Alzheimer/Velhice

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Agecom recupera status de diretoria, jornalismo valorizado


 Artêmio de Souza, uma vida dedicada à UFSC



Foi no mandato das professoras Roselane Neckel e Lúcia Pacheco, na Universidade Federal de Santa Catarina, que a Agência de Comunicação sofreu a mais dura transformação. Apesar de ser reconhecida nacionalmente por seu trabalho de divulgação científica – pelo qual chegou a ganhar o Prêmio José Reis de Divulgação Científica - e pela consolidação de uma política pública de comunicação, a Agecom foi completamente desmantelada.

A primeira decisão que chocou os jornalistas do quadro foi a de tirar da Agência o status de diretoria. O setor, que durante anos fora comandado pelo jornalista Moacir Loth, caiu em importância, tornando-se uma mera coordenadoria, completamente subordinada ao gabinete da reitora. Não bastasse essa desqualificação do jornalismo profissional da UFSC, a reitora ainda decidiu que uma professora do Curso de Jornalismo deveria comandar a comunicação desde o gabinete. Um baque, visto que historicamente sempre fora um jornalista de carreira que comandara a agência. Nas duas vezes que isso foi diferente, houve luta e protesto. Mas, a então nova administração não deu ouvidos aos trabalhadores e colocou a Agecom em segundo plano, montando dentro do gabinete uma estrutura chapa branca que se destinava a divulgar as ações da reitoria. A Agecom, antes uma fulgurante agência, ficou praticamente sem função.

Apesar de todo o desmonte, os jornalistas do quadro resistiram e seguiram esperando que o tempo passasse. Afinal, não há mal que sempre dure e os reitores e reitoras de plantão também passam.

Pois agora, com o novo reitor, Luis Carlos Cancellier, a Agecom recuperou sua importância estratégica e os profissionais do jornalismo, concursados, voltam a ser valorizados. Um trabalhador de carreira, jornalista, Artêmio de Souza, foi escolhido para ser o novo diretor. Uma decisão que contou com o apoio da equipe, pelo extremo cuidado e competência com que ele sempre atuou na Agência.

Artêmio entrou na UFSC em 1988 e desde então tem desenvolvido um trabalho irretocável. Dono de um texto singular, marcado por fina ironia, ele não apenas se destaca na área impressa como também na televisiva. Durante um bom tempo, em função do próprio desmonte da Agência, ele esteve atuando na TV UFSC, onde inclusive comandava um programa de entrevistas. Seu temperamento tranquilo o faz a pessoa mais certa para esse novo momento da Agência. Devagar, mas com segurança, ele irá garantir à Agecom um novo tempo.

Entrar na Agecom agora já não causa nenhuma tristeza ou estupor. A vida voltou por ali. Os novos jornalistas recuperam o trabalho cotidiano, novas ideias estão surgindo e a comunicação integrada volta a se fazer. Tudo vibra. Nada mais de assessoria específica de reitor, mas uma proposta pública de comunicação, da qual a universidade inteira pode usufruir.

Para o jornalismo, uma boa notícia. Para os jornalistas também, afinal, como já foi em outros momentos, a Agecom poderá voltar a fazer o que lhe é devido: jornalismo, público e comprometido com a sociedade.


Vida longa e próspera para a Agecom e toda a equipe.  


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