quarta-feira, 2 de abril de 2014

Albinos na África



O medo das coisas que não se conhece é capaz de levar a posturas terríveis. Isso é o que acontece na África do Sul com relação a crianças negras que nascem albinas, ou seja, sem pigmentação. Em muitas comunidades a criança albina é vista como um ser mágico e muitas vezes chega a sofrer mutilações para que suas partes sejam usadas em rituais de feitiçaria. Conforme texto divulgado no sítio Opera Mundi pessoas albinas costumam ser escondidas por conta da ação dos “caçadores”, que podem lucrar até 75 mil dólares vendendo um “conjunto de membros”.  

"As partes mais valorizadas (dedos, língua, braços, pernas e genitais) podem ser comercializadas por 3 mil dólares. Entre 2006 e 2012, 71 albinos foram sequestrados, mutilados ou assassinados ao redor da África-subsariana. O último crime registrado no país sul-africano ocorreu em 2011, quando Sibisuso Nhatave desapareceu enquanto caminhava para a escola na província de KwaZulu-Natal. O menino albino de 14 anos nunca mais foi encontrado. Concluídas no ano passado, as investigações apontaram para sacrifício tribal".

O fotógrafo Paquito Masiá esteve na África do Sul e registrou essa imagem, capturada numa espécie de orfanato, onde ficam protegidas crianças albinas. São órfãos, ou rejeitados pelas famílias por causa da falha genética. No momento da foto, elas aguardavam pelo horário da refeição, durante uma apresentação cultural que buscava arrecadar verbas para sustentação da entidade. 

Tristeza. Foi isso o que Paquito viu no olhar de cada uma daquelas crianças. Tristeza e abandono. 

"cada um com seu sentir
cada um com seu se saber
cada um na pele em que habita
cada um com o seu
cada seu"
(Paquito Masiá)




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