quinta-feira, 2 de junho de 2016

Os jovens do MST e a comunicação






















A Universidade federal de Santa Catarina recebe mais de 400 jovens de assentamentos e acampamentos do MST para um trabalho de formação na área de Comunicação e Arte, setores que o movimento sempre considerou altamente estratégicos.

A atividade se plasma no Seminário Regional da Juventude, organizado pelo Projeto de Extensão  “De olho na terra”, coordenado pelo Laboratório de Educação do Campo e Estudos de Reforma Agrária, do CCA/UFSC.

Quatro dias de intensos debates e oficinas para analisar a conjuntura brasileira, pensar a comunicação dentro desse cenário e apontar caminhos para o futuro.

Para o MST sempre foi fundamental pensar a mística, a estética, a cultura, as manifestações artísticas, a forma eficaz de passar informação e o processo de formação através da comunicação. Basta só olhar para a maneira como organizam seus eventos. Tudo está interligado. A forma e o conteúdo. Não é sem razão que esse movimento nascido nos anos 80 se mantenha forte e atuante, apesar dos erros e retrocessos.

Nessa semana, participando das atividades com os jovens, percebe-se que está aí mais uma geração de gente lutadora, os filhos dos acampados e os novos acampados, dispostos a avançar cada dia mais na construção de uma reforma agrária que ainda não se cumpriu.
Conversamos com eles sobre a necessidade de ultrapassarmos a proposta da democratização desse sistema comunicacional que está aí, que é manipulador e mentirosos, e avançar para a soberania comunicacional, que significa não apenas produzir uma comunicação livre, mas a luta pela apropriação dos meios massivos de comunicação.


Na mesa, eu e o jornalista Raul Fitipaldi, pudemos sentir a vibração vinda da plateia, formada por uma geração que também quer lutar e transformar o mundo. Para eles, já consolidados na proposta de ocupar, resistir e produzir na terra, ficou fácil entender que a comunicação no Brasil também é um latifúndio produtor de ideologia, e que também esse campo precisa ser ocupado para que floresça a informação livre, formativa e produtora de conhecimento. 

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