quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Quem são os donos do cabaré


Sou vizinho do cabaré da bola e espio pelas frestas para ver o que acontece. Vejo a festa dos donos da maior empresa de jogadores do planeta, capatazes dos pé-de-obra. Observo como eles mandam e desmandam em todo o país. Mandam nos clubes e na seleção brasileira e embolsam imensos lucros. Conheça quem são. Comentário de Nilso Ouriques, no Programa Campo de Peixe da Rádio Comunitária Campeche. (24.08.2024)

As precursoras do Curso de Jornalismo da UFSC


O Curso de Jornalismo completa 45 anos e realizou ontem uma atividade de celebração, convidando as professoras que começaram essa caminhada. Um momento mágico rever essas mulheres maravilhosas que foram decisivas na minha formação como jornalista. Todas elas, de alguma maneira, foram expulsas do curso porque não caminhavam na estrada do chamado jornalismo tecnicista. Viveram um expurgo cruel porque estavam mais vinculadas a uma proposta cultural, ou literária, ou humanizada e o curso queria ficar mais “profissional”, mais “técnico”. 

Lembro bem, quando ainda estudava, das conversinhas de corredor falando mal das aulas de algumas delas, porque davam muita teoria, ou porque falavam de assuntos que não tinham “nada a ver” com jornalismo. Ora, o nada a ver era a discussão da arte, da cultura, da literatura, do simbólico, elementos que são fundamentais para a formação de um jornalista, para que seja capaz de ler o mundo com mais competência. Neila Biachin, Aglair Bernardo, Sônia Maluf, Carmem Rial e minha adorada mestra Gilka Girardello pavimentaram um caminho que se descortinou extraordinário. Na época em que cursei jornalismo tinha o grupo dos “políticos” e o dos “culturais” e havia essa rivalidade boba, tão redutora, que depois evoluiu para a perversidade. 

Por sorte conseguimos conviver com essas mulheres generosas e criativas, fora das caixinhas da normose. Como mulheres foram particularmente ridicularizadas e sofreram inúmeras violências. Mas, alguns homens também tiveram sua cota de sofrimento, como foi o caso do Henrique Finco, do Mauro Pommer, que também faziam parte do grupo dos “culturais”, e eram igualmente professores instigantes e criadores. E até o Sérgio Weiggert, que era da turma dos “políticos”, sofreu na mão de alguns perversos, tirado como louco. Um gênio, que abriu mundos em nós. Eu mesma tenho ele e a Gilka como minhas referências eternas  - mudaram meu rumo. 

Ontem vendo aquela mesa bonita, com aquelas mulheres corajosas, que a despeito de tudo que viveram ali, seguiram seus caminhos construindo maravilhas, me emocionei demais. Que bom que a turma do curso de hoje teve a coragem de trazê-las e prestar essa homenagem. O passado não se apaga, foi duro e triste, mas o presente mostra claramente o tamanho da contribuição destes professores  - mulheres e homens – que nos guiaram pelo labirinto do fazer jornalístico. Eu os reverencio e os honro! E agradeço por ter tido a sorte de tê-los no meu caminho...

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Levantes na África


Nos últimos meses temos visto na imprensa notícias esparsas sobre golpes e revoltas em países da África como o Mali, Niger e Burkina Faso, que já foram colônia da França e ainda estavam sobre seu domínio econômico e cultural. As informações são totalmente desprovidas de contexto e – no que tange a grande mídia – eivadas de mentiras e preconceitos. Buscamos então trazer uma boa análise sobre a realidade daquela região da África para que se possa entender o que acontece, de fato, por lá. 

Há que se ter em conta que o continente africano foi retaliado pelas grandes potências e explorado sistematicamente até os anos 1960, quando então começaram a ser vitoriosos os movimentos de libertação. Desde aí, as movimentações populares na região para garantir soberania têm sido frequentes, visto que tantos os Europeus como os Estados Unidos seguem com suas garras afiadas sobre o continente. Neste vídeo o jornalista e professor Pedro António dos Santos, que é natural da Guiné Bissau, faz uma robusta análise sobre os movimentos que hoje se consolidam no Mali, no Niger e em Burkina Faso, trazendo também o contexto das lutas.