O Quinto Encontro Nacional e Blogueiros e Ativistas Digitais
em Belo Horizonte aconteceu em meio a muitas turbulências. A primeira delas,
positiva, foi a provocada por uma multidão que, aproveitando a presença da
presidenta Dilma no encontro, decidiu realizar um grande ato em frente ao hotel
Othon Palace, onde acontecia o encontro, para se solidarizar com ela e
denunciar o golpe. A manifestação gigantesca, organizada pela Frente Brasil Popular de Minas Gerais, não pode passar despercebida. Assim,
a abertura do evento acabou sendo também um grande ato de denúncia do golpe que
está em curso no Brasil.
A segunda rugosidade veio pela imprensa, que divulgou a informação sobre a negativa da Caixa Federal em manter o apoio que já havia sido acordado com a organização. Ora, a CEF é uma entidade pública que tem uma política de apoio à eventos a qual qualquer entidade pode pleitear. E foi o que foi feito. Um contrato foi firmado, e a organização cumpriu todas as cláusulas, logo, não aceitará quebra no contrato. A informação foi considerada uma retaliação por parte do grupo que está interinamente no governo contra os ativistas que tem sido críticos ao golpe.
A segunda rugosidade veio pela imprensa, que divulgou a informação sobre a negativa da Caixa Federal em manter o apoio que já havia sido acordado com a organização. Ora, a CEF é uma entidade pública que tem uma política de apoio à eventos a qual qualquer entidade pode pleitear. E foi o que foi feito. Um contrato foi firmado, e a organização cumpriu todas as cláusulas, logo, não aceitará quebra no contrato. A informação foi considerada uma retaliação por parte do grupo que está interinamente no governo contra os ativistas que tem sido críticos ao golpe.
Mas, apesar da indignação, o Instituo Barão do Itararé e o
Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, organizadores do encontro, não se
intimidaram. Foram à luta e garantiram com os sindicatos, centrais e movimentos
sociais as condições para receber os quase 500 inscritos que participaram
ativamente das atividades.
E o que se viu nos três dias de debate foi a vitória do trabalho coletivo, com uma mescla de gente de 23 estados do país interessada em conhecer cada um e cada um que anda por aí, escrevendo e disseminando informação, para além da gosma da mídia comercial. Blogueiros que são jornalistas, blogueiros que não são jornalistas, ativistas de todas as idades e profissões que, indignados com a lógica de propaganda, manipulação e desinformação, decidiram usar as ferramentas da internet para fazer uma guerrilha informacional.
E o que se viu nos três dias de debate foi a vitória do trabalho coletivo, com uma mescla de gente de 23 estados do país interessada em conhecer cada um e cada um que anda por aí, escrevendo e disseminando informação, para além da gosma da mídia comercial. Blogueiros que são jornalistas, blogueiros que não são jornalistas, ativistas de todas as idades e profissões que, indignados com a lógica de propaganda, manipulação e desinformação, decidiram usar as ferramentas da internet para fazer uma guerrilha informacional.
Pessoas como Ronaldo Alves, que enfrentou 40 horas, de
ônibus, desde Teresina, no Piauí, sem dinheiro e sem nem saber como voltaria, ou
Gabriel Loppo Silva Ramos, um jovem de Montes Claros que passou o chapéu na
cidade para viabilizar a viagem, foram os extremos num grupo apaixonado pela escrita
e absolutamente necessitado de dizer essa palavra que não encontra morada na
grande mídia. Talvez por isso que as sessões de debates e conversas tenham
estado sempre cheias e sem a habitual disputa para ver quem tem a melhor
proposta.
O encontro de blogueiros teve essa coisa única. Não foi uma
disputa de aparelho, nem guerra de partidos, nem um jogo sobre quem é mais
inteligente. Tampouco houve cobranças sobre aqueles que estavam ali defendendo
Dilma ou os que insistiam na crítica. Foi um espaço de conversa real, na qual
as divergências foram apontadas sem dedo em riste ou caras enfastiadas. Cada
fala, na mesa ou na plateia, aparecia como um ponto a mais na grande teia de
solidariedade, partilha e comunhão comunicacional que estavam todos dispostos a
construir. As pessoas estavam interessadas em saber como sobreviver a onda
fascistizante que varre o país, como garantir recursos para sobreviver com
blogs críticos, como escrever sem dar espaço para judicialização, como narrar a
vida com competência e como construir uma rede de apoio e socialização da
informação.
Gente de Roraima, do Amapá, de Ceará, do Maranhão, dos rincões mais afastados do Brasil profundo que, nos seus espaços geográfico resiste, muitas vezes solitária, e que veio buscar essa coisa boa que é se sentir parte de algo grande, transformador e generoso.
Nas falas, a certeza de que a blogosfera, o espaço do ativismo digital, teve papel fundamental na denúncia do golpe ocorrido no país. “Nós estamos criando um novo tipo de jornalismo horizontal, viral”, afirmou Laura Capriglione, do Coletivo Jornalistas Livres. “Estamos contando o país desde os nossos celulares e temos de centrar fogo na credibilidade. Esse é o nosso desafio. Checar, checar e divulgar só a verdade, mas sem se fechar num gueto. Temos de chegar longe, ter estratégia de rede, não falar apenas para nós mesmos”.
Nas rodas de conversa, momento estratégico de pequenos grupos no qual todos têm a possibilidade de expor suas ideias, ficou claro que o trabalho do ativismo digital não pode ficar apenas na denúncia do golpe, mas também avançar para a construção de uma soberania na comunicação, coisa que obviamente precisa passar também pela construção de uma outra forma de estado, de organização da vida. Sem a luta concreta na vida, não adianta a luta digital. Há que transformar o Estado para que se tenha também uma outra comunicação, tudo está ligado. E nós, jornalistas – ou comunicadores populares - temos a obrigação de ser o elemento crítico, que narra e desvela a realidade.
O Quinto Encontro dos Blogueiros e Ativistas Digitais terminou com a certeza de que é preciso reunir as pessoas e provocar o conhecimento entre elas. Uma vez feito o contato pessoal e afetivo a possibilidade da formação da rede é bem maior. Também produziu a Carta de Belo Horizonte que repudia o governo ilegítimo hoje no Brasil, faz uma breve análise de conjuntura e aponta eixos de luta na política e na comunicação.
Foi formada também a comissão nacional que tratará de organizar o sexto encontro para daqui a dois anos. Enquanto isso, a luta seguirá, fortalecida e permanente.
Menção especial aos incansáveis Altamiro Borges e Aparecido Araújo que, com especial carinho e afeto garantiram a expressão de todas as vozes. É assim que se avança!
Gente de Roraima, do Amapá, de Ceará, do Maranhão, dos rincões mais afastados do Brasil profundo que, nos seus espaços geográfico resiste, muitas vezes solitária, e que veio buscar essa coisa boa que é se sentir parte de algo grande, transformador e generoso.
Nas falas, a certeza de que a blogosfera, o espaço do ativismo digital, teve papel fundamental na denúncia do golpe ocorrido no país. “Nós estamos criando um novo tipo de jornalismo horizontal, viral”, afirmou Laura Capriglione, do Coletivo Jornalistas Livres. “Estamos contando o país desde os nossos celulares e temos de centrar fogo na credibilidade. Esse é o nosso desafio. Checar, checar e divulgar só a verdade, mas sem se fechar num gueto. Temos de chegar longe, ter estratégia de rede, não falar apenas para nós mesmos”.
Nas rodas de conversa, momento estratégico de pequenos grupos no qual todos têm a possibilidade de expor suas ideias, ficou claro que o trabalho do ativismo digital não pode ficar apenas na denúncia do golpe, mas também avançar para a construção de uma soberania na comunicação, coisa que obviamente precisa passar também pela construção de uma outra forma de estado, de organização da vida. Sem a luta concreta na vida, não adianta a luta digital. Há que transformar o Estado para que se tenha também uma outra comunicação, tudo está ligado. E nós, jornalistas – ou comunicadores populares - temos a obrigação de ser o elemento crítico, que narra e desvela a realidade.
O Quinto Encontro dos Blogueiros e Ativistas Digitais terminou com a certeza de que é preciso reunir as pessoas e provocar o conhecimento entre elas. Uma vez feito o contato pessoal e afetivo a possibilidade da formação da rede é bem maior. Também produziu a Carta de Belo Horizonte que repudia o governo ilegítimo hoje no Brasil, faz uma breve análise de conjuntura e aponta eixos de luta na política e na comunicação.
Foi formada também a comissão nacional que tratará de organizar o sexto encontro para daqui a dois anos. Enquanto isso, a luta seguirá, fortalecida e permanente.
Menção especial aos incansáveis Altamiro Borges e Aparecido Araújo que, com especial carinho e afeto garantiram a expressão de todas as vozes. É assim que se avança!
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