Veja como foi o ato, na quinta-feira, dia 14, em frente à prefeitura.
Alzheimer/Velhice
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sexta-feira, 15 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
Contos da Severiana...
Uma revista de jornalismo independente não é coisa fácil de
se fazer. É o que vivemos na Pobres e Nojentas. Bancamos as edições, oferecemos
nosso trabalho, sangue e suor. Ainda assim, vamos aos trancos. O bonito é que
temos uma pequena equipe, de gente brava, lutadora, sonhadora, romântica,
amorosa e, principalmente, comprometida com a construção de outra sociedade.
Uma dessas criaturas especiais é o Eduardo Schmitz,
artista gráfico, chargista, desenhista, guri afeito a olhar as coisas com olhos
de ternura.
Pois ele encontrou, lá na cidade
dele, Taió, uma mulher, de 89 anos, que gosta de contar histórias, muitas delas
coloridas com aquilo que alguns chamam de "realismo fantástico", mas
que, na verdade, são típicas da realidade desses nossos pagos. Logo ao
conhecê-la já propôs que a Pobres contasse sua história, cheia de peripécias. E
foi o que fizemos. Severiana Rossi Correia foi capa da Pobres número 9, tendo
grande repercussão na região onde vive. Ela sempre foi conhecida pelos
"causos" que conta, mas nunca sonhou em vê-los editados num livro. Só
que Eduardo sonhou! Ele ficou tão encantado que começou a buscar formas de
eternizar toda aquela riqueza narrativa.
Assim, depois de muitas peripécias,
com a ajuda de toda a equipe da Pobres, aí está o livro: Contos da Seve, o primeiro dessa contadora de histórias já quase
nos 90 anos. A capa, feita por Eduardo, retrata bem o que ela é. Uma feiticeira
das palavras, capaz de encantar bichos e
gentes. Dentro do livros estão as histórias compiladas por Eduardo, agora
disponíveis para qualquer um e não somente para os privilegiados familiares,
amigos e vizinhos.
No dia 20 de março, justamente no dia do contador de histórias, as
Pobres e Nojentas realizam o lançamento do livro. Será às 19 horas, na sede da Fundação Franklin Cascaes (Forte
Santa Bárbara , rua Antônio Luz, 260, no antigo terminal central, quase esquina
com a avenida Hercílio Luz).
Para esse momento bonito nós
convidamos vocês, que sempre estiveram apoiando a luta da revista para se
manter. Nossa batalha continua, em vários formatos. E esse, concretizado por
Eduardo Schmitz, é mais um meio de
divulgação da história das gentes, das pessoas simples, que nunca são chamadas
para uma entrevista no jornal. Essas pessoas incríveis que pululam em todos os
cantões e estradas de terra desse nosso país. Nós as buscamos e lhes oferecemos
o espaço para se expressar. O resultado é pura beleza!
A atividade é simples, ao estilo
Pobres. Um vinhosinho, a grande contadora de história Aline Razzera Maciel contando um causo da Seve, uma boa conversa
e mais um livro.
Venha partilhar conosco dessa
alegria.
Ato pelo Plano Diretor de Florianópolis
Ato público - dia 14 de março - 15h - em frente à prefeitura - Tenente Silveira
Os movimentos sociais organizados, que discutem o
Plano Diretor de Florianópolis desde há anos, decidiram realizar um ato público
para convocar a prefeitura à retomar o debate sobre o tema. Durante as reuniões
que o prefeito César Souza Junior fez nos bairros, logo depois da posse, ele se
comprometeu em chamar os núcleos distritais, assim como o Núcleo Gestor do PDP
para tratar do assunto. Mas, até agora, nada aconteceu.
Na última reunião da Bancada Popular do Plano
Diretor Participativo, realizada no dia 07 de março, a questão foi discutida e
foi aprovado a entrega de do documento já elaborado pela Bancada no final
do ano passado. Nele, está registrado todo o processo histórico da situação do
Plano Diretor da cidade, reiniciado no governo de Dário Berger com o nome de
Plano Diretor Participativo,o qual exigiu mais de cinco anos de esforço das
comunidades para sua elaboração.Esse plano elaborado pelas comunidades foi
colocado de lado e a prefeitura decidiu entregar a feitura do mesmo para uma
empresa de fora de Florianópolis,levando a várias manifestações dos movimentos.
Agora, a Bancada Popular quer uma posição do atual prefeito sobre a questão e
exige que os desejos das gentes sejam respeitados.
A proposta é fazer a entrega do documento nessa
quinta-feira, dia 14, às 15h, na sede da administração municipal, que fica à rua
Tenente Silveira, diagonal com a Catedral. A intenção é de ser recebido pelo
prefeito em audiência.
Nesse sentido, é muito importante que todas as
pessoas envolvidas na luta pelo Plano Diretor façam um esforço para comparecer.
O horário é complicado, mas sempre se pode dar um jeito. Se os movimentos
conseguirem reunir bastante gente, a força da ação será bem maior.
