sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Uma manhã com o pai



As manhãs com o pai são sempre cheias de surpresa. Hoje acordei mais cedo e o deixei dormindo. É o tempo que tenho para escrever, ver as mensagens e tal. Lá pelas dez horas vi o movimento no quarto e corri, pois é nessa hora do levantar que tenho a chance de trocar a roupa e fazer a higiene matinal. Sempre uma batalha, mas enfim, ou pego ele nesse contrapé ou perdi a guerra. Entrei no quarto e já estava armada a bagunça. Havia um pequeno montinho de cocô em pelo menos uns seis lugares entre o quarto e o banheiro, com respectivos rastros por todo o chão. Afff... Dá aquela desolação! Respiro fundo e para não o deixar nervoso, faço cara de surpresa. 

- Barbaridade, pai, quem será que fez isso? 

E ele me olha com aquela carinha de inocente. 

- Mas sabe que eu não sei. Passou um cara aqui, e outro ali, e outro ali – e foi apontando os cocozinhos, como se cada um deles tivesse sido obra de uma pessoa diferente – Passaram aí e foram embora.  

- Puxa vida, que safados, né? 

- É - e sai andando como se nada.   

Sobra a limpeza, coisa nada fácil. E ele descansa no alpendre, bem faceiro. Assim são as manhãs na casa Tavares


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