Alzheimer/Velhice

domingo, 30 de março de 2014

"Olímpia Gayo visita ao diabo" é lançado em Lages



 Cema  - primeira presidente da Associação de Empregadas Domésticas de Lages








Terezinha Carneiro - ex vereadora e vice-prefeita

O livro de Elaine Tavares , “Olímpia Gayo visita o diabo”, foi lançado nesse dia 28 de março, no Salão do Livro Serra Catarinense, em Lages. No espaço “palavra do autor”, a jornalista contou como conheceu Olímpia, a freira franciscana que iniciou naquela cidade o trabalho com as mulheres marginalizadas. “Ela foi uma precursora, e numa cidade tremendamente conservadora como Lages. Primeiro, ajudou a organizar as empregadas domésticas, que viviam quase que como escravas. Depois, as negras e, finalmente, as mulheres dos prostíbulos. Criou a Pastoral da Mulher Marginalizada e foi a primeira a trabalhar na prevenção do vírus da Aids junto às prostitutas.  Conseguiu o ódio dos conservadores, da elite local e até de algumas lideranças da igreja, mas ao longo de toda sua vida foi fiel ao mote que move as franciscanas: atuar junto aos oprimidos, aos pobres, aos caídos. Olímpia é parte da história dessa cidade, um patrimônio de dignidade e beleza”. 

Estiveram presentes à apresentação outras duas mulheres que foram fundamentais no movimento de organização popular e feminino na cidade de Lages: Noema Ferreira Tives , a Cema, que liderou o movimento das empregadas domésticas, e Terezinha Carneiro, a primeira mulher a se eleger vereadora e que, quando vice-prefeita, consolidou o trabalho de organização comunitária junto com a irmã Olímpia. Segundo Olímpia, pouca coisa poderia ter sido feita se não fosse a parceria, particularmente dessas mulheres, bem como de tantas outras que passaram pela Pastoral. “Foi uma caminhada conjunta de recuperação do nosso ser feminino, da nossa verdadeira imagem como ser humano. Valeu a pena tudo o que fizemos. Obrigada a todos vocês”.

O trabalho de Olímpia, iniciado nos anos 80 repercutiu no estado de Santa Catarina, pois ajudou a debater a questão da mulher em várias cidades, inclusive na capital, e fomentou a criação de muitos movimentos com a temática feminina, homossexual e de busca por direitos. Terminou por pressão da cúpula da igreja catarinense, mas deixou sementes que germinaram para além dos desejos de “calar a boca” dos poderosos de plantão. Olímpia não calou e seguiu. Toda a sua história, assim como a da Pastoral agora está eternizada em livro e renasce, outra vez, semeando.  

Veja o vídeo do lançamento



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