Depois de quase um mês de chuva, o sol apareceu nessa
quinta-feira. Hora de pegar o pai e sair para dar uma volta, desenferrujar as
pernas. Fomos ao mercado, que é o único passeio possível. E lá fomos nós,
arrastando os sapatos, devagarito no más.
Uma boa parte da rua é calçada, mas há um trecho onde o chão
é de areia e, quando chove, é comum a formação de centenas de buracos nos quais
a água fica acumulada. Cuidando dos passinhos do pai, avisei:
- Pai, vai pelo cantinho, cuidado com as poças de água.
E ele, sem nem me olhar, se foi caminhando na direção das
pocinhas. Splash! E lá tascou ele o pé dentro d´água.
- Cuidado, vai molhar o pé.
E ele, tal qual o Armandinho, do Alexandre Beck, seguiu
saltitando, sempre fazendo questão de pular bem dentro da poça de água, esparramando o barro por todo o lado. Ria feito
um menino. Foi assim por todo o caminho de areia.
Resultado: deixei que ele fosse enlameando os pés e a calça.
Afinal, só se vive uma vez, e o quê pode haver de mais divertido do que ficar
saltando dentro das poças de água numa manhã de sol?
Chegando a casa, foi hora de fazer um escalda pés, limpar os
tênis e trocar as calças. E ele, faceirinho, curtindo a traquinagem.
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