Alzheimer/Velhice

sábado, 11 de junho de 2016

Do amor II - Bolívar





































Carta de Simón Bolívar à Manuela Saenz

Manuela: 

Llegaste de improviso, como siempre. Sonriente. Notoria. Dulce. Eras tú. Te miré. Y la noche fue tuya. Toda. Mis palabras. Mis sonrisas. El viento que respiré y te enviaba en suspiros. El tiempo fue cómplice por el tiempo que alargué el discurso frente al Congreso para verte frente a mí, sin moverte, quieta, mía… 

Utilicé las palabras más suaves y contundentes; sugerí espacios terrenales con problemas qué resolver mientras mi imaginación te recorría; los generales que aplaudieron de pie no se imaginaron que describía la noche del martes que nuestros caballos galoparon al unísono; que la descripción de oportunidades para superar el problema de la guerra, era la descripción de tus besos. Que los recursos que llegarían para la compra de arados y cañones, era la miel de tus ojos que escondías para guardar mi figura cansada, como me repetías para esconder las lágrimas del placer que te inundaba. 

Y después, escuché tu voz. Era la misma. Te di la mano, y tu piel me recorrió entero. Igual… que los minutos eternos que detuvieron las mareas, el viento del norte, la rosa de los vientos, el tintineo de las estrellas colgadas en jardines secretos y el arco iris que se vio hasta la media noche. Fuiste todo eso, enfundada en tu uniforme de charreteras doradas, el mismo con el que agredes la torpeza de quienes desconocen cómo se construye la vida. 

Mañana habrá otra sesión del Congreso. ¿Estarás? 

Simón 

Do amor... Tupac

































Carta De Túpac Amaru à Micaela Bastidas

En algún lugar de la Cordillera de los Andes, Enero de 1782.

Micaela:

Amor Mío. Por primera vez me encuentro rodeado de hombres verdaderos.

Hay muchos hombres: inteligentes, audaces, prudentes, fríos, calculadores, desleales, ignorantes, pero pocos decentes e idealistas.

Pero esos pocos entre los cuales me incluyo, con el tiempo van a ser legiones, a medida que nuestro ejemplo vaya derrotando al inhumano conquistador.
Contigo por primera vez he sentido el Amor.

El Hombre sin Amor es Incompleto.

La civilización que nos quieren imponer ha escrito mucho sobre el Amor, pero la nuestra hace posible la experiencia del verdadero Amor.

Por todo eso, para dar dignidad y Amor a este mundo, estamos luchando.

Todos mis indios, son Hombres Nuevos, hombres silenciosos, pero tremendamente revolucionarios.

Nuestro Amor también comenzó silenciosamente… ¡Qué misterio¡ ¿verdad? Toda la selva verde y las altas montañas, todo el mar que contemplo en el cual me baño, la tierra que piso, las estrellas que miro ¿de dónde vienen? Y Tú, ¿de qué mundo vienes?

Porque mujeres de tu condición son raras manifestaciones que de tanto en tanto aparecen en la Tierra para Purificarla y Embellecerla.

Tú eres Amor. Eres para Ser amada.

Cuando ama, la mujer es vibración que estremece y conduce a un mundo superior.

Desde que te amo, vibro, trato de superarme. Cuando te beso, se agita mi alma, siento la presencia de la vida en plenitud.

Juntos somos la vibración profunda que trata de arrancarle el misterio al universo entero.

La energía secreta de tus ojos siempre me impulsan hacia nuevos objetivos. ¡A vencer!

Quizás para ello se precise una vida, miles de hombres nuevos….

Pero también sé que si estos hombres son amados por mujeres como tú, harán todo lo posible y los plazos se acortaran. Contigo junto a mi, tengo Fe en Mi Estrella.

Mientras Tú me ames formaré parte de la forja de los hombres que pelean por la libertad de todos los hombres.

Tú eres el comienzo de mi libertad individual. Juntos somos la expresión telúrica de nuestra raza.

En estos momentos me avisan que los conquistadores nos están cercando….

Pronto me uniré a Ti.

Túpac Amaru

sexta-feira, 10 de junho de 2016

O Brasil vai vivendo o golpe



Desde o dia em que o Senado aprovou o afastamento da presidenta Dilma Roussef, sem contar com qualquer comprovação de ilegalidade ou corrupção, que uma boa parte das forças vivas da política popular, sindical e comunitária não sai das ruas. Em todos os cantos do país, nas cidades grandes, nas pequeninas, nos cantões mais retirados há alguma passeata, uma marcha, uma manifestação. Muito dessa gente que tem saído para as ruas não apoiava o governo petista, mas entende que o que acontece no país é um golpe, um rompimento da Constituição e, no melhor estilo liberal, defende que a carta magna seja respeitada.   

