É tempo também da tacinha de vinho que ele toma diariamente, golinho a golinho, enquanto briga com os cachorros. No geral ele fica sentado na poltrona, vigiando a gente. Qualquer barulhinho na geladeira ele espicha os zoínhos, observando se não tem algum petisco pra ele beliscar. Assim que temos de ter sempre à mão um ovinho de codorna, uma azeitona, um pedacinho de queijo. Ele marca cerrado. E se a gente estoura uma geladinha ele também quer. Fica ali, como se fosse o Vigilante Rodoviário, até que a última boca do fogão se apague. E, se descuidamos, ele mete a mão no pirex onde colocamos os legumes e manda bala.
Quando tudo fica finalmente pronto ele senta e come como um rei. O apetite é perfeito. Encerrado o almoço, tem de ter um docinho e o cigarrinho pra pitar. Só depois dessa jornada ele senta no alpendre e tira um cochilo. Coisa rápida, os olhinhos cerrados, até que qualquer possível barulhinho suspeito na cozinha o desperte, à postos para novas comilanças.
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