domingo, 21 de agosto de 2016

Futebol



Amo essa arte de brincar com a bola, serpentar por entre pernas, enfrentar os esquemas táticos e técnicos com a alegria moleca, e enfiar a bola na rede numa explosão de beleza. Por isso, não me furto de curiar os jogos da seleção brasileira. Ainda que eu saiba que tudo por ali é interesse e mercadoria, vez ou outra, como é comum, algo escapa. Ontem, na final olímpica lá estava eu, a postos, esperando por alguma beleza, dessas que rompem a lógica capitalista do futebol-negócio.
Foi um jogo até bom, bem disputado. Um belo gol de falta do Neymar. Mas, salvou o ouro aquele que é o esquecido, o que fica sob as traves e ao qual é imputada a dor da derrota, quando as bolas malévolas passam pelo risco humano que fica no meio do gol.
No ouro olímpico de ontem, a vitória veio pela ação segura de um garoto lá do Acre, dos fundões do Brasil: Weverton da Silva, que entrou no time por conta da contusão do titular.
A vida e suas surpresas. Valeu, gurizinho... Foi bonito... E ainda que os jornais estampem as fotos do Neymar - que é mercadoria com melhor preço - a gente te saúda...

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