É sabido que no mundo ocidental, moderno, o que mantém um pouco de coesão social é a lei. Normas e regras – decididas pela classe dominante, é claro – que aparentemente tornam todas as pessoas iguais. No imaginário popular esse é um mito que ainda funciona, embora o cotidiano nos mostre que não é bem assim. De qualquer forma, se um povo é levado a crer que deve respeitar sua Constituição, esse mesmo povo obviamente vai se levantar se a carta for rasgada. E esse é um pouco do sentimento que acompanha muitos dos que marcham pelo “Fora Temer”. Para eles, o presidente interino está ilegítimo, é fruto de um golpe, de uma traição. E claro, os demais marcham porque apoiam e acreditam no governo petista como uma opção melhor para o país.

De toda forma há que matizar o debate sobre a lei. A tão incensada Constituição de 1988, que tem lá os seus avanços, já foi retalhada inúmeras vezes pelo Congresso Nacional, com a votação de inúmeras emendas que retrocederam direitos. Uma boa olhada na Carta Magna e veríamos que já está mais do que na hora de uma Constituinte, capaz de espelhar novas lutas e novas demandas.

No caso do Judiciário – que é o poder parceiro do legislativo na lógica do golpe – as coisas ficam ainda mais confusas. As gentes comuns, o povo empobrecido, sabe muito bem que a lei não lhe serve. Ao contrário: o positivismo que existe na conformação do Direito torna o mundo uma coisa imóvel, aparentemente igualitária, só que não. Na prática todo mundo sabe que quem rouba uma manteiga no supermercado pode ir presa por anos, mas quem lesa milhares de famílias com a venda de um prédio inacabado segue vivendo nas altas rodas sem sofrer qualquer penalidade. Bons advogados fazem malabarismos com a lei. E bons advogados custam caro. Logo, os empobrecidos não tem qualquer chance.

No golpe em curso a lei se mostrou implacável com a presidenta da nação. E, de repente, na tela da TV, a população que sofre as penas da lei no dia-a-dia se deu conta de que o judiciário não é mesmo neutro. Que ele pode tender para um lado ou outro, mesmo dentro do seu próprio grupo de poder. Assim, aquilo que parecia ser um destino apenas dos pobres – o braço firme e injusto da lei – caiu sobre os poderosos. Mas não qualquer poderoso. Era um grupo até então identificado com os trabalhadores que, por vias de acordos e conciliações, havia chegado ao governo do país.

Para boa parte das pessoas que assistem a vida passar pela televisão, as coisas apareciam bem claras. Aos trabalhadores, não basta estar em altos cargos. Se estiverem aliados com o poder real, os grandes, os graúdos, e se a esses não interessar mais a aliança, aquilo que é uma prática corrente na vida deles pode acontecer. Ou seja, serão derrubados, presos, achincalhados e tudo mais.

O governo petista prova um remédio amargo. Aliou-se aos grandes, rendeu-se aos graúdos, esqueceu boa parte de seu programa original. Não bastasse isso, muitos de seus integrantes foram tocados pela mosca azul, pela ganância, pela vertigem do poder. Pagam por isso agora. Haveria muito mais que falar das retiradas de direitos, das alianças com o agronegócio, da surdez às demandas indígenas e tantas coisas mais. A boa e velha crítica que estivemos fazendo desde o terceiro mês do governo Lula, quando ele iniciou a reforma da Previdência.

Mas, o momento é de golpe. E isso tem de ser combatido. Há quem diga que dizer “Fora Temer” é aliar-se ao “Volta, Querida!” e sim, isso é verdade. Mas, o “volta, querida!” pressupõe justamente esse sentimento de retomada do rumo constitucional, essa “legalidade” por vezes confusa e contraditória do mundo liberal. Uma certa esperança – ingênua, talvez - de que a volta possa trazer um governo disposto a fazer uma mudança de rumo. Afinal, o governo de Dilma apontava ajustes neoliberais cada vez mais profundos. Estaria disposta a presidenta a girar o leme?

