quinta-feira, 23 de julho de 2020

Na UFSC há professores com medo dos TAEs

Irineu (camisa laranja), que foi canditado  reitor, ladeado por De Pieri(de azul) e Ubaldo, insiste na participação de todos. 

Vez em quando nós, trabalhadores técnico-administrativos da UFSC, precisamos lidar com algo que é muito intrigante: o medo que alguns professores tem de nós. Digo intrigante porque, se somos todos trabalhadores da mesma instituição, esse medo me parece estranho. Por quê? É o que me pergunto. Digo isso em função da novela que se arrasta no Centro Socioeconômico para a aprovação do regimento do Centro. Já se vão meses e depois de uma tremenda pataquada protagonizada pela administração Ubaldo/Alacoque no Conselho Universitário, o regimento, que foi aprovado, sofre mais um ataque. 

Pois o regimento estava no CUn desde o ano passado, passando por várias mãos e pareceres, até que finalmente foi aprovado  há poucos dias, mesmo com os votos contrário da administração e dos representantes do CTC. Surpreendentemente, depois da aprovação, um dos conselheiros, o professor do CTC Edson de Pieri, decidiu entrar com um processo interno alegando ilegalidade na tramitação do regimento. Surreal. 

Mas o que tem de tão perigoso no regimento do CSE, que leva um diretor de outro Centro a todo esse esforço? Pois o regimento do CSE foi construído a partir da discussão universal com toda a comunidade do CSE, professores, TAEs e estudantes. Foram realizados fóruns de pesquisa e extensão, graduação e pós-graduação e administração, com debates e deliberações envolvendo toda a comunidade. Isso é altamente perigoso, afinal democracia em tempos como esse é quase heresia. Daí que uma parte dos professores acha imperdoável a decisão do diretor Irineu Manoel de Souza de envolver toda a gente.  

Outro ponto  gravíssimo, a representação dos TAEs aumentou de um para três, e isso representando os famigerados 70/30 que prega a LDB, logo, nenhuma ilegalidade. Mas, três TAEs no Conselho do Centro  parece ser algo tremendamente perigoso para o De Pieri que, claro, está atuando em nome de um grupo político e de uma posição política que ele inclusive já defendeu quando candidato a reitor. É uma galera que teme os TAEs. Fingem ignorar e tripudiam dos trabalhadores, mas, na verdade os temem. 

Outro problema do regimento do CSE: ele garante voz e vez aos institutos que são ligados ao Centro e que sempre estiveram à margem das decisões. O Inpeau e o Iela terão direito a uma representação no Conselho. Isso também aparece como gravíssimo para alguns professores que se escondem por trás de figuras como De Pieri e da Administração. Professores que cotidianamente estão ali, tentando sabotar o trabalho coletivo, a participação democrática e a liberdade de expressão. 

Por isso mais essa tentativa esdrúxula de impedir que o regimento construído coletivamente num espaço onde eles foram derrotados seja colocado em prática. Esses professores – e a administração também  -  temem os TAEs, temem o pensamento crítico. Pois ora, isso é bom. Eles devem temer mesmo. Porque os TAEs não estão dispostos a serem tratados como seres de segunda categoria. Os TAEs não estão dispostos a abrir mão do seu direito de participar, opinar, formular e decidir. 

O regimento do CSE tem ainda outro perigo: cria as Câmaras Setoriais de pesquisa e extensão, de graduação e pós-graduação e de administração, tornando cotidiano o debate livre e participativo. E pasmem, garante e um técnico-administrativo a condução desse fórum administrativo. Outra heresia. Mais um motivo para tentarem boicotar o trabalho do Irineu.

Ah, quão pueris são esses professores que nos temem. Acreditam mesmo que impedindo nossa participação ficarão livres de nossa crítica e de nossas formulações. Pois é o contrário. Ficamos mais bravos, e mais fortes. Resta agora ver se a administração, que também nos teme e teme o processo democrático, vai dar guarida a mais essa tentativa de impedir a vida no novo regimento. Por aqui, seguiremos resistindo. E eles que lutem!

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