segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Para conhecer a cidade


Nesse ano de 2024 teremos as eleições municipais, momento importante de decisão sobre os rumos da cidade. Vamos escolher prefeitos e vereadores, ou seja, definir quem vai organizar a cidade. E isso significa que serão estas pessoas as que vão decidir sobre a maneira como vamos viver, afinal, é na cidade que atuamos e existimos. Sabemos que existem duas cidades: a que nos pinta a mídia e os governantes de plantão, e a cidade real, desenhada pelo confronto e pela luta. Esta, a segunda, é pouco conhecida justamente porque a ideologia que jorra nas mídias comerciais a escondem. Mas, há quem se dedique a pensar, narrar e desvelar esta cidade concreta, a que vivenciamos no nosso dia a dia. 

Por conta disso o Instituto Cidade e Território (ITCidades) lançou em 2022 um livro, organizado pelo professor Lino Peres, que junta todo esse pessoal e que, através de 50 artigos, reflete sobre as políticas do Estado, a questão fundiária e as lutas urbanas e ambientais no embate contra o capital em seus vários âmbitos, principalmente imobiliário e rentista. Sim, é um livro grande, como grande é a luta que se trava por aqui desde há séculos. Mas, não dá para pensar a cidade sem ouvir essas vozes. 

O livro “Confrontos na cidade: luta pelo plano diretor nos 20 anos do Estatuto da Cidade”, está livre na rede. É só baixar. Vale a pena conhecer. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Indígenas e fazendeiros



A imagem é impactante. Dois indígenas caídos, um ao lado do outro. São irmãos. Um é do cacique Nailton, baleado na barriga. O outro é da Nega Pataxó, morta. Outras pessoas também resultaram feridas depois de uma ação realizada por uma horda de fazendeiros e comerciantes de Potiguará, interior da Bahia, que decidiram expulsar os indígenas Pataxó da terra onde estão, que é deles por direito. Segundo informações que chegam diretamente da comunidade indígena pelo Instagram, a Polícia Militar estava junto com os fazendeiros e também atirou. A notícia foi dada pelos jornais e portais de notícias como mais um "conflito entre indígenas e fazendeiros", como se fosse uma cena comum. E é. Desde que as comunidades, que viviam em beiras de estrada ou vagando pelo país, decidiram retomar suas terras originárias, a batalha é essa. Fazendeiros se dizendo os donos legítimos e atuando ao arrepio da lei. E, em alguns casos, ainda são escoltados e protegidos pela PM. Um verdadeiro faroeste.

E, assim como nos filmes de faroeste, quem aparece como "mocinho" são os fazendeiros, porque, afinal, o agro é pop. Já os índios... Quem se importa com os corpos caídos? Há notícias de que dois fazendeiros foram presos "suspeitos" de serem os responsáveis pela morte da Nega Pataxó. Mas, alto lá, são só "suspeitos", o que significa que podem se safar. E os demais? Os que, tal qual uma organização quadrilheira, organizam uma ação armada? Tudo bem? Esses jamais serão chamados de bandidos.

Faz tempo demais que eu acompanho a luta indígena no Brasil. E por mais que tudo seja banalizado ainda me assombra de maneira visceral uma imagem como essa. O governo, dizem os jornais, mandou uma comissão do Ministério dos Povos Indígenas. Tudo bem. Mas isso não vai ressuscitar a Nega Pataxó nem todos os que tombaram. Há que ter uma ação firme de demarcação das terras, há que ter proteção às comunidades indígenas e há que ter ação exemplar contra os "reis do faroeste". Caso não, amanhã teremos novos corpos caídos no chão.

São corpos de não-seres, de pessoas que não importam para a grande maioria das gentes. Assim como não importam os milhares de corpos de crianças palestinas na genocida ação de Israel. Assim como não importam as centenas de crianças mortas nas comunidades de periferia do nosso país, atingidas por balas perdidas, ou os corpos de jovens empobrecidos que tombam todos os dias bem diante do nosso nariz. Eu não sei como as pessoas conseguem dormir em paz... Não sei como não nos levantamos em rebelião já que somos maioria.  

