Seu Lidinho, no "Canto do Noel"
Ele já é mais que um homem. É uma lenda... Em Florianópolis, onde bate o samba, lá está. Aparece como mágica, sem que ninguém precise chamar. É como se a própria música feita de cavaquinho, pandeiro e tambor o materializasse. Seu corpo rodopia, balança, saltita. É o samba feito gente.
A primeira vez que o vi foi num baile no antigo Clube 15, lá pelos anos 80. Era impossível desgrudar o olho do seu gingado, fosse no samba ou na lambada. A mulherada fazia fila para dançar com ele e ele concedia, como um deus. Enquanto dura a música, ele não pára.
Hoje, deve andar para lá dos 70, mas o corpo pequenino e magrinho parece ter 16. É energia pura, incansável, serpenteando no asfalto pela noite afora. Camisa vincada, chapéu branco, ele é reverenciado por onde quer que vá. Faz parte da cultura da cidade, é monumento vivo, filho amado de Zumbi. Velha guarda da Copa Lord, seu Lidinho é história. Não há carnaval sem ele, nem samba, nem batucada. Quando chora a cuíca ele aparece, o corpo molinho, o passo gingado.
Seu Lidinho é o rei do samba e pontifica com seu riso de menino nos bares, na passarela do carnaval e nos pagodes. Sua corte somos todos nós, que nos afastamos, reverentes, para que ele passe, feito um Oxalufã, a nos encher de todas as bênçãos que só o samba pode dar.
Seu Lidinho é rei!!!
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