A assembleia dos trabalhadores técnicos-administrativos da UFSC realizada nessa quinta-feira, dia 30, dentro do Hospital Universitário, colocou em destaque a luta dos trabalhadores do HU pelas 30 horas. Desde há muitos anos o hospital vem praticando os turnos de seis horas, entendendo que isso não só é melhor para o trabalhador, mas também para o serviço público, visto que aquele que oferece o serviço está menos estressado, mais descansado e conseguindo ter alguma qualidade de vida.
Mas, a reitoria da UFSC insistem em aplicar a letra fria da lei – na interpretação que lhe interessa – para fazer com que os trabalhadores voltem a fazer oito horas. Segundo a administração essa foi uma indicação do Ministério Público Federal por conta de inúmeras denúncias que recebe sobre o não cumprimento de horário por parte de trabalhadores. A mais visível diz respeito aos médicos, que agora está em destaque na mídia.
Pois os trabalhadores que atuam dentro das clínicas médicas, no setor administrativo, estiveram na assembleia contando sobre o que acontece dentro do HU. Segundo eles, apesar de estar no setor administrativo, o trabalho dentro das clínicas tem certa singularidade que a administração - nem do HU, nem da UFSC - leva em conta. Daí que também eles reivindicam o direito de trabalhar em turnos de seis horas.
Na interpretação da administração da UFSC, existem aqueles que podem e os que não podem fazer as 30 horas, apesar de o decreto presidencial ser bem claro, dizendo que onde haja atendimento em 12 horas seguidas é facultado a realização dos turnos de seis. Ora, se a universidade funciona das 7h30min até as 22h , o dirigente, usando da autonomia que está garantida por lei, pode implantar os turnos e garantir as seis horas. Isso depende apenas de decisão política.
Com base nisso, os trabalhadores do HU querem conversar com a administração. Primeiro para mostrar que o relatório que circula no HU não espelha a realidade do trabalho cotidiano, e depois, para reivindicar as seis horas com a garantia do atendimento em 12 horas seguidas.
Na assembleia ficou decidido que os demais trabalhadores da UFSC, que inclusive já fizeram uma greve interna, no ano passado, com essa pauta, se juntarão aos colegas do HU nessa batalha. O sindicato também deve apresentar um documento à reitora sobre o tema. Tudo isso reverte em luta de todos os trabalhadores, porque, afinal, a batalha pelas 30 horas não é só da UFSC. Ela é internacional. Os avanços tecnológicos já permitem que o trabalhador possa ter mais tempo livre. Insistir na jornada de oito horas é seguir na lógica da superexploração dos trabalhadores, coisa que uma instituição como a universidade não deveria apoiar.
Assim, hoje, às 15 horas, os trabalhadores buscam abrir uma janela de diálogo com a administração levando para o debate esse tema que é considerado tão espinhoso pela atual gestão. Basta lembrar os ataques que foram perpetrados contra os trabalhadores durante a greve de 2014, quando a reitora Roselane Neckel chegou a cortar os salários – coisa nunca feita na UFSC – e a não reconhecer a greve, sujando a ficha dos trabalhadores com “faltas injustificadas”.
E é assim, na força da mobilização que a luta avança. No ano passado os TAEs foram derrotados, mas novas batalhas se avizinham.
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