"É por amor a essa pátria, Brasil, que a gente segue em fileira"
Não me importo com as pedras. E nesse dia 7 de setembro faço
questão de declarar meu matriotismo, meu patriotismo. Sim. Amo essa terra, que
é Pacha – mãe e pai. Porque somos seres telúricos, crias dos lugares. Quis o
universo que eu nascesse na banda oriental, espaço da pampa, do descampado.
Lugar de disputas sangrentas pela liberdade. Filha de Sepé, de Artigas, de Guyunusa.
Tenho a alma marcada pela taipa de arroz, pelo rio Uruguai, pelos horizontes
sem fim e carrego a fibra dos Charrua.
Hoje se celebra a independência desse imenso país, coalhado
de distintas gentes. Ela – a independência - ainda não veio. Por isso mesmo
devemos celebrá-la, ano a ano, dia a dia. Não na figura do entreguista Pedro I,
que já começou sua história com acordos espúrios. Mas na figura das gentes que
aqui nasceram e aqui constroem – desde sempre - o caminho da liberdade.
Somos filhos do lugar, temos a geografia gravada no corpo.
Somos planície, serra, litoral, mata atlântica, cerrado, caatinga, selva. Somos
semente de belezas, afortunadamente brasileiros, tropicais e invernados, ao
mesmo tempo.
Nesses dias sombrios, somos nós – matriotas e patriotas, os
pachamamistas – que nos levantamos em rebelião. Contra a ditadura, contra o
medo, contra a opressão. Pela liberdade, pela soberania, ainda distantes. Mas
para elas caminhamos, e por elas celebramos.
Viva nossa independência. Que já existe em nós, mais ainda
precisa se fazer corpo na coletividade nacional. Até que chegue o dia em que
possamos compreender que somos um pequeno e gênero humano e que podemos viver
em paz.
Vamos caminhando. Fora Temer! Viva Pindorama, essa terra de
tantas caras.
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