TAEs, professores e estudantes já estão em luta
Alguns professores do Centro Socioeconômico da UFSC
propuseram, no Conselho de Unidade, mudar as regras da eleição que, na UFSC,
historicamente, tem sido feitas na paridade. Ainda não é o modo ideal, pois significa
que cada categoria (técnicos, professores e estudantes) tem um peso diferente. Entre
os TAEs, a reivindicação histórica é pelo voto universal, uma pessoa, um voto.
Mas, no embate, o que se conseguiu até agora foi a paridade.
Pois tem professor que quer voltar atrás, mergulhar no
atraso, no autoritarismo. E a proposta que agora começa a tomar corpo é a de
realizar as eleições com o peso de 70% para os professores e os técnicos e
estudantes dividindo os 30% restantes. Uma proposta que só encontra eco na arrogância.
Mas, o que se vê entre os que propõem o 70/30 é a velha
prática do dois pesos/ duas medidas. Segundo mensagem que circula entre os TAEs
e professores, enviada pelos trabalhadores dos Cursos de Economia e Relações
Internacionais, pelo menos nesses cursos tem professor que pede democracia em
nível de Brasil, mas trabalha pela diminuição dela no CSE.
Os TAEs divulgaram o manifesto - que foi construído pelos professores - intitulado “Impeachment,
política externa e democracia: as consequências do golpe”, no qual os
professores repudiam o golpe em curso no Brasil, chamando para a defesa da
democracia. O manifesto é assinado por quatro dos professores que são
representantes dos cursos no Conselho de Unidade. Logo, presume-se que se
defendem a democracia no âmbito do governo federal, deveriam primar pela defesa
no seu espaço de atuação, a UFSC.
Diz o manifesto: “Os ataques aos direitos conquistados pelos
trabalhadores promovidos pelo governo de Michel Temer ferem conquistas
alcançadas com muita luta, e a retirada desses avanços sociais pune os
trabalhadores e deixa livres as irresponsabilidades das decisões políticas dos
governantes”. Pois então, podemos agregar a isso que exigir a eleição pela
regra anti-democrática dos 70/30 também é ferir e atacar os direitos
conquistados pelos trabalhadores da UFSC e do CSE, já que a eleição paritária é
resultado de grandes batalhas.
O documento assinado pelos professores dos cursos de
Economia e RI termina assim: “Em defesa da democracia, pela manutenção dos
direitos conquistados pelos trabalhadores, por maiores investimentos para a
educação e por uma política externa democrática e participativa,
manifestamo-nos contra o governo do presidente Michel Temer e sua agenda política
elitista e conservadora”. Pois agora espera-se que também em defesa da democracia e da manutenção
dos direitos conquistados, os professores que representam os dois cursos no
Conselho de Unidade sigam suas próprias palavras.
Assinam o manifesto os professores: - Clarissa Franzoi Dri, Daniel
Ricardo Castelan, Graciela De Conti
Pagliari, Helton Ricardo Ouriques, Jaime Cesar Coelho, Karine de Souza Silva, Lucas
Pereira Rezende, Marcelo Arend, Patrícia Fonseca Ferreira Arienti, Pablo Felipe
Bittencourt e Pedro Antonio Vieira.
Entre os TAEs, estudantes e professores que já se mobilizam
contra o golpe e o retrocesso do 70/30, fica a expectativa de que os
conselheiros que fazem parte do Conselho da Unidade realizem as discussões
sobre o tema da s eleições de maneira aberta, com um debate franco e que a
democracia seja defendida. Nenhum passo atrás. Pelas regras paritárias até que
chegue o voto universal. O caminho deve ser adiante e não o retorno ao
autoritarismo e a arrogância.
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