Sobre Israel pouco podemos, mas sobre a ação no Brasil temos mais ingerência. Elegemos um governo que nos salvaria do "fascismo". Ok. Mas agora precisamos de um governo que atue em consequência para realmente mudar esse país.



segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Nos falta um esquerda revolucionária


Foto: Danilo, no Iela...

Danilo Carneiro era um comunista, militante social que participou da Guerrilha do Araguaia – durante a ditadura militar – e que tinha princípios muito claros sobre o caminho a seguir. Atuando junto ao Iela desde a sua criação em 2004, era assim uma espécie de decano. Vinha ao Instituto todos os dias para estudar e ficava até umas dez horas da noite lendo e conversando com os estudantes. Era um mestre. Fez isso até poucas semanas antes de morrer, aos 80 anos de idade, no primeiro dia do ano de 2022, sofrendo as sequelas das torturas que sofreu. Dentre as muitas lições que nos deixou há duas que seguem sendo suleadoras: para lutar tem de estar organizado e para mudar há que ter um partido revolucionário. "Sem isso não dá, nega". Era o seu bordão.

Observando a política latino-americana, eivada de novos golpes, e particularmente a brasileira, completamente entregue a conciliação, fica nítido o quão distante estamos da ação de uma esquerda revolucionária. Mesmo depois de termos passado por um governo como o de Jair Bolsonaro, quando comandaram a nação as criaturas mais ignóbeis, o que se vê é o mesmo velho jogo da conciliação. Nada avança. Patinamos. Não há uma esquerda visível e as forças em ação são da chamada realpolitik: "É o que se pode fazer agora". "Não podemos puxar a corda". "Há que entender a realidade". E coisas do tipo. Criticar o governo não se pode, senão já vem a etiqueta de "fazer o jogo da direita". Lutar, fazer greve, manifestações, também não pode, porque senão é jogar água no moinho da direita. Ou seja, há que aceitar as coisas mais absurdas como a nova Lei da Polícia Militar, ou a mesma lógica econômica que rege o mundo neoliberal, as alianças no Congresso com os mesmos que jogaram o país no inferno em 2016, ou as esdrúxulas parcerias que vão se arranjando para as eleições municipais. "Vamos agora ganhar as prefeituras, depois a gente avança", dizem. E tudo gira em torno do eleitoral. As mudanças profundas e necessárias não vêm. Não virão.

Lendo Lukács, na sua análise sobre o irracionalismo alemão que levou a Hitler, fui me surpreendendo com sua escrita. Parecia estar falando de nós. Diz ele que a vitória do reformismo e da conciliação na construção do que foi a República de Weimar foi o passo decisivo para que mais tarde a população da Alemanha aceitasse os horrores do nazismo. Para barrar a revolução – o levante das massas - durante a grande crise os reformistas diziam: tem que estabilizar a república, os comunistas são muito radicais, não se deve fazer greve por conta de salário, não se deve fazer manifestação, acalmem-se. Ou seja: a razão reformista não apenas deixou a classe trabalhadora incapaz de lutar contra o capitalismo imperialista que se instalava na Alemanha, bem como impossibilitada de enfrentar o fascismo. Além disso, destruiu a ideia do desenvolvimento histórico no qual a classe trabalhadora luta e avança. Os alemães, abobados pelos pregadores da realpolitik, acabaram mais tarde elegendo Hitler e deu no que deu. 

Voltando ao presente, pressinto que os sacerdotes da atual realpolitk estejam agindo com desenvoltura visando abobalhar os trabalhadores. Obviamente a história só se repete como farsa, mas ainda assim é um grande risco. O país da conciliação já gerou um "mito", figura típica do irracionalismo político. O que mais pode vir? Chegaremos ainda mais fundo nesse poço? Por isso me volta a lição do Danilo, da necessidade de um partido revolucionário de verdade. Mas, ando cética. Creio que com essa humanidade tik tok não iremos muito longe. Os tempos são grises...

