Alzheimer/Velhice

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Tributo a Zininho




Noite de maio, um friozinho leve e uma viagem pela memória, dentro do histórico Teatro Álvaro de Carvalho. Ali, músicos de primeira grandeza: Denise de Castro, Wagner Segura, Marco Aurélio, Jorge Lacerda e Gilson "baixinho" Duarte. Na voz, Cláudia Barbosa. E o objetivo daquela reunião singular era prestar um tributo a Claudio Alvim Barbosa, o Zininho, importante poeta dessa ilha, que faria 84 anos nesse 8 de maio.

Ele nasceu foi em Biguaçu, mais veio criancinha para o Largo 13 de maio, onde hoje fica a Praça da Bandeira, e ali se criou. Zininho viu a velha Florianópolis crescer devagar ali para os lados do Hospital de Caridade. E, ao longo da vida, foi imortalizando coisas dessa cidade que hoje só existem mesmo na poesia: a pureza do morro, o Miramar, as princesinhas da ilha e o romantismo dos bares que eram reduto das serestas e das dores de amor.

Zininho era o rei das marchinhas e dos sambas-canção. Tem no seu repertório mais de cem músicas que o imortalizaram como um dos mais importantes compositores de Florianópolis. Muitas de suas letras viraram lenda na voz de Neide Mariarrosa, amiga de infância, da rua Menino Deus. E foi ela mesma quem defendeu o Rancho de amor à Ilha, composto por Zininho, num concurso, para escolher o hino da cidade.  Não deu outra. Venceram. E, hoje, essa canção é imortal, tal qual os dois que já encantaram.

Nessa terça-feira, no aconchego do TAC, com ingresso ao alcance de qualquer um , foi possível viajar para essa cidade cheia de pureza que vivia nas letras de Zininho. Cláudia Barbosa, sua filha, brilhando feito um sol, foi carregando todo mundo na beleza e na saudade, com a parceria segura dos amigos. E esse outono de lindezas deu colorido à lembrança do poeta. Um poeta da gente, tão absolutamente grandioso e simples. Não foi sem razão que quando todos os músicos se despediram e sumiram na coxia, o público seguiu em pé, cantando o hino dessa cidade que amamos. E eles tiveram de voltar, para cantar de novo, e outra vez. Zininho, por certo, estava por ali, em algum banco, perna cruzada, cigarro no dedo, a sorrir.

Feliz Aniversário, Zininho... Por aí, num cantinho qualquer!


  

2 comentários:

  1. Elaine, parabéns pela postagem. Estive lá também no TAC ontem e adorei. Saí triste apenas pelo fato de esta cidade não compreender bem a necessidade de a gente honrar figuras ilustres como a do Zininho. Tinha bem menos gente do que deveria. Uma longa distância entre o discurso que ouvimos na cidade que semrpe reclama da flata de cultura e a prática do prestígio de ir nas presentações. Um abraço

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  2. É Claudio... também fico farta de tanta gente curtindo no face e não participando de nada na vida real.. mas , a gente que foi, viveu belezas....

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