Alzheimer/Velhice

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O pai e as poças


Depois de quase um mês de chuva, o sol apareceu nessa quinta-feira. Hora de pegar o pai e sair para dar uma volta, desenferrujar as pernas. Fomos ao mercado, que é o único passeio possível. E lá fomos nós, arrastando os sapatos, devagarito no más.

Uma boa parte da rua é calçada, mas há um trecho onde o chão é de areia e, quando chove, é comum a formação de centenas de buracos nos quais a água fica acumulada. Cuidando dos passinhos do pai, avisei:

- Pai, vai pelo cantinho, cuidado com as poças de água.

E ele, sem nem me olhar, se foi caminhando na direção das pocinhas. Splash! E lá tascou ele o pé dentro d´água.

- Cuidado, vai molhar o pé.

E ele, tal qual o Armandinho, do Alexandre Beck, seguiu saltitando, sempre fazendo questão de pular bem dentro da poça de água, esparramando o barro por todo o lado. Ria feito um menino. Foi assim por todo o caminho de areia.

Resultado: deixei que ele fosse enlameando os pés e a calça. Afinal, só se vive uma vez, e o quê pode haver de mais divertido do que ficar saltando dentro das poças de água numa manhã de sol?


Chegando a casa, foi hora de fazer um escalda pés, limpar os tênis e trocar as calças. E ele, faceirinho, curtindo a traquinagem. 


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