quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Visitando Zininho


Um dos nossos poetas maiores, Cláudio Alvim Barbosa, Zininho, está te esperando para um encontro de belezas, na exposição que lembra os 20 anos de saudade, desde o seu encantamento em 1998. A mostra está no Mercado Público, na parte de cima, na entrada que dá para a Alfandega. E não poderia ser outro lugar, visto que o mercado sempre foi o guardião da alma boêmia da cidade. E mesmo que agora esteja gourmetizado, ainda restam as memórias, que perduram nas velhas paredes.

Assim, que subir os dois lances de escadas vermelhas já vai nos preparando para o encontro. De cara a gente vê, na entrada, o imenso boneco, que sai no Berbigão do Boca. E a gente se enche de alegria. Depois, lá dentro, a simplicidade da mostra se abre em saudade e pequenas maravilhas. Os óculos do poeta, os microfones que usava, os enormes gravadores, as placas e homenagens, os discos, os livros escritos sobre ele, os quadros que o retratam, os vídeos com o Aldírio Simões falando das coisas da ilha, tudo isso forma uma atmosfera de encantamento. Nossa querida Desterro, as dores de amor, tudo de bonito que foi retratado nas músicas de Zininho, que é muito mais do que o compositor do “Rancho de Amor à ilha”, nosso hino.

No meio da sala está Zininho, com seu riso estampado, um copo de cerveja na mão, esperando por cada um de nós, para um papo, uma trova, um poema. A cadeira ao seu lado chama e a gente senta e conversa, e ri com ele. Eu mesma não o conheci pessoalmente. Mas, o conheço da obra. Das músicas que tocamos cotidianamente na nossa Rádio Campeche. Gosto de sua poesia, de sua simplicidade, da sua carinha tão litorânea. 
Hoje, na sala vazia de gente, e cheia de memórias, me apresentei. E falamos sobre a música brasileira e sobre nossa amada cidade. Foi bom.

A exposição é uma belezura e a obra em fibra de vidro, que imortaliza Zininho, feita por outro maravilhoso artista catarinense, o Plínio Verani, simplesmente nos transporta para o encontro amoroso com esse grande compositor brasileiro que nossa cidade teve a alegria e a honra de ter como morador desde que era bem gurizinho. Um homem do continente, do estreito, do Abrãao, que tão bem soube cantar a vida.

Vai lá, fica até o dia 22 de setembro. Temos de conhecer os nossos!


Um comentário:

Claudia Barbosa disse...

Que coisa mais linda este depoimento... Isso é que dá corda no coração da gente, por isso seguimos. O Ziza vai estar de novo no Museu da Imagem e do Som, no CIC, de 1o de agosto à 8 de setembro próximos.. vai ser lindo! Parceria das Fundações Franklin Cascaes e Catarinense de Cultura, produção da super Ana Lígia Becker e curadoria minha. A gente te espera lá! <3