Numa entrevista concedida ao jornalista Luís Nassif,  Dilma Roussef apontou um caminho. Caso seja reconduzida ao governo, sabe que não será fácil consertar o tanto de destruição que vem sendo promovido pelo governo interino. Por isso diz que chamará um plebiscito para que a população decida se quer uma nova eleição e outro pacto. Desafortunadamente a presidenta não disse qual seria sua proposta de trabalho numa possível volta. Seguiria fazendo o que vinha fazendo? A população, ao escolher se quer uma nova eleição ou não, saberá qual é o rumo proposto pelo governo petista, caso decida mantê-la? Isso não ficou claro.

São tempos tumultuados e cheios de vida. A rua – governista ou não – está cheia de gente disposta a apresentar suas pautas e isso já é revigorante. Para um país que viveu um longo tempo de adormecimento das grandes mobilizações sociais, o que se vê nesses dias que correm é bonito e pedagógico. Nunca se sabe o que pode surgir e, por isso, a necessidade de seguir fortalecendo os grupos organizados para que estejam preparados para o devir.


Mulheres, velhos, crianças, jovens, petistas, não petistas, gente de todas as cores acorrem às ruas contra o golpe, escrevendo mais uma página na difícil política brasileira. Oxalá o país saia melhor de tudo isso. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Museu de Ciências Naturais



















A gente pode ficar uma manhã inteira percorrendo o Museu de Ciências Naturais, que fica na PUC/MG, em Belo Horizonte, mergulhada num mundo antigo, do tempo dos dinossauros. Pode-se ver a beleza da vida natural naqueles tempos idos e até o Uberabatitã, dinossauro que vivia na região de Minas, mais precisamente em Uberaba. Um mundo perdido, cheio de mistérios, de seres únicos de outras terras e do nosso lugar, como a preguiça gigante. A biodiversidade de Minas, do Brasil e do mundo representada através de mais de 62 mil fósseis.

Pode-se conhecer ainda o trabalho do naturalista dinamarquês Wilhelm Lund, pai da paleontologia e arqueologia no Brasil, que viveu em Lagoa Santa a patir de 1833, fez extraordinárias escavações em grutas calcárias no vale do Rio das Velhas, em Minas Gerais durante 10 anos, descrevendo minuciosamente a fauna de mamíferos dessa região e as mudanças ambientais que aconteceram desde o Pleistoceno. Vale a pena conhecer.

O golpe chegou na nossa casa



Reproduzimos aqui o texto de Rui Fernando da Silva Neto, que é jornalista e filho de um dos militantes sociais que lideraram a ocupação Amarildo, nascida em dezembro de 2013, na região de Canasvieiras. A ocupação, que desnudou a situação de grilagem de terras na ilha de Santa Catarina, acabou deslocada para outro lugar, mas as lideranças respondem a processo pelo movimento.






"Já não bastasse estar assistindo ao primeiro golpe de estado do século XXI no Brasil- que foi aquela demonstração de subserviência, mediocridade e muita cara de pau dos Congressistas brasileiros ao impedirem a Presidenta Dilma Rousseff – o militante social catarinense Rui Fernando, 52, foi surpreendido por um telefonema que parecia piada. Não era. Registrado nas chamadas do celular no exato momento em que Dilma era despachada pela lateral, a Polícia Federal estava na linha e o intimava para um depoimento em determinado inquérito, o que foi realizado na tarde desta terça-feira, 7 de junho de 2016, na presença do delegado da Polícia Federal Arli Luis.
Acompanhado da advogada Dra. Luzia Maria Cabrera, OAB-SC, Rui, em suas respostas declarou que é militante social desde 1985, quando era sindicalista, que em 2005 militou no Movimento Passe Livre – Fpolis, que militou no MST/SC em 2007, que foi um dos Coordenadores do Movimento Amarildo a partir de 2013. Que nunca foi profissionalizado por qualquer organização. Que milita por convicção.
Pois é, o Rui é meu pai, e mobilizou milhares de pessoas na luta por Terra, Trabalho e Teto em Florianópolis nos últimos anos. Esta mobilização denunciou que quase 9 milhões de metros quadrados estavam grilados, ou seja, estavam sendo roubados no norte da Ilha do Desterro, ops Floripa, ou melhor, da Especulação imobiliária. Estas terras que o Movimento Amarildo ocuparam de 16 de dezembro de 2013 até 15 de abril de 2014 foram comprovadamente assumidas como pertencentes a República do Brasil e devolvidas. 

Isto mesmo, devolvidas. Assim como devolveram os terrenos da beira mar para o Patrimônio da União, os especuladores imobiliários do norte de Florianópolis perderam suas matrículas e suas pretensões de resortes, condomínios e campo de golf. 

