quinta-feira, 15 de maio de 2008

60 anos de ocupação das terras palestinas


Magda do Canto Zurba*

Nos últimos dias Israel tem celebrado seu 60º aniversário. Este é um momento de muita dor e pesar de todo o povo palestino e sua imensa população que foi banida de seus territórios (leia-se lares, escolas, famílias...) nos últimos 60 anos. Muitas famílias foram fragmentadas, seus sobreviventes se espalharam pelo mundo todo. Surpreendeu-me a falta de sensibilidade da Embaixadora de Israel no Brasil ao anunciar, em seu artigo no DC, publicado em 14 de maio, que: “Israel promove a diversidade, liberdade de expressão e liberdade de culto”.
Acalenta, a senhora embaixadora, a noção de que Israel cumpre a meta de ser uma democracia genuína, baseada em valores universais. O descompasso de tais informações seria até engraçado, se não fosse trágico. É preciso então dizer o que não foi dito: que Israel foi estabelecido justamente onde estava situada a Palestina, através de uma resolução da ONU, e que isto ocorreu sem que se consultasse o povo que ali já vivia, ou seja, o povo palestino. É preciso lembrar que o Estado de Israel foi imposto através de força militar e financiado pelo capital estrangeiro.
É preciso dizer que diariamente palestinos são assassinados, até mesmo crianças. Que todos por lá vivem em situação de terror e medo, inclusive o próprio povo judeu que decidiu ali se fixar. É preciso dizer que existem postos de controle por toda parte, intimidando e reprimindo a vida dos que ali já viviam. É preciso lembrar que a criação do Estado de Israel na Palestina não foi consensual sequer entre o povo judeu, que muitas vezes tem apresentado oposição às práticas racistas e desumanas do governo israelense.
É preciso lembrar que o muro que o governo israelense construiu, desumanizando ainda mais as condições de vida do povo palestino, foi considerado pela ONU como algo que fere os direitos humanos... Enfim, seria preciso dizer tantas coisas... mas quase não se diz. Atualmente a comunidade internacional assiste impassível a um massacre cotidiano. Nem as notícias diárias parecem sensibilizar a humanidade para o que realmente vem acontecendo na Palestina (agora chamada Israel). Então, convenhamos, falar em Estado “democrático” em Israel já é demais... Democracia? Para quem?

* Professora de Psicologia da UFSC e militante pela paz no Oriente Médio.

Lembrando o Nakba

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hoje amanheci


Hoje amanheci, e já se haviam passado 48 voltas em torno do sol
Longas e deliciosas voltas
De vida repartida com os perdidos, os loucos, os fora da casinha.
Vida partilhada com amigos velhos e novos
48 voltas cheias de grandes tristezas, algumas dores imensas
e infinitas alegrias.

Meus dois homens me despertaram com beijos, abraços e presentes
feitos com as próprias mãos
Meus bons amigos lembraram de mim
Os passarinhos cantaram lindas melodias
e os gatos, sabendo de minha alma em festa
se enroscaram em mim enquanto amanhecia...

Amanhão meu corpo pequeno inicia a quadragésima nona
girando, saudando o grande deus, Kuaray!
E tudo será pleno e quente e doce e belo
e todas as lutas serão travadas
e o sorriso não se apagará em mim..
porque viver, já ensinaram os Apaches
é caminhar na beleza!

Cinema Latino-Americano

Já está na página do IELA a programação do Circuito de Cinema Latino-Americano e Caribenho, Ali Primera, que é promovido pelo IELA todas às quintas feiras, às 18:30 minutos. Coemça com uma sessão sobre a Colômbia e depois com líderes de nuestra América. Dá um pulo lá e vê os filmes que estão programados.
www.iela.ufsc.br

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Esfinge



Os gatos, deuses
Cuidam o portal
Os gatos, deuses
Só deixam entram
Os que sabem amar...

Assim é na minha casa,
Portal de mundos
E o gato, deus
Ali está, a cuidar...