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Padre Julio

Foto: Vaticano News

Então nesse janeiro solar a Câmara de Vereadores de São Paulo decidiu abrir uma CPI contra o padre Julio Lancellotti, conhecido por sua atuação solidária junto aos moradores de rua. A proposta da CPI partiu do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil, ele que é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL). A alegação do vereador é de que se faz necessário investigar as ONGs que ajudam o padre a dar comida e conforto aos moradores de rua. Para ele, essas entidades e também o padre estão usando os empobrecidos para lucrar.

Este é o pensamento dessa corrente conhecida hoje como “bolsonarismo”, porque agrega em seu escopo toda a sorte de barbaridades contra a vida e contra o país, amalgamado na figura do ex-presidente. São da mesma turma que afirma ser o Papa Francisco um ser diabólico que sequestra crianças e as come, assadas. Os mesmos que ignoraram a Covid 19, foram contra as vacinas e acreditam nas coisas mais irracionais. São os que incitam à violência contra os comunistas e contra tudo o que não compreendem.

Por isso essa cruzada contra o Padre Julio. Não compreendem como um homem pode se dedicar ao outro, caído. Como pode andar com os maltrapilhos, os doentes, os desvalidos, os drogados. Não entendem. Ainda que sejam os mesmos que assistem na televisão aos filmes sobre Jesus, e choram. Os que maratonam a série Chosen, da Netflix, e choram. Os que se dizem cristãos e levantam os braços em oração nas igrejas/empresas.

Pessoas como o vereador Rubinho e toda a ratatuia que assinou a proposta de CPI são capazes de questionar a solidariedade, mas não a pobreza. Para essa gente é absolutamente normal existirem moradores rua, gente morrendo de fome, desabrigados. É normal e necessário, para que possam seguir tirando da miséria seus lucros, políticos ou financeiros.

A notícia grotesca dessa CPI, portanto, não surpreende. O Bolsonaro saiu do governo, mas a lógica que permitiu essa excrescência segue firme e encravada em todos os lugares de poder. É a mesma lógica (ou a não-lógica) que ilumina um exército de pequenos monstros que não mais temem sair à luz. Muito provavelmente a tal CPI vai ser como a MST no Congresso. Serviu para mostrar o lindo trabalho que os agricultores acampados e assentados fazem nesse país. Vai iluminar o padre, embora seja verdadeiramente ignóbil.

Mas, na verdade, para essa turma, nada importa. O que vale é manter acesa a luz do ódio e do irracionalismo. O que vale são os sinais de positivo no Instagram, no Tik Tok, e esse frisson que toma conta da massa insana, gritando loucamente por Barrabás, hoje como no passado.

O humano verdadeiramente não avançou um centímetro. Tão frágil, presa fácil das raposas do capital. Tão frágil e tão estúpido a ponto de ser o responsável por sua própria destruição.

Serenamente, o padre Julio seguirá fazendo o que sempre fez. Amparando o irmão caído. Ele sabe, de saída, que, no capitalismo, é um derrotado. Levanta um hoje e vê mais três caídos amanhã. Porque o sistema é bruto e impiedoso. E tem capitães do mato como o vereador Rubinho às pampas.

