Alzheimer/Velhice

sábado, 17 de junho de 2017

FAM abre com Zeca Pires

Texto: divulgação


Filme abre o FAM, na terça-feira, dia 20, às 21 horas, no Auditório Garapuvu, Centro de Eventos/UFSC.

ANAUÊ, filme documentário de longa metragem, revê os tempos do Integralismo e Nazismo na região de Blumenau em Santa Catarina. Com depoimentos de populares da região de Blumenau, historiadores, filósofos e sociólogos, o filme ao tratar da história passada visita enfaticamente o momento atual no Brasil e no mundo.  São vários depoimentos intercalados com imagens e filmes de arquivo cuja narrativa em primeira pessoa, Édio Nunes faz a voz do diretor, conduz o espectador a este polêmico tema. Fragmentos dos discursos de Getúlio Vargas e de uma entrevista de Nereu Ramos são reproduzidos nas vozes de Gringo Starr e Roberto Lacerda,respectivamente.  O material de arquivo fonográfico em ANAUÊ é riquíssimo com sonoridade da época.

Zeca Pires há anos vem trabalhando na pesquisa deste documentário e o projeto há alguns anos atrás passou pela consultoria de Eduardo Coutinho. O cineasta considera que este documentário, sobre o Integralismo e Nazismo na Região de Blumenau, trás à luz uma discussão que não pode e deve ficar sem provocação e considera o pouco encontrado na historiografia oficial .

O filme foi realizado como a verba do prêmio Edital Cinema da Fundação Catarinense de Cultura edição 2013/2014 (prêmio de R$ 120 mil). Zeca e sua equipe viajaram às cidades do Vale do Itajaí e Itapocu resgatando depoimentos e mapeando acervo fotográfico, fílmico e fonográfico. Portanto o filme também se caracteriza por esta memória.

O filme tem em sua equipe, profissionais experientes como Giba Assis Brasil, que montou o junto com Jonatas Rupert, assessoria de filosofia da Dra. Maria de Lourdes Borges e também profissionais estreantes citando o diretor de fotografia Adenor Gouvea Filho, e o animador Érico Monteiro, reunião  que o cineasta considera de imensa riqueza de diálogo entre gerações.


    

Exposição da obra de Ademir Damasco


Uma exposição com fotos, esculturas e filmes de Ademir Damasco está aberta ao público na padaria Recanto dos Pães. Uma passada para um café e uma conversa e as pessoas podem desfrutar dos documentários feitos por Ademir e seu filho Gustavo. Podem ver as fotos do velho Campeche e as formas que Ademir imprime em raízes e sobras de construção. O trabalho fica na Recanto até o início de julho. Apareça para deixar seu carinho a esse homem que tem dedicado sua vida a registrar a memória do nosso bairro e da nossa cidade. Vida longa Ademir Damasco.


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Do que vai se aprendendo



Uma das coisas difíceis de lidar no cuidado com as pessoas mais velhas é a teimosia. E se elas têm problemas de memória então, valei-me São José do passa-quatro. As coisas precisam ser repetidas e repetidas, sem exasperação. Com carinho e cuidado, para que a pessoa não se estresse. Já é duro ter de enfrentar a falta das lembranças, se tiver alguém forçando ou impaciente, tudo fica pior.

Agora nesses dias de frio fui fazer o pai colocar um casaco mais quentinho, para além das blusas de lã. Qual o quê!

- Esse casaco não é meu! Não é meu.

- Pai, é teu sim, tu trouxeste lá do Rio Grande.

- Nunca vi esse casaco na vida. Não é meu, não vou botar.

Respira, respira e respira. Lá fora faz 8 graus. E é lá que ele quer estar.

Rendo-me e deixo o teimosinho sem o casaco. Pego um livro e vou ler, como se nada. E ele fica por ali, no alpendre, com o cigarro entre os dedos, baforando.

- Mas tá frio, heim? Ele diz, e vai para o quarto.

Dois minutos depois volta com o casaco que até poucos minutos “não era dele”.

- Tá quentinho esse aí, pai?

- Tá ótimo!


É assim, na paciência, deixando que as coisas se acertem por si, que vamos levando.