Texto com a reportagem sobre o pistoleiro do caso Sacopã/1959 |
Eu nem tinha nascido ainda e o Audálio Dantas já era um jovem repórter na revista Cruzeiro, a primeira revista de reportagens do Brasil com circulação nacional. Tempos depois, eu já conseguia ler seus textos nas revistas que ficavam na casa de minha avó Tila, na beira do rio Uruguai. Lembro que eu gostava de ler deitada na frente da porta da rua, que dava para o rio. Lá fora, os balseiros passavam devagar e ali dentro da pequena casa de madeira escura eu me aventurava pelas letras, barriga no chão, cotovelos fincados e a cabeça nas nuvens. Aprendi da beleza do texto na Cruzeiro. E muito aprendi com Audálio, o qual segui por toda a vida. Um texto fantástico.
Essa semana ele encantou e eu fui buscar a primeira revista na qual vi um texto seu, fazendo uma parte da reportagem que contava de um famoso crime acontecido no Rio de Janeiro: o crime de Sacopã. O texto ainda não tinha todo o brilhantismo que iria adquirir mais tarde, mas já era denso e carregado de impressões.
Foi ele também, como repórter, que descobriu os cadernos de Carolina de Jesus, ao fazer uma matéria na favela do Canindé. O trabalho da escritora virou o clássico "Quarto de Despejo".
Tive a graça de conhecê-lo. Fica a saudade, sem dor, porque ele é eterno. Valeu Audálio...
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