Com padre Julio vamos, de mãos dadas, nesse exército de Brancaleone, até que venha um partido revolucionário e a revolução.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Formatura


Esta sou eu no dia da minha formatura, no começo de 1991. Era um dia dúbio. Havia uma grande felicidade por estar concluindo o curso de Jornalismo com o qual eu sonhara uma vida inteira, mas ao mesmo tempo uma profunda tristeza porque minha mãe estava muito doente. Tinha saído do hospital meses antes para, como diziam os médicos, morrer em casa. Assim que eu estaria ali sozinha no dia da minha conquista mais esperada. Nem a mãe, nem o pai. Tinha sido um dia tenso. Eu for a ao cabelereiro, por insistência de uma amiga, e o resultado tinha sido horrível. Então, cheguei a casa e lavei o cabelo de novo, desfazendo a marmota, indo para a formatura com ele praticamente molhado. A saia era emprestada da Linete Braz Martins e a blusa da Clarinda. Eu estava um pitéu. Mas, triste. Qual não foi minha surpresa quanto, lá dentro do plenário da Assembleia, onde seria a formatura, vejo minha tia Dalva e o meu tio Holmes. Eles tinham vindo de Porto Alegre para que eu tivesse alguém da família naquele dia tão especial. Uma surpresa é tanto que me encheu de alegria. São esses pequenos retalhos de vida que nos enchem de mundos...

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

O Alzheimer avança

Na foto, vendo Rolando Boldrin, e o gato atento...

O Alzheimer tem milhares de fases. Há que viver cada uma delas de maneira profunda porque como é uma doença degenerativa, as coisas só vão piorando. Hoje sinto muita falta daqueles dias em que o pai saia portão afora para ir embora para Uruguaiana. Agora ele não anda mais e pouco a pouco o corpo vai desistindo. Antes ele não dormia de jeito nenhum e era uma confusão durante as madrugadas, com as andanças e mijadeiras. Agora só quer ficar dormindo. Durante a manhã vai até às 10 horas, quando então o Renato o levanta e põe na cadeira de rodas para tomar um sol, um ventinho, uma brisa. Ao meio-dia almoça. Ainda come muito bem, o que é uma benção, porque a fase em que eles não querem mais comer é provavelmente a última. Lá pela uma e meia volta para a cama, para a siesta, e quando eu chego do trabalho ele está ressonando, com um dos cachorros e um dos gatos deitados ao lado, vigiando. Lá pelas três e meia a gente levanta ele de novo, mas é uma missão. Ele não quer levantar e fica duro igual a um pau o que torna o trâmite ainda mais difícil. O Renato já deu tilti na coluna umas três vezes esse semestre. É muito peso. Toca fazer uma fisio para movimentar as pernocas, os braços, as mãos. Vai um eito. 

Bom, acordado outra vez é hora do café, que pode ser um Toddy, uma salada de frutas ou um iogurte, que ele come bem satisfeito. Em seguida, pãozinho doce com manteiga e queijo. Depois é um sem fim de truques para que ele tome água e fique acordado pelo menos até umas cinco e meia da tarde, para poder dar a janta. Mas, tem dias que ele não acorda por nada e temos de colocá-lo na cama sem comer. Dias há que eu vou colocando a comida bem batidinha no liquidificador em pequenas porções na sua boca. E ele, dormitando, vai mastigando e engolindo. Um processo que pode levar horas, porque tem de ser lento. É por isso que ao chegar a casa, nada mais se pode fazer a não ser dar-lhe atenção. Porque tudo demora. Isso sem contar na confusão dos cachorros que ficam em volta também querendo comida. É uma “pequena pauleira” como diria meu irmão. 

Lá pelas seis e meia, quando estão esgotados todos os truques para comer ou beber, levamos para o quarto. Hora de trocar a roupa. Outra função. Nesse momento ele desperta outra vez e começa uma falaceira bem divertida. Colocamos na cadeira de banho para que ele possa fazer xixi e cocô, e aí também temos de esperar e esperar. Limpando e conversando, até que o intestino funcione. Por enquanto está indo muito bem. Todas as noites ele apresenta o “rabo do macaco”, o que denota saúde física. Conversa mais um pouco na sua língua klingon e por fim o colocamos na cama de novo. Basta encostar a cabeça no travesseiro e já está roncando. Só aí conseguimos respirar um pouquinho. Então é tempo de varrer casa, passar pano, arrumar a roupa, comer alguma coisa, esperar o broto, estourar uma latinha e as coisas todas da casa. 

