Uma das piores coisas para quem tem demência é a alteração da rotina. Isso parece que desarticula uma série de coisas no cérebro. Nessas duas semanas de isolamento tem sido bem difícil cuidar do pai. Sempre tivemos como rotina sair para a rua, dar uma caminhada, quando chega aquele momento de fim de tarde no qual ele começa com o mantra: “quero ir para casa”. Essa é uma hora de extrema tensão porque, dependendo do clima, ele pode ficar bem violento. Geralmente quando vem a vontade de ir pra casa eu saio com ele, vou ao mercado, ao barbeiro, uma série de lugares que propiciam a interação social e o esquecimento do “ir embora”. Funciona bem. Mas, agora, isso não é possível. Tem sido uma luta. Como explicar que existe uma pandemia, um isolamento, uma doença grave? Eu até explico e ele entende na hora, mas poucos minutos depois já esqueceu tudo e volta a querer sair. É bastante estressante. Até porque a gente também está com a corda toda esticada, tendo de vivenciar as perversidades presidenciais e a peleguice estadual. Momentos há que parece que tudo em nós vai se quebrar de tanta tensão. Mas é preciso manter a serenidade para não piorar ainda mais a própria confusão do pai. Só mesmo rogando aos deuses. A falta de interação social e essa prisão forçada têm deixado ele bastante confuso. Há três dias venho notando que ele parece estar mais alheio, quase sem nos reconhecer. É uma dureza danada, porque estamos como entre o diabo e a caldeirinha: se sai, pega o vírus, se não sai, fica totalmente desorientado. E passa o dia num vai e vem até o portão tentando abrir, louco para fugir. Ainda assim, vez em quando ele protagoniza alguns momentos de graça como a manhã que ele levantou brabo demais, e sumiu com dentadura. Foi uma confusão porque ele tem mania de jogar coisas dentro do vaso do banheiro. Passamos a manhã toda procurando a bendita, em todos os lugares possíveis e inimagináveis, e nada. Só no meio da tarde é que o Renato resolveu, sabe-se lá porque, olhar dentro da churrasqueira. Lá estava ela, sorrindo, solitária em meio às cinzas. - Mas pai, como tu jogou a dentadura ali? - Ela deve estar esperando o churrasco. Aí a gente destensiona. Mas, é por pouco tempo.
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Elaine Tavares. Jornalista. Humana, demasiado humana. Filha de Abya Yala, domadora de palavras, construtora de mundos, irmã do vento, da lua, do sol, das flores. Educadora, aprendiz, maga. Esperando o dia em que o condor e a águia voarão juntos,inaugurando o esperado pachakuti. Contato: eteia@gmx.net / tel: (48) 99078877
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Este é o pressuposto teórico básico do jornalismo praticado pela autora deste blog. Seguindo a senda da Filosofia de Libertação, que busca olhar o mundo a partir do olhar da comunidade das vítimas do sistema capitalista, o jornalismo de libertação se compromete em narrar a vida que vive nas estradas secundárias, nas vias marginais. O jornalismo de libertação não é neutro nem imparcial. Ele se compromete com o outro oprimido e trata de, na singularidade do fato, chegar ao universal, oferecendo ao leitor toda a atmosfera que envolve o assunto tratado. (Jornalismo nas Margens. Elaine Tavares. 2004)
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3 comentários:
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Elaine, vc sempre arguta em seus comentários.
Mas, o que mais lhe aprecio, é sua dedicação ao seu pai Um exemplo!
Elaine, Renato e Rubens,
Admiro muito vocês!
Força aí com o pai.
Abraços,
Tomás
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