quinta-feira, 2 de outubro de 2025

A Palestina será livre

Gaza antes do massacre





Israel leva mais de um ano bombardeando Gaza, Palestina. Um genocídio à céu aberto. O que era uma cidade linda e pujante à beira mar agora é só escombro. Pouca coisa resta em pé. Dos dois milhões de moradores, praticamente a metade foi dizimada. Mortos, mutilados, desaparecidos somam mais de 700 mil pessoas. Milhares de crianças assassinadas, hospitais bombardeados, médicos fuzilados, jornalistas assassinados, escolas e creches explodidas. A fome sendo usada como arma, com Israel impedindo a distribuição dos alimentos que chegam de todo mundo. Tudo isso sendo praticado sob os olhos do mundo, transmitido via internet, disponível nas telas dos celulares. 

A propaganda sionista valida o genocídio dizendo que os palestinos são terroristas. E nas redes lemos e ouvimos comentários de pessoas que, mesmo sem conhecer a história, respaldam esse discurso mentiroso. Como podem ser terroristas as crianças que vagam pelos caminhos, feridas, sem pai nem mãe? Como podem ser terroristas os bebês que morrem de fome ou explodidos pelas bombas? Mulheres e homens, velhos e velhas, gente trabalhadora que até um ano atrás viviam suas vidas, sobrevivendo ao campo de concentração que Israel tornou Gaza. Hoje, metade da cidade pereceu. Trabalhadores, crianças.

Israel diz que a culpa de tudo isso é do Hamas, grupo de resistência que luta pela libertação da Palestina. Tampouco esses militantes são terroristas. São pessoas que lutam contra a ocupação militar, selvagem e ilegítima de seus territórios. Travam uma batalha desigual já que Israel é uma potência militar, armada até os dentes por seu parceiro maior, os Estados Unidos. Reagem à violência, respondem à invasão sistemática que expulsa os palestinos de suas casas, de seus olivais. Quem, sendo roubado e violado sistematicamente não reagiria? 

Agora, depois de mais de um ano de bombardeio Israel obriga a população restante, que se abriga nos escombros, a sair de Gaza. Diz que ali vai construir outra cidade, só com colonos judeus. É uma invasão, um massacre, um genocídio. Quer que todo palestino seja eliminado e está obrigando as gentes a sair do território em gigantescas colunas. Colunas estas que são também bombardeadas, violando todo e qualquer vestígio das regras mínimas de um confronto. 

É por isso que não se pode dizer que há uma guerra. Não é uma guerra. É um genocídio. Os palestinos são vistos como insetos pelos sionistas, não humanos, não-seres. Daí a magnitude do massacre. Por isso é possível ver os soldados sionistas fazendo troça dos despojos das famílias que eles matam. Estouram a cabeça dos palestinos e vestem suas roupas, gargalham, fazem troça dos brinquedos que ficam largados nos caminhos. Quem afinal, nesta história, é não-humano? 

Em todo mundo se levantam as gentes, mas são os sem-poder. Os que comandam silenciam. Quando muito, fazem um discurso aqui e ali, retórico. Agora querem reconhecer o estado Palestino. Agora, quando Gaza já não há. Pessoas impotentes gritam nas ruas, outras navegam em direção à Gaza, em barcos pequenos, numa desesperada tentativa de ajuda. São igualmente ridicularizados pelos meios de comunicação. Os barcos são atacados, sequestrados, e tudo segue normal. O mundo dorme em berço esplêndido. Ninguém se atreve parar Israel. Por quê? Consideram que os palestinos são insetos? E que não importa se forem dizimados? 

Israel avança sobre Gaza, com tanques e máquinas de limpeza. Querem “limpar” a área, tomar o mar. Israel bombardeia os países vizinhos e ninguém se importa. São árabes. E Israel avança. Irá até onde? Quem sabe... Junto com o candidato ao Nobel da Paz, Donald Trump, buscam a paz dos cemitérios...

Não vislumbro esperança para Gaza. Mas, espero da humanidade. As milhares de pessoas que saem às ruas em solidariedade à Gaza se sabem impotentes, e não desistem. Hão de gritar até o fim, mesmo que não haja quem ouça. Porque mesmo que tudo seja aplastado, um dia, mais hoje, mais amanhã, os palestinos voltarão. E os malditos criminosos haverão de pagar...