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TAEs do CSE se mobilizam em favor do voto paritário
Os trabalhadores técnico-administrativos em educação lotados no Centro Socioeconômico realizaram uma reunião na última sexta-feira, dia 02 de setembro, para discutir a proposta de mudança de regras na eleição de diretor do Centro. Segundo o representante dos TAEs no Conselho de Unidade, a Direção da Unidade designou uma comissão para elaborar as normas da eleição que se aproxima e submeter à apreciação do Conselho da Unidade. Na comissão não houve consenso sobre qual seria o peso de professores, TAEs e estudantes. Num grupo de seis pessoas, três (a representação dos TAEs, Maurício Rissi, a dos estudantes e a professora Vânia, do Serviço Social) insistiram para que as regras seguissem sendo a da paridade – como foi a anterior e tem sido historicamente na UFSC para escolha de reitor, e outros três (professores Jaylson, da Economia, Alonso, da Contabilidade e Evelise, da Administração) propuseram o sistema de votação 70-30, na qual 70% do peso fica com os professores, e 15% para cada uma das outras duas categorias que compõem a Universidade.
Não bastasse isso, tem aparecido em rodas de discussão encabeçadas por docentes defensores do 70-30, uma terceira proposta – que chamaram de alternativa – que seria a de dois-terços-e-um-terço, na qual os técnicos seriam unificados com os professores e os alunos ficariam com a terceira fatia.
Apesar de ser apresentada como uma terceira via, a proposta de dois-terços-e-um-terço apenas serve para iludir a comunidade desavisada haja vista que, considerando o número de servidores docentes e técnico-administrativos do CSE, os TAEs continuariam com o peso próximo a 15% exatamente da mesma forma que do sistema de votação 70-30.
A aceitação do voto paritário já é uma concessão fruto de longos debates e acordos. Assim, retroceder é algo que não está no horizonte dos TAEs.
Os trabalhadores do CSE discutiram o tema e chegaram a seguinte conclusão:
1 – A UFSC historicamente tem atuado dentro da regra da paridade, inclusive, o próprio Conselho Universitário já decidiu por isso, elegendo nosso atual Reitor nesse sistema de consulta.
2 – Não há qualquer ilegalidade em fazer a consulta dentro da regra da paridade, pelo contrário, existem leis que amparam essa forma de escolher.
3 – Há um consenso geral nos tribunais que a regra dos 70-30 é inconstitucional, pois fere o texto constitucional, especificadamente o que discorre sobre a gestão democrática do ensino.
4 – Não há argumento plausível para uma mudança de regras, numa votação já historicamente consolidada na paridade.
5 – O Conselho de Unidade é uma instância representativa, portanto, qualquer alteração no que historicamente vem sendo feito tem que passar por amplo debate nos departamentos, entre os TAEs e entre os estudantes.
Entendido isso, os trabalhadores decidiram que não é possível aceitar a mudança das regras e que a votação deve ser paritária.
Para consolidar essa posição eles realizarão conversas com os Chefes de Departamento, Coordenadores de Curso, Coordenadores da Pós-Graduação e estudantes. Também exigem que, qualquer mudança proposta, não seja votada no Conselho, sem antes passar por uma discussão geral entre as três categorias. Os TAEs também se consideram, a partir de agora, em estado de alerta e mobilização e realizarão uma série de atividades para marcar seu descontentamento com mais esse ataque à democracia e a liberdade.
Os TAE's propõem algumas perguntas:
Quem realmente ganha com essa ideia 70-30 de que algumas pessoas ou categorias são melhores do que outras?
Quem ganha com a falta de transparência em não discutir amplamente o trato da coisa pública?
Há realmente algum ganhador quando um grupo pretende subjugar toda uma categoria?
Que tipo de interesse é esse que se vale de um voto 70-30, subjuga pessoas, categorias de trabalhadores e coloca os verdadeiros chefes (o público) com a menor representatividade possível?
Defendemos que seja dada a devida publicidade dos atos oficiais e o rito democrático em uma universidade que quer ser participativa e que tem em sua missão, visão e valores o dever "da construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida".
Nenhum passo atrás. TAEs do CSE
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