Noite de maio, um friozinho leve
e uma viagem pela memória, dentro do histórico Teatro Álvaro de Carvalho. Ali, músicos
de primeira grandeza: Denise de Castro, Wagner Segura, Marco Aurélio, Jorge
Lacerda e Gilson "baixinho" Duarte. Na voz, Cláudia Barbosa. E o
objetivo daquela reunião singular era prestar um tributo a Claudio Alvim
Barbosa, o Zininho, importante poeta dessa ilha, que faria 84 anos nesse 8 de
maio.
Ele nasceu foi em Biguaçu, mais
veio criancinha para o Largo 13 de maio, onde hoje fica a Praça da Bandeira, e
ali se criou. Zininho viu a velha Florianópolis crescer devagar ali para os
lados do Hospital de Caridade. E, ao longo da vida, foi imortalizando coisas
dessa cidade que hoje só existem mesmo na poesia: a pureza do morro, o Miramar,
as princesinhas da ilha e o romantismo dos bares que eram reduto das serestas e
das dores de amor.
Zininho era o rei das marchinhas
e dos sambas-canção. Tem no seu repertório mais de cem músicas que o
imortalizaram como um dos mais importantes compositores de Florianópolis. Muitas
de suas letras viraram lenda na voz de Neide Mariarrosa, amiga de infância, da
rua Menino Deus. E foi ela mesma quem defendeu o Rancho de amor à Ilha, composto
por Zininho, num concurso, para escolher o hino da cidade. Não deu outra. Venceram. E, hoje, essa canção
é imortal, tal qual os dois que já encantaram.
Nessa terça-feira, no aconchego
do TAC, com ingresso ao alcance de qualquer um , foi possível viajar para essa
cidade cheia de pureza que vivia nas letras de Zininho. Cláudia Barbosa, sua
filha, brilhando feito um sol, foi carregando todo mundo na beleza e na
saudade, com a parceria segura dos amigos. E esse outono de lindezas deu
colorido à lembrança do poeta. Um poeta da gente, tão absolutamente grandioso e
simples. Não foi sem razão que quando todos os músicos se despediram e sumiram
na coxia, o público seguiu em pé, cantando o hino dessa cidade que amamos. E
eles tiveram de voltar, para cantar de novo, e outra vez. Zininho, por certo,
estava por ali, em algum banco, perna cruzada, cigarro no dedo, a sorrir.
Feliz Aniversário, Zininho... Por
aí, num cantinho qualquer!
Elaine, parabéns pela postagem. Estive lá também no TAC ontem e adorei. Saí triste apenas pelo fato de esta cidade não compreender bem a necessidade de a gente honrar figuras ilustres como a do Zininho. Tinha bem menos gente do que deveria. Uma longa distância entre o discurso que ouvimos na cidade que semrpe reclama da flata de cultura e a prática do prestígio de ir nas presentações. Um abraço
ResponderExcluirÉ Claudio... também fico farta de tanta gente curtindo no face e não participando de nada na vida real.. mas , a gente que foi, viveu belezas....
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