quarta-feira, 9 de julho de 2025

O futebol que não é mais


Eu lembro quando eu era louca pelas corridas de Fórmula 1. E atentem, sou do tempo do Emerson Fittipaldi. Era um tempo de grandes pilotos tais como o James Hunt, o Ronnie Peterson, Niki Lauda, o próprio Emerson, depois Piquet. Enfim, era um tempo em que o carro contava, mas o piloto fazia a diferença. Pois chegamos a ganhar com o nosso Coopersucar. Então valia a pena acordar cedo para ver uma corrida, porque tudo podia acontecer. Depois, quando a tecnologia passou a ditar os resultados, deixei de ver. Porque, afinal, não precisava nem saber o nome do piloto. Ou era a McLaren ou a Ferrari as que iriam vencer. Estava dado. 

O mesmo parece estar acontecendo com o futebol e essa tal Copa do Mundo dos Clubes mostrou claramente. O lance não é mais o futebol em si, mas a grana que pode comprar o que há de melhor no mundo. Veja o caso do Chelsea. Os caras compram jogadores de todo o planeta, basta o guri se destacar, chegando a ter jogadores que nem usam, só para concentrar o “pé-de-obra” (expressão criada por Nilso Ouriques). E assim fazem também alguns outros grandes times europeus. Então, o que faz a diferença em campo nem é o futebol, mas o dinheiro que conseguiu comprar o craque. Ou seja, o futebol é sequestrado pela grana. 

Dito isso, a parada que fica clara é que o futebol brasileiro não está em queda nem perdeu a qualidade. Ele apenas não consegue acompanhar os times ricos. O Fluminense ontem jogou valente, mas enfrentou os melhores do mundo. O time dos ingleses quase nem tem ingleses. E, como ironia maior, foi derrotado por um guri criado nos seus gramados. 

Definitivamente fica bem difícil a gente torcer e vibrar num campeonato no qual a gente já sabe de antemão que só um milagre pode fazer com que os times endinheirados não sejam os campeões. E milagres não acontecem assim... 

Eu um dia abandonei as corridas... Ontem abandonei o futebol. Essa porra do capitalismo é uma mão podre... Acaba com todas as nossas alegrias...

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