Senadores e deputados catarinenses (Dário e Amin) também levaram ao pleno do Congresso uma lei que pretendia regularizar para grileiros as ilhas de Santa Catarina, do Brasil todo, e principalmente do patrão destes aqui, que é proprietário de ilhas caribenhas em pleno Maranhão, o velho Sarney. Não regularizaram. Golpearam.  
Assim, nós vemos as forças conservadoras reagirem à organização popular de um mandato de presidência da república, de uma ocupação de terra aqui e em Goiás, onde estão presos os companheiros por se organizarem no MST.
O inquérito policial contra o Rui continua, nossa aflição e nossa luta também.
Um abraço pra quem luta e compartilha
Rui Fernando da Silva Neto"

EBC - sobre fatos, boatos, versões e interesses



Por Jonas Valente - candidato da Chapa 2 à FENAJ
Está difícil lidar com a quantidade de erros, confusões (intencionais ou não) e ma fé quando o tema é a EBC. O reducionismo a serviço da disputa política e falta de compreensão do que é a comunicação pública (não na cabeça de alguém, mas na Constituição e na Lei 11652/2008) imperam, seja qual for a coloração política. Trato abaixo das últimas polêmicas, que vão da destituição do diretor-presidente à entrevista da Dilma.
Vai aí um texto para quem está a fim de entender e debater, e não ficar só repetindo boato.
A EBC foi criada pela Lei 11.652, que regulamentou o sistema público previsto na Constituição Federal (Art. 223). Ele se diferencia dos sistemas estatal e privado por buscar atender aos anseios da população e ter espaços de participação direto desta, como o Conselho Curador e a Ouvidoria. A empresa não é só a TV Brasil, mas controla 8 rádios, uma Agência, um Portal e uma Radioagência. Ela deve fazer comunicação plural e diversa com autonomia em relação a mercados e governos. A EBC é sim um marco pois antes dela o que tínhamos era comunicação governamental e uma tentativa de comunicação pública com a TV Cultura de São Paulo.
Depois de fazer um mestrado sobre a criação da EBC, fui trabalhar na TV Brasil. E descobri que os trabalhadores são elemento central para a garantia da autonomia da empresa, pois eles vivem o dia-a-dia dela. Mas não o fazem sozinhos. A dupla empregados-sociedade civil é o que consegue efetivar na prática a fiscalização para que os veículos da EBC não desviem de sua missão. É sim papel da EBC dar voz a quem não aparece na mídia, mas isso não significa adotar uma visão ou abandonar o equilíbrio. Sou de esquerda e tenho minha visão pessoal clara de que houve um golpe de Estado, mas isso não faz com que ache que a comunicação pública tenha que expressar a minha visão, ou a de quem está no Palácio do Planalto no momento.
Dito isso, é preciso se desvencilhar de dois mitos que pra mim só prejudicam a sobrevivência do projeto. O primeiro é que é uma "TV Chapa branca" (como disse o Estadão e como usa o governo interino para justificar o ataque à Lei da empresa). Tem sim problemas e temos questionado eles diuturnamente. Mas reduzir os veículos da EBC a isso é um equívoco. Se faz muita comunicação pública de qualidade ali sim, muitos colegas dão o sangue para fazer conteúdos que tratam de questões que passam longe da grande mídia. Outro mito é o que a EBC tem que ser o contraponto à mídia hegemônica com um discurso pró-Dilma. Não, não tem que ser. Ela pode sim problematizar diversos aspectos da conjuntura política fazendo bom jornalismo. Se for tratada como propaganda de governo ou partido, não sobrevive. O ponto de equilíbrio deve ser buscado na dupla "trabalhadores-sociedade civil".
A sociedade civil atua na empresa por meio do Conselho Curador, que não é um "aparelho do PT", como a gestão Temer quer fazer crer. Os trabalhadores são representados por seis sindicatos (jornalistas e radialistas do DF, SP e RJ) e uma comissão de empregados. Nem sempre as posições são unitárias mas tentamos atuar conjuntamente na medida do possível. Buscamos sempre realizar assembleias e plenárias para definir as ações e posições. Os trabalhadores da EBC expressam a diversidade que temos na sociedade brasileira. Então existem várias posições acerca do impeachment, da gestão anterior e da gestão interina. Mas o que se conseguiu nos últimos anos, na minha opinião, foi avançar para uma defesa do fortalecimento da comunicação pública que passa tanto pelas questões das condições de trabalho quanto pela esfera editorial.
