegar um elevador que nos leva ao primeiro andar. Não há escadas, portanto, sem escapatória. Entra-se, aperta-se o botão e o elevadorzinho de ferro vai subindo, numa assustadora lentidão. E ali, presa na gaiola branca, fica-se a mercê daquele arrastado subir. Perde-se totalmente o controle sobre o tempo. O controle é da máquina. Prisioneiros somos.

Então entendi. A vida é um presente, um momento único. Cada instante vivido nunca mais vai voltar. Por isso se faz necessária a lentidão. Sorver os segundos, saborear cada instante. O viver é sopro, já se apaga. Nesta tarde de verão atrasado, nada mais nos resta a não ser um aceno curto e a frase pagã; “querido, traz mais um!”...

sábado, 24 de outubro de 2009

Paisagem Especulada

Será no Pântano do Sul, neste domingo, a partir das 10 horas. Para discutir a especulação desenfreada da paisagem e da vida nesta ilha dos empresários, o povo vai realizar uma obra de arta efêmera, na areia da praia, para mostrar que está atento e ativo. Venha quem puder!! Contra a especulação imobiliária, contra a destruição da nossa cidade!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Um ato de amor!


Há dias em que pertencer à espécie humana me envergonha profundamente. Vi, outra noite, o que aconteceu em Chapecó, quando um grupo de jovens trucidou um rapaz. Os garotos se aproximavam do outro, caído, e chutavam, golpeavam com um capacete e até com uma barra de ferro. E o cara, ali, indefeso e só. Penso em quanta solidão também não haveria dentro daqueles que feriam. Quanto ódio guardado, quanta gana de causar dano... Fico pensando se nós, como humanos, não estamos in-voluindo. Que tipo de gente gesta uma sociedade baseada no egoísmo, no individualismo, no consumismo? Que tipo de gente pode vingar de um sistema em que para que um viva outro tenha de morrer? E é aí que me envergonho. Não por conta do gesto isolado de um grupo de desesperados, mas por este ato coletivo de construir uma sociedade tão pouco solidária e amorosa.

Eu vivo com alguns bichos e eles me dão lições todos os dias. Esta semana foi assim. Achamos uma gatinha perdida no mato. Algum humano havia “jogado fora” o serzinho para que morresse sem incomodar. Resgatamos, acolhemos e trouxemos para casa. Ela miava feito doida e logo todos os bichos da casa estavam ao seu redor. Juanita cheirou e arreganhou os dentes, brava pela intrusão. Zumbi, Tupac e Zé Pequeno também não gostaram da presença. Mas Steve, o cachorro, apesar de ser de outra “espécie” logo tomou para si a tarefa de protegê-la, e, lambendo-a, ia empurrando os demais gatos, bravos, para longe.

Miudinha, a gata cabia inteira na palma da mão. Estava assustada, então tomou leitinho e foi dormir na cama dos humanos, para ficar mais protegida. No meio da noite, o susto. A gatinha sumira da cama. Procura aqui e ali e nada. Então, alguém pensou em olhar dentro da casa do Steve e lá estava ela, encolhidinha, dormindo aconchegada ao cachorro.

No dia seguinte, outra lição. Já familiarizados com o cheiro e o miadinho, os demais gato foram se chegando. Não arreganhavam mais os dentes e até arriscavam umas lambidas. Mas, no fim da tarde, quando o sol despencava na barra do céu, vi a cena que me enterneceu. Buscando a peito de uma mãe, a gatinha parecia perdida sobre o tapete. Então Tupac chegou de manso, deitou ao seu lado e puxou-a com a patinha. Aconchegou no peito e passou a lamber, devagar, como a dizer: “não tema mais. Estou aqui”. Agora nossa Sub Ramona está assim, protegida pelos seus novos irmãos. Quão simples é um ato de amor!