Alzheimer/Velhice

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Sobre a educação e educadores


Conheço um educador que foge do senso comum. Seu caminho é o das estrelas e do profundo respeito pelas crianças e suas reais demandas. E nisso é inflexível: criança tem de brincar, tem de imaginar, tem de sonhar, tem de inventar. E a escola precisa ser o espaço onde tudo isso é possível. 

Na sua prática cotidiana, em uma escola de primeiro grau, ele concretiza essas ideias e ações que já explicitou em palavras nas suas pesquisas de mestrado e doutorado. E trata a criança como um nascedouro de belezas, que precisa ser estimulado a criar, a sonhar e a realizar. Sua figura já é um chamado ao lúdico, ao riso bom, ao caminho que desvia da mesmice e da obediência. Ele é ser que desaloja, que desloca, que tira do lugar. Por onde anda, carrega suas tendas coloridas, seu bonecos, sua meninice saltitante. E todos os dias quando chega à escola tem uma novidade para seus alunos, que o esperam como quem espera o mago das montanhas. Tudo nele é mágico e belo. 

Impregnado de América Latina e de brasilidade ele vai esgrimindo essa vida cheia de gente triste, de misérias e solidões. Hoje, ele apareceu de gnomo de jardim e nas suas adoráveis brincadeiras vai educando, incitando à partilha,  à solidariedade, ao amor e à alegria. A vida tem sentido com ele. Ele nos resgata da adultice. E eu o amo por isso. 


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