Hoje começa nova estação. É começo do ano para os povos
originários das terras abaixo do Rio Bravo. Tempo de recolher, de limpar
quintais, de podar árvores, de chá com mel, de sopa quente, chocolate. Hoje é
dia sagrado, momento de celebrar. Desde os tempos imemoriais que os homens
marcam o tempo na virada das estações. Tempo de plantar, de colher, de
aquietar.
O inverno é tempo gris, de vento sul, de mar grosso, de
virada para dentro. É estação do recolhimento, de repensar a vida, as escolhas,
os caminhos.
Nesse primeiro dia do povo autóctone, na espinha dorsal da
nossa América baixa começam as comemorações do Inti Raymi, festa mágica do povo
andino. Na nossa terra Guarani é hora de aparecer no céu a grande Ema, o Ñhandu,
bicho mítico que enche a terra e o céu, apontando um tempo de claridade.
É chegada a hora de retomar nossas memórias antigas, de
oferecer um pago a terra, de render graças por estar vivo na entrada da nova
estação, do novo ano. Porque, enfim, viver é um presente...
Feliz Solstício... Celebraremos com uma boa sopa de raízes,
para lembrar da Pachamama, da Terra mãe, que dá vida e prato cheio. Jallalla!
2 comentários:
Tantas saudades de ti, professora :)
Tão necessário reconectar com estas nossas raízes! Agradecida!
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