Palavras do professor Edivan ( Professor espancado por policiais na ocupação de uma escola no Jardim Angela- São Paulo)
Não é o corpo que dói Não são os braços marcados pelas algemas Não é a cabeça inchada pelos golpes
...e nem é a dor da vergonha
por sair algemado como um criminoso num carro da polícia
...algo que em tempos que o tempo não me deixa esquecer, prometi aos meus pais que jamais aconteceria. Minha revolta nem é contra a PM
...contra policiais, trabalhadores que se veem convertidos a engrenagens de um sistema cruel que converte trabalhadores em algozes de trabalhadores. Minha dor
é a dor que corrói as entranhas de uma sociedade doente , onde defender o justo , o correto, o digno e o óbvio constitui um crime. Não invadi a escola Não destruí uma ponta de lápis do patrimônio público Não estimulei violência de qualquer natureza Não me satisfez ver sangue num espaço que deveria estimular sonhos . Amo a profissão que abracei Amo a possibilidade de dialogar com vidas
de estimular seus potenciais, seus sonhos e seu desejo inalienável e sagrado de ser feliz. Há tão poucas décadas reconquistamos o direito a voz que pode dizer ... Há tão poucas décadas nossas escolas puderam provar o gosto doce da liberdade , da criticidade e do debate democrático. Que a nossa geração não permita que isto morra ...que escolas sejam espaços de diálogo , de debate, de tensões (a unanimidade é perigosa) ...que a comunidade escolar (estudantes , professores e gestores) possam construir ...e construção meus amigos , não é silêncio, não é cerceamento, não é intimidação. O que me dói, de verdade ...no corpo e na alma ...é ser um educador , num estado em que
a educação pública agoniza ...e se debate em medidas paliativas, implementadas de forma unilateral e autoritária.
Agradeço imensamente a todos
que de um modo ou de outro externaram
apoio e solidariedade num momento tão difícil Agradeço o carinho de colegas, país e estudantes que tanto amo !! Que o retrocesso e o obscurantismo não encontrem morada nestes dias em que fomos agraciados com a vida!
Muito Obrigado ! Estou bem e em casa.
Vida que segue ...luta que não pode retroceder!
Um comentário:
Anônimo
disse...
"Minha revolta nem é contra a PM ...contra policiais, trabalhadores que se veem convertidos a engrenagens de um sistema cruel que converte trabalhadores em algozes de trabalhadores." Esse merece apanhar para deixar de ser trouxa...
Elaine Tavares. Jornalista. Humana, demasiado humana. Filha de Abya Yala, domadora de palavras, construtora de mundos, irmã do vento, da lua, do sol, das flores. Educadora, aprendiz, maga. Esperando o dia em que o condor e a águia voarão juntos,inaugurando o esperado pachakuti. Contato: eteia@gmx.net / tel: (48) 99078877
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Este é o pressuposto teórico básico do jornalismo praticado pela autora deste blog. Seguindo a senda da Filosofia de Libertação, que busca olhar o mundo a partir do olhar da comunidade das vítimas do sistema capitalista, o jornalismo de libertação se compromete em narrar a vida que vive nas estradas secundárias, nas vias marginais. O jornalismo de libertação não é neutro nem imparcial. Ele se compromete com o outro oprimido e trata de, na singularidade do fato, chegar ao universal, oferecendo ao leitor toda a atmosfera que envolve o assunto tratado. (Jornalismo nas Margens. Elaine Tavares. 2004)
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Um comentário:
"Minha revolta nem é contra a PM ...contra policiais, trabalhadores que se veem convertidos a engrenagens de um sistema cruel que converte trabalhadores em algozes de trabalhadores." Esse merece apanhar para deixar de ser trouxa...
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