Janice Miranda, estamos contigo.
Janice Miranda é jornalista e trabalha no Sindicato dos Bancários
de Florianópolis. Janice adquiriu uma doença por conta do trabalho, uma doença
muito comum entre jornalistas ou pessoas que precisam repetir movimentos: a LER/DORT.
Por conta dessa doença, Janice precisava ficar em repouso por períodos
sistemáticos. E, nesses dias, Janice não podia trabalhar. Nesses dias de
repouso, Janice não produzia. Não dava. Tinha muita dor.
Janice passou a ser vista pelos “patrões” como alguém que
dava muita despesa e produzia pouco. Janice sofria com isso, mas calava,
afinal, precisava vender sua força de trabalho, ainda que lesionada. Janice resistiu
por muito tempo, trabalhando mesmo quando o corpo inteiro pedia para que
parasse.
Janice foi demitida há alguns dias pelo Sindicato dos Bancários.
Janice dava despesa e não produzia. Dane-se a dor da Janice. Dane-se que ela tenha
dado seu sangue por mais de uma década a um sindicato de trabalhadores. Dane-se
que agora ela estava “estragada”. Janice foi mandada embora. Já não eram mais
necessários seus serviços.
Tudo bem. A gente sabe que no capitalismo é assim. Não
precisa motivo para um patrão mandar embora. Patrão tem prerrogativa sobre o
que quer ou não para si. E ao trabalhador resta aceitar e seguir em frente,
vendendo sua força de trabalho a outro. Mas esse não era um “patrão” qualquer.
Era um sindicato, que tem como premissa defender o trabalhador. Paradoxalmente,
os bancários são parte de uma categoria que sofre muito com essa lesão por
esforço repetitivo. Mas, para Janice não teve defesa. Ela dava despesa e não
produzia o suficiente.
Ocorre que Janice não está sozinha. Ela tem um sindicato. O
sindicato dos trabalhadores em sindicato. Pode até parecer loucura, mas não é.
Sindicatos também se comportam como patrões e os trabalhadores de sindicato
precisam de um sindicato que os defenda. E o SINDES está defendendo a Janice.
O SINDES realiza hoje um ato de protesto em frente ao
Sindicato dos Bancários. Das 11h às 15h.
Considera a demissão ilegal por se tratar de uma trabalhadora lesionada,
portando com estabilidade. O SINDES vai lutar e nós também. Porque hoje é a
Janice, amanhã pode ser qualquer um de nós.
No sistema capitalista é assim. O trabalhador trabalha até
esgotar e quando ele fica doente é jogado no lixo. Mas, o sistema capitalista
precisa saber que os trabalhadores se organizam e lutam, juntos, contra o
terror. E quando os trabalhadores se junta, eles vencem.
Venha para o protesto. Traga seu apoio. 11h, em frente ao
Sindicato dos bancários, na Rua dos Ilhéus. Janice precisa de nossos braços e abraços. E nós estaremos lá!
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