Essa defesa da comunicação pública tem feito com que os trabalhadores, já há vários anos, protagonizem enfrentamentos com direções da EBC. Isso vem desde a gestão Tereza Cruvinel e se intensificou nas gestões Breve e do Américo. Fizemos duas greves, em 2013 e 2015, e uma paralisação em 2014. Em todas elas a pauta não era somente econômica, com debates sobre como fortalecer a autonomia da empresa e valorizar seu lado público, separando-o claramente do estatal. Na greve de 2015 a pauta central foi a crítica às chefias indicadas politicamente, denunciando o "cabideiro" imposto pela Secom à época. Uma conquista central da greve foi a obrigação da ocupação de 70% dos cargos de livre provimento por empregados da casa. Consideramos que isso é fundamental para assegurar a autonomia citada.
Quando da destituição de Ricardo Melo, foi realizada uma plenária na qual foi aprovado documento que defendia a lei da EBC e o mandato como um dos mecanismos de garantia de autonomia, assim como o Conselho Curador. Faço questão de destacar: não se trata de defender a gestão Melo ou qualquer que seja. Se houver um novo mandato indicado por quem quer que seja defenderemos o instituto do mandato. Infelizmente isso tem sido usado por alguns para tentar colar uma pecha de entidades "aliadas" de Melo. O texto do Andrei Meirelles, do site Os Divergentes, é um exemplo.
Assim como criticamos o cabideiro da gestão Edinho, já houve críticas ao governo interino. Os trabalhadores aprovaram carta à Secom de Temer contrários à MP, ao desmonte da comunicação pública, à fusão entre a NBR e a TV Brasil, à redução da estrutura dos veículos, em defesa do Conselho Curador e do projeto da comunicação pública (entre pautas mais próprias como plano de carreiras e ocupação de cargos de chefia por pessoas da casa com processo de seleção interna). Este desmonte em minha opinião é algo grave que deve ser objeto de preocupação da sociedade. Foi por conta dele que foi criada a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública.
E assim como fizemos essas críticas, em reunião realizada entre as representações e Ricardo Melo criticamos a entrevista da Dilma feita por Luís Nassif. Consideramos sim que entrevistar a presidente afastada é jornalisticamente importante. Mas isso deve se dar em um processo de entrevistas de outras lideranças e consideramos que deveria ser feito por jornalistas do quadro.
Essa crítica tem por trás uma problematização que fazemos dos contratos milionários de pessoas na casa (como o do próprio Nassif) e passou também pelo argumento de que o contrato dele estava suspenso. O presidente falou que isso seria feito com algum tipo de cessão ou colaboração. Nós questionamos como, pois não estava claro e a entrevista ser feita por alguém de fora, mesmo que fosse contratado até dias atrás, seria ruim. Portanto, não houve "censura" ou "veto". Mas houve sim críticas e cobranças quanto a ela. A decisão de por que vai ou não levar ao ar é da direção da empresa. O que não aceito é tentar usar as entidades de trabalhadores como bode expiatório, seja de que lado for. Nosso compromisso é com a comunicação pública. Ela não é de ninguém, mas "de todo mundo". E ser de todo mundo em uma sociedade democrática não é uma equação fácil, exige mecanismos complexos de participação e equalização das divergências. Esperamos que o projeto da comunicação pública não sucumba frente à radicalização política e aos interesses de miná-lo.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Abraço em defesa do SUS


Por iniciativa da Rede de Médicos e Médicas Populares acontece hoje, dia 06 de junho, a partir das 17h30min, um ato em defesa do SUS, bem em frente ao núcleo estadual do Ministério da Saúde (em frente ao TAC - no centro). Um abraço à saúde e ao direito das gentes. A Rede de Médicos e Médicas Populares é um movimento novo, nascido depois da tragédia de Mariana, que mostra uma nova geração de profissionais disposta a lutar junto com a população por uma saúde e uma vida melhor. Alguns deles estiveram na manifestação no Campeche e são como um sopro de belezas nesse mundo em que a saúde é vista como uma mercadoria.


Prefeitura corta 28 milhões da saúde

Protesto realizado no domingo chamou a atenção quanto a esse fato, que desmonta o SUS e deixa a comunidade cada vez mais sem acesso a serviço de qualidade. Veja o vídeo com a entrevista de Murilo Leandro Marcos, médico, com atuação no sul da ilha.