Pois o Otaviano me ensinou tudo sobre a reportagem em televisão. Tudo. E sempre com muita delicadeza. Eu o amava por isso. Guardo até hoje as orientações que ele me passou quando fui fazer o primeiro enterro de político. Bah, eu fiquei em pânico. O que eu ia fazer? O que perguntar numa hora dessas para não parecer idiota? Quem entrevistar para não ser invasiva e inoportuna? E ele, pacientemente fez uma espécie de roteiro, tudo escritinho à mão. Além das manhas da reportagem ele também me ensinou a editar naquelas imensas ilhas de edição, com as fitas U-Matic, e em pouco tempo eu já editava minhas matérias e a de outros colegas. Tenho por ele o maior amor do mundo e todos os dias da minha vida eu agradeço por ter sido ele o meu primeiro chefe.
Metidos naquele imenso salão onde ficava a redação - que era a metade da garagem da TV Caxias – nós, eu e o Britto Jr (outro repórter) pudemos aprender tudo o que era possível na profissão. E, mesmo quando a gente cometia algum erro, ainda que fosse grande, ele assumia tudo e nos orientava sobre o que fazer para não mais errar. O Otaviano era muito especial. O Britto logo em seguida alçou voo para São Paulo, onde se deu muito bem e eu também segui meu caminho, segura e competente, esculpida por conta dos seus ensinamentos. Desde que saí de Caxias nunca mais o vi, mas ele mora dentro do meu coração. Nesse ano em que celebro os 40 anos dessa minha prática no jornalismo, eu o reverencio: meu mestre muito amado.
Obrigada por tudo e tanto. Te amo!!!
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