Lá pelas oito horas eu volto para o quarto – durmo com ele - e vejo se está tudo bem. Entram os gatos, aboletam-se na minha cama. E eu fico ali, cuidando ainda por algumas horas...  Aqui em casa a família toda participa das funções com o pai. O Renato é o mais sobrecarregado porque levanta ele todos os dias, mas de noite há escalas. Às vezes a gente perde a fortaleza, porque não é fácil ver o velhinho definhar. Mas, os seus olhos brilham, ele nos reconhece com sorrisos e ainda pode tacar a mão na cara se ficar brabo. Está vivo e coberto de amor. Nós lhe damos nosso melhor.  


terça-feira, 5 de dezembro de 2023

UFSC faz 63 anos


Foto: Ricardo Casarini, num Eko Porã


 Quando o Irineu Manoel de Souza assumiu a reitoria em julho de 2022, sabia que não seria fácil. A universidade vinha de dois anos de pandemia, quando praticamente houve uma viragem, uma mudança na temperatura da realidade. No campus a vida tinha murchado. Os estudantes voltavam lentamente ao presencial. Outros nem voltaram, desistiram. Os prédios estavam degradados por tanto tempo em abandono, e o ambiente do campus estava feio, o mato alto, faltavam as flores, a imagem era de um mundo em ruínas. Afinal, além da Covid também foram quatro longos anos de estrangulamento por parte do governo de Jair Bolsonaro. Era um caos.  

Agora, ao final de 2023, depois de um ano e meio de gestão, muitas coisas ainda estão por fazer. O dinheiro vem pingadinho e o governo Lula ainda anuncia cortes. O campus segue feio, com mato alto, porque os contratos com as empresas acabaram e tudo é muito demorado no serviço público. A maioria dos trabalhadores dos jardins, que era TAE, se aposentou e não há quem cuide das flores. A estrutura da UFSC que foi deteriorada tampouco pode ser rearranjada sem recursos federais. Um exemplo é a Biblioteca Central que com qualquer chuva, alaga. 

A UFSC que chega aos 63 anos é uma universidade vazia de gente. Não existe mais a concha acústica com shows ao meio dia, não há pessoas sentadas nos bancos, embaixo das árvores, e só se vê mesmo gente na fila do RU, que segue longa, longa, longa, porque os restaurantes mais baratos que existiam no entorno fecharam. A estudantada que a gente encontra do ponto de ônibus vive com a cabeça enterrada no celular, faltam risadas e a vida parece assomar, por algumas horas, apenas às quartas-feiras, quando tem a feirinha. O centro de convivência que era para ser um espaço de encontro se desfaz à vista do boi-tatá do Laércio Luiz. 

Sinto certa tristeza de andar por aí, bem como me surpreende ver que tudo o que o nosso reitor faz pela UFSC sequer aparece nas tais das redes sociais da universidade. Seguramente há falta de gente. Os trabalhadores andam sobrecarregados e muitos apostaram no trabalho remoto. Ainda assim, para saber sobre a Ufsc só no Instagram do Irineu, que sempre foi célere nas redes. Mas, é estranho. Que passa com a comunicação? Está escondendo o reitor?

É fato que a universidade mudou. Os tempos são de redes, conexões internéticas, solidões. Não gosto desse tempo. Preferia os tempos de vida mesma, real, no chão da existência, como quando as assembleias dos trabalhadores eram no RU e saia gente pelo ladrão, todo mundo querendo lutar pela universidade pública. Agora, tudo é virtual, as lutas são intestinas, não há abraços, nem beijos e poucas são as batalhas contra o capital. 

É o mês e aniversário da UFSC. Que tenha um feliz cumpleaños e que em 2024 algo possa mudar.

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