A cidade de Florianópolis vive um momento de
viragem. Ou começa a ser pensada para que os moradores tenham vida boa e
bonita, ou seguirá sendo esse caos de verticalização, cimento, destruição e
falta de mobilidade. É hora de retomar a luta pela cidade que queremos!
Todos ao ato! Dia 14 de março - 15h - Tenente
Silveira - Diagonal com a Catedral.
terça-feira, 12 de março de 2013
A duplicação das vias do Pantanal e Carvoeira
O jornalismo catarinense televisivo peca pela indigência.
Assisti ontem as notícias sobre a reunião do prefeito César Junior e a reitora
da UFSC, Roselane Neckel, acerca da velha pauta da duplicação das ruas que dão
acesso à UFSC pelo Pantanal e pela Carvoeira. Como sempre, a informação é
totalmente desconectada da história. Não há contexto, não há recuperação do
tema desde suas origens. O tom das reportagens passa a impressão de que a UFSC
se nega a doar parte do terreno e, portanto, é contra o progresso da região e
contra as pessoas que vivem em engarrafamentos gigantes.
Ora, a questão da duplicação das ruas de acesso à UFSC é um
tema velho e muitos debates já foram feitos sobre isso. Estudos de todo o tipo
já foram apresentados e a maioria deles mostra que duplicar as referidas ruas
não resolve o problema. Quem circula pelas vias todos os dias sabe que, nos
horários de pico, um via de cada ponto (Pantanal e Carvoeira) ficam entupidas.
Se duplicarem e inverterem as mãos, duas vêm e duas vão, o resultado é zero a
zero. De manhã serão duas vias entupidas e de tarde as outras duas. É uma coisa
tão óbvia.
Também há estudos que propõe toda uma reformulação do
entorno do campus, inclusive impedindo que os ônibus urbanos entrem na
universidade. Haveria um terminal nas vias fora da UFSC. Outro absurdo
completo, uma vez que tornaria a vida dos que não têm carro e precisam usar o transporte
coletivo um verdadeiro inferno. Principalmente os alunos da noite que
precisariam atravessar o campus nos seus pontos cegos, de escuridão. São coisas
super malucas as propostas que já apareceram para "resolver" a
situação caótica causada pelo binômio excesso de carros x falta de
planejamento.
Durante as dezenas de debates que já aconteceram as soluções
também foram apresentadas, principalmente pelas pessoas que sofrem o trânsito.
Caso vingue a ideia de duplicação, uma das vias tem de ser só para ônibus, e
precisa ter também uma boa ciclovia. É o único argumento válido para essa
insanidade. Se uma das vias for exclusiva pode ser que as pessoas optem pelo
ônibus e deixem o carro em casa. E numa faixa exclusiva os coletivos terão
muito mais mobilidade. Também é loucura tirar os pontos de ônibus que estão
espalhados pelo campus. Jogar para um ponto externo só traz benefícios para os
que tem quatro rodas como pernas. A maioria dos estudantes terá mais problemas
de locomoção, tendo de atravessar o campus inteiro para pegar o ônibus.
O que a UFSC quer, quando se nega a simplesmente entregar o
terreno, é garantir que o projeto seja para garantir a efetiva mobilidade. O
que não dá é trazer como argumento - como dizia uma repórter aparentemente
indignada - o fato de que se não for
assim "vamos perder 11 milhões do PAC".
Ora, as pessoas não podem ser colocadas diante dos 11
milhões com a faca na cabeça dizendo: Ou usa-se agora ou não o teremos. Há que
se pensar bem no uso desse dinheiro. Ele pode servir para engordar as empreiteiras
e construtoras que estão sempre a mamar as verbas do governo, fazendo obras
inúteis, ou a gente pode planejar bem o que realmente vai melhorar a vida de
quem precisa circular na região do campus da UFSC. Se o dinheiro for embora,
outro virá. Não é para isso que os governantes existem?
Então, por favor, não me venham com chantagens! Que os
governantes as façam, isso não é novidade. Mas, ouvir os repórteres comprarem
essa balela sem qualquer reflexão crítica é de matar. A função do jornalismo
deveria ser a de mostrar toda a trajetória dessa polêmica e os projetos que
foram produzidos, para que a população pudesse conhecer e julgar.
A UFSC nunca negou ceder o terreno.O que se quer é que essa
cessão não seja apenas para resolver a vida dos gigantes do cimento. Ou a
prefeitura apresenta um projeto realmente bom ou que fique como está. Porque,
em Florianópolis, há uma estranha maldição. Toda vez que fazem uma grande obra
para "melhorar", assim, no afogadilho, a coisa piora. Vide o
transporte "desintegrado".
Que a população não se deixe enganar com as chantagens da
mídia e do poder. A melhoria só pode vir se a cidade inteira optar por
priorizar o transporte coletivo e o uso da bicicleta. E isso não pode ser feito
com obras paliativas aqui e ali. A cidade toda tem de ser preparada isso. O que
significa uma mudança radical em toda a engenharia de trânsito.
Mas, pelo que vejo, ninguém fala disso.