Artêmio de Souza, uma vida dedicada à UFSC
Foi no mandato das professoras Roselane Neckel e Lúcia
Pacheco, na Universidade Federal de Santa Catarina, que a Agência de
Comunicação sofreu a mais dura transformação. Apesar de ser reconhecida nacionalmente
por seu trabalho de divulgação científica – pelo qual chegou a ganhar o Prêmio
José Reis de Divulgação Científica - e pela consolidação de uma política
pública de comunicação, a Agecom foi completamente desmantelada.
A primeira decisão que chocou os jornalistas do quadro foi a
de tirar da Agência o status de diretoria. O setor, que durante anos fora
comandado pelo jornalista Moacir Loth, caiu em importância, tornando-se uma
mera coordenadoria, completamente subordinada ao gabinete da reitora. Não
bastasse essa desqualificação do jornalismo profissional da UFSC, a reitora ainda
decidiu que uma professora do Curso de Jornalismo deveria comandar a
comunicação desde o gabinete. Um baque, visto que historicamente sempre fora um
jornalista de carreira que comandara a agência. Nas duas vezes que isso foi
diferente, houve luta e protesto. Mas, a então nova administração não deu
ouvidos aos trabalhadores e colocou a Agecom em segundo plano, montando dentro
do gabinete uma estrutura chapa branca que se destinava a divulgar as ações da
reitoria. A Agecom, antes uma fulgurante agência, ficou praticamente sem
função.
Apesar de todo o desmonte, os jornalistas do quadro resistiram
e seguiram esperando que o tempo passasse. Afinal, não há mal que sempre dure e
os reitores e reitoras de plantão também passam.
Pois agora, com o novo reitor, Luis Carlos Cancellier, a
Agecom recuperou sua importância estratégica e os profissionais do jornalismo,
concursados, voltam a ser valorizados. Um trabalhador de carreira, jornalista,
Artêmio de Souza, foi escolhido para ser o novo diretor. Uma decisão que contou
com o apoio da equipe, pelo extremo cuidado e competência com que ele sempre
atuou na Agência.
Artêmio entrou na UFSC em 1988 e desde então tem
desenvolvido um trabalho irretocável. Dono de um texto singular, marcado por
fina ironia, ele não apenas se destaca na área impressa como também na
televisiva. Durante um bom tempo, em função do próprio desmonte da Agência, ele
esteve atuando na TV UFSC, onde inclusive comandava um programa de entrevistas.
Seu temperamento tranquilo o faz a pessoa mais certa para esse novo momento da
Agência. Devagar, mas com segurança, ele irá garantir à Agecom um novo tempo.
Entrar na Agecom agora já não causa nenhuma tristeza ou
estupor. A vida voltou por ali. Os novos jornalistas recuperam o trabalho
cotidiano, novas ideias estão surgindo e a comunicação integrada volta a se
fazer. Tudo vibra. Nada mais de assessoria específica de reitor, mas uma proposta
pública de comunicação, da qual a universidade inteira pode usufruir.
Para o jornalismo, uma boa notícia. Para os jornalistas
também, afinal, como já foi em outros momentos, a Agecom poderá voltar a fazer
o que lhe é devido: jornalismo, público e comprometido com a sociedade.
Vida longa e próspera para a Agecom e toda a equipe.
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