A falta de uma política cultural na cidade de Florianópolis
ficou evidente nessa quarta-feira, 31 de outubro. Uma caminhada pelo centro com
um grande Saci Pererê já teve o efeito de enfeitiçar e parar um grande número
de pessoas, interessadas em simplesmente fruir alguma coisa boa que só a arte e
a cultura viva podem dar.
Numa promoção da Revista Pobres e Nojentas e do Sintrajusc
(trabalhadores da justiça federal), com o apoio do Sindicato dos Bancários e do
Sintraturb (motoristas e cobradores do transporte público), um pequeno grupo
celebrou, na Esquina Democrática, o Dia do Saci Pererê, moleque protetor das
matas desse imenso Brasil.
Num dia de vento sul, típico de sacis, o centro da cidade,
por algum motivo mágico, estava cheio de crianças. Arrastadas pelas mães que
tinham pressa, elas batiam pé e insistiam em parar para ver e brincar com o
Saci. Profundo encantamento com as histórias do molequinho, deliciosa alegria
com o chapeuzinho vermelho na cabeça. Um
menino em particular, encheu de emoção todo mundo. Abraçou-se ao Saci num
abraço apertado, como se tivesse encontrado um velho amigo e, encantado,
recusava-se a soltar o Saci, enchendo-o de carinho. Seu rostinho enfeitiçado
era puro deleite. E essas são as coisas que tornam todos os percalços para um
ato dessa natureza totalmente insignificantes.
Durante três horas, os manifestantes contaram histórias,
distribuíram panfletos, cantaram, dançaram e fizeram estripulias, bem ao estilo
do Saci, tornando a tarde uma alegria só. Como a Felipe Schmidt é uma rua de
passagem, de compras, o povo por ali anda apressado, mas nesse 31 de outubro
foram as crianças que deram o tom. Seguraram o passo e se deliciaram com o
Saci. A brincadeira também contagiou a gente grande que, num primeiro momento,
passava desconfiada, olhando de revés, mas, sem poder conter-se diante da
alegria, voltava, pegava o panfleto e posava para uma foto com o Saci.
"Vocês estão de parabéns. Isso é o que deveria ser feito nas escolas.
Levar nossa cultura para as crianças conhecerem", disse uma professora
aposentada que se deixou ficar no ato, cantando e brincando com o Saci.
E assim, na tarde emburradinha de vento sul, as gentes de
Floripa que corriam apresadas e sérias, não tiveram outro jeito que escancarar
o sorriso. Coisas de Saci.
Veja o vídeo
2 comentários:
FANTÁSTICA CELEBRAÇÃO! AQUI EM SAMPA TEMOS MOUZAR BENEDITO DA SILVA, UM DOS FUNDADORES DA SOCIEDADE OBSERVADORES DO SACI, JORNALISTA QUE PESQUISA E ESCREVE SOBRE A CULTURA DOS MITOS...
ESTOU PASSANDO ESTE SITE E VÍDEO PRA ELE.
UMA PERGUNTA: QUE NOME TEM E DE QUEM É A MÚSICA TÃO GOSTOSA?
ABRAÇOS
TECA LA MACCHIA
lamacchi@uol.com.br
Oi Elaine, assistir uma palestra onde você foi a palestrante, me fez enchergar minha cultura de outra forma. Não mais comemorando o dia das bruxas, mas sim o dia do Saci